Com a presença do ministro da Justiça, novo chefe da PF em SP toma posse

Política
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Em cerimônia fechada nesta quarta-feira, 5, com a presença do ministro da Justiça, Anderson Torres, e do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, o delegado Rodrigo Piovesano Bartolamei tomou posse como superintendente da corporação em São Paulo. Sua nomeação foi feita dentro de um movimento de mudanças na cúpula da instituição.

A PF está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça e Segurança Pública e, depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu posse ao novo ministro, no final de março, houve a troca no comando da corporação. Com a indicação de Paulo Maiurino para a direção-geral, nomes importantes foram substituídos por indicações de sua confiança, incluindo o superintendente em São Paulo. Esta é a primeira reforma ampla nos quadros da instituição desde que o ex-ministro Sérgio Moro saiu do governo acusando o presidente de tentar interferir politicamente no órgão para blindar aliados.

Em discurso no evento, o ministro da Justiça, no cargo há pouco mais de um mês, disse que recebeu do presidente a missão de dar suporte ao trabalho da corporação e falou, mais de uma vez, na importância de manter a independência da corporação. "A marca Polícia Federal tem um poder muito forte", afirmou. "Trabalharemos para dar todas as condições para a Polícia Federal trabalhar, nisso seremos incansáveis, sempre respeitando a sua autonomia."

Oriundo da Polícia Federal, Torres também elogiou as operações abertas dentro de investigações sobre desvios de recursos públicos para o enfrentamento da pandemia. "Assim é e sempre foi a Polícia Federal: vigilante, atuante, independente e autônoma. Hoje cabe a mim, na condição de ministro da Justiça e Segurança Pública, seguir garantindo que a PF permaneça com essas características imprescindíveis para o bom andamento dos seus trabalhos. Essa missão me foi confiada pelo presidente Jair Bolsonaro e eu desempenharei com todos os meus esforços", acrescentou.

Responsável pela indicação do novo chefe da Polícia Federal em São Paulo, o diretor-geral também falou no evento e, assim como o ministro da Justiça, endereçou tema sensível ao governo Bolsonaro. Maiurino disse que pretende ampliar o combate aos crimes ambientais - assunto espinhoso para o Planalto desde que o comandante da PF no Amazonas foi exonerado na esteira de uma notícia-crime formalizada contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

"Reforçaremos o combate aos crimes ambientais, como forma de assegurar um desenvolvimento econômico sustentável, com a exploração legal e regular dos recursos naturais brasileiros", afirmou.

O DG, como é chamado o chefe da PF na corporação, ainda aproveitou para reforçar que atenção da gestão ao combate ao tráfico de drogas e aos crimes violentos. Prometeu também treinamentos para melhorar o desempenho dos agentes contra crimes cibernéticos.

"Em nossa gestão, o tráfico de drogas e os crimes violentos, como o roubo de carga e o roubo a bancos, receberão tratamento rigoroso. Não toleraremos os inúmeros prejuízos e malefícios que esses crimes causam na população em geral, independentemente da classe social", disse.

Novo superintendente

Bartolamei já foi chefe de Assuntos Internos na superintendência da PF no Rio de Janeiro, chefe da Divisão Antiterrorismo da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), coordenador de Segurança dos Jogos Olímpicos no Brasil, chefe da Interpol no Brasil e, por último, atuava no Gabinete de Segurança Institucional.

Em seu discurso de posse, agradeceu o convite e reconheceu o desafio de comandar a maior unidade da PF. "Na Polícia Federal, missão dada sempre foi e há de ser cumprida", afirmou.

Delegado de carreira, ele listou como prioridades o combate ao tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes ambientais, previdenciários e fazendários. Também sinalizou que deve seguir com a estratégia de atacar as organizações criminosas a partir dos braços financeiros para promover sua descapitalização - uma das apostas das operações recentes da Polícia Federal em São Paulo contra facções de narcotraficantes, sobretudo o Primeiro Comando da Capital (PCC).

"Atuaremos firmemente no combate ao crime e na defesa da sociedade. Não vivemos tempos serenos. A criminalidade organizada, cada vez mais intrépida, demanda trabalho constante", disse.

Ainda na fala, o novo chefe da PF prestou homenagem aos profissionais da Saúde e agentes das forças de Segurança que trabalham na linha de frente da pandemia.

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Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.

A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires