Marco Aurélio envia ao plenário ação que aponta omissão de Bolsonaro na pandemia

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu enviar ao Plenário da corte uma ação em que o PCdoB e do PSOL apontam 'omissão e descaso' do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da covid-19 no País. As legendas pedem ao STF determine ao presidente que institua uma comissão autônoma, composta por representantes da União, dos governos estaduais e da comunidade científica, para coordenar o combate à pandemia no País.

Segundo os partidos, trata-se de caso de 'excepcional urgência' considerando o contexto da calamidade pública e o 'colaboracionismo explicitamente assumido pelo presidente para o avanço exponencial da contaminação e da letalidade em escala social'. As legendas apontam ainda uma 'olímpica indiferença' do governo federal ao crescimento exponencial das mortes por covid-19 no País.

Em despacho dado nesta sexta, 23, Marco Aurélio invocou dispositivo que prevê que o plenário analise medida cautelar em 'caso de excepcional urgência e relevância da matéria'. O decano do STF deu cinco dias para que a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República se manifestem sobre o pedido dos partidos da oposição.

Na petição inicial, as legendas apontam omissões inconstitucionais de Bolsonaro, uma delas referente à 'conduta praticamente assumida de resistência e de oposição' a procedimentos relacionados à defesa da saúde e da vida dos brasileiros. Os partidos falam em 'inúmeras' iniciativas do presidente 'de menosprezo à gravidade da pandemia' e apontam ainda 'boicote ou retardamento de providências imprescindíveis e urgentes para a atenuação de seus efeitos'.

"A condução do governo federal, ao longo da ocupação do território nacional pelo vírus, é análoga à do governo colaboracionista do general Pétain na ocupação da França pelos nazistas, no curso da Segunda Guerra Mundial. A diferença é que o governo brasileiro tem, ainda hoje, o apoio de uma fração expressiva da população, que aceita as fantasmáticas alegações que o confronto com os vírus será vencido pela fé e pela coragem", registram os partidos no pedido enviado ao Supremo.

O PCdoB e o PSOL pedem que Bolsonaro seja obrigado à regulamentar a comissão para gerir o combate à pandemia, garantindo à mesma autonomia e 'prevendo expressamente a sua competência para adotar todas medidas de contenção e isolamento social, até o extremo de um lockdown nacional'. Segundo os partidos, as medidas de isolamento são 'imperativas', considerando que 'a vacinação avança em ritmo bem menor que o necessário, por retardamento proposital na aquisição de vacinas e insumos'.

"As políticas sociais que visem à redução do risco de doença, no contexto da calamidade pública iniciada há um ano e agravada exponencialmente agora, seriam as medidas de isolamento social e quarentena, mais a medida extrema do lockdown, as quais caberia ao Chefe do Poder Executivo promover e coordenar nacionalmente", diz a petição inicial.

Além disso, as legendas querem que a comissão autônoma possa 'recomendar iniciativas legislativas visando à promoção de medidas econômicas'. A oposição aponta 'recusa e resistência notória à aplicação de medidas de tutela devidas às micro, pequenas e médias empresas, além de trabalhadores por conta própria, que têm as suas atividades bloqueadas parcial ou totalmente pelo Estado'.

"A consagração da responsabilidade do Estado indica que ele deve também oferecer apoio financeiro às empresas para prevenção ou compensação do dano iminente, o que só poderá ser feito no bojo de uma regulação nacional do combate à pandemia, de forma centralizada, nas suas normas mais gerais a serem expedidas pelo Poder Executivo da União", registra o documento enviado ao Supremo.

Nessa linha, os partidos também querem que seja determinado ao presidente, que em até 30 dias, defina um plano de subsídio aos agentes econômicos, especialmente, micro, pequenas e médias empresas e empreendedores autônomos para, se necessário, enfrentarem um eventual lockdown, 'sem o prejuízo da sua sobrevivência, com a capacidade mínima de adimplir regulamente a sua folha de pagamento no período em tela e custear as necessidades imediatas'.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está substituindo o comissário interino da Receita Federal, que ele nomeou apenas três dias antes, dando continuidade à turbulência na cúpula da agência tributária, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

O vice-secretário do Tesouro, Michael Faulkender, agora comandará a Receita Federal (IRS, em inglês), tornando-se a quinta pessoa a ocupar o cargo até agora neste ano.

Trump indicou Billy Long, ex-congressista republicano do Missouri, para dirigir a agência. O Comitê de Finanças do Senado não agendou sua audiência de confirmação, e os democratas criticam os vínculos de Long com empresas que promovem créditos tributários questionáveis.

Faulkender atuou no Departamento do Tesouro em uma função não tributária durante o primeiro governo Trump, trabalhando no Programa de Proteção ao Salário e em outras questões antes de retornar à Universidade de Maryland, onde lecionou cursos de finanças. O Senado votou por 53 a 43 no mês passado para confirmá-lo como secretário adjunto do Tesouro.

O Conselho de Melhoria de Licenciamento Federal dos EUA anunciou nesta sexta, 18, que irá acelerar o licenciamento de 10 projetos de mineração nos EUA - em resposta à uma ordem executiva do presidente Donald Trump de medidas para aumentar a produção mineral no país.

"Esse é o primeiro uso da autoridade de transparência do Conselho de Licenciamento, e esperamos mostrar os muitos benefícios que ele pode trazer para projetos de infraestrutura essenciais como parte da ordem do presidente Trump", disse Manisha Patel, diretora executiva em exercício do Conselho de Licenciamento.

A mudança impulsiona propostas como a mina de antimônio e ouro em Idaho da Perpetua Resources, uma mina de cobre no Arizona da Rio Tinto e uma de cobre e prata em Montana da Hecla Mining.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira, 17, um instrumento liberando a pesca comercial no Monumento Nacional Marinho das Ilhas Remotas do Pacífico (PRIMNM, na sigla em inglês), onde até então era proibida.

O próprio instrumento menciona que o PRIMNM "foi estabelecido para proteger e preservar as terras e o ambiente marinho ao redor das Ilhas Wake, Baker, Howland e Jarvis; os Atóis Johnston e Palmyra; o Recife Kingman; e os objetos históricos e científicos neles contidos", incluindo peixes, aves, mamíferos marinhos, corais e a biodiversidade geral dos ecossistemas locais.

"Como parte da gestão do PRIMNM, a pesca comercial está atualmente proibida dentro de seus limites", menciona a resolução assinada por Trump na quinta-feira, 17. "Considero que uma pesca comercial devidamente gerida não colocaria em risco os objetos de interesse científico e histórico que o PRIMNM protege", completou.

No documento, o presidente norte-americano afirma que proibições à pesca comercial fizeram as frotas pesqueiras de seu país perderem acesso a quase metade da Zona Econômica Exclusiva dos Estados Unidos nas Ilhas do Pacífico.

"Isso levou os pescadores americanos a pescarem em águas internacionais mais distantes da costa para competirem com frotas estrangeiras pouco reguladas e altamente subsidiadas. Isso impõe desvantagens aos pescadores comerciais honestos dos Estados Unidos e prejudica territórios americanos como a Samoa Americana, cuja economia do setor privado depende em mais de 80% da indústria pesqueira", justificou Trump, na resolução.