Por engano, Faria envia a Mandetta pergunta que deveria ser lida por governistas

Política
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O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou nesta terça-feira, 4, que o ministro das Comunicação, Fabio Faria, enviou a ele por engano, via WhatsApp, uma pergunta que deveria ser lida por governistas da CPI da Covid. Como mostrou o Estadão, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão envolvidos pessoalmente no levantamento de informações e na redação de questões para desafetos.

Após ouvir pergunta lida pelo senador governista Ciro Nogueira (Progressistas-PI), Mandetta afirmou que já conhecia a íntegra da questão desde a véspera, quando Faria a enviou por aplicativo de mensagem. "Inadvertidamente, mandou para mim. Quando eu fui responder, ele apagou", disse.

A pergunta tratava sobre as orientações do ex-ministro para que a população ficasse em casa nos primeiros sintomas da covid-19 e só procurasse atendimento especializado com o agravamento da doença. O questionamento foi acompanhado por alegações de que a estratégia propiciou um amplo cenário de subnotificações de casos, de agravamentos evitáveis e de mortes, uma vez que pacientes passaram a chegar nos hospitais com quadros irreversíveis.

O ex-chefe da pasta da Saúde afirmou que os argumentos fazem parte de uma narrativa criada por governistas para contradizer quem agiu com base na ciência. Mandetta disse que apenas 15% dos casos evoluíam para algum grau de complicação e que tomou as decisões com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Tem que ter uma decisão de estar do lado da ciência. Falar em tratamento naquele momento seria criar um kit ilusão, 'posso ir porque tomei isso daqui'", disse.

Em vídeo postado nas redes sociais para responder Mandetta, Faria admitiu que conversou com Ciro sobre a questão e repetiu o perguntando se Mandetta se arrepende da recomendação dada a época.

Em outro momento do interrogatório, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da comissão, fez pergunta semelhante. Na oportunidade, o ex-ministro afirmou que era outra fase da pandemia, sem casos confirmados no Brasil. Portanto, era pertinente tranquilizar a população para evitar que procurassem hospitais sem necessidade.

"Estávamos em janeiro, fevereiro. Não havia um caso registrado dentro do País. O que havia naquele momento eram pessoas em sensação de insegurança e pânico", frisou. "A orientação é que se observe, que não vá imediatamente para o hospital porque aglomera. Lá, um paciente positivo vai contaminar na sala de espera. Tenho visto essa máxima ser repetida e tenho percebido que é mais uma guerra de narrativas"

Ciro Nogueira é o líder da tropa de choque do Planalto para tentar tirar o foco da CPI sobre o governo federal e transferir a governadores. O senador também cobrou Mandetta sobre uma declaração dele, de março de 2020, quando recomendou "reza, chá e canja de galinha" contra o coronavírus.

Era uma estratégia para mostrar que, em algum momento da crise, Mandetta também foi partidário de soluções sem comprovação científica. "A pessoa com virose deve fazer repouso, comer um alimento hiperproteico. Na linguagem do povo brasileiro, uma canja de galinha é uma alimentação hiperproteica, ele sabe o que eu estou falando. Repouso, ele sabe o que estou falando", rebateu.

O aliado do Planalto também cobrou Mandetta pela autorização de exportação de respiradores e máscaras de proteção para a Itália, em março de 2020. "Ciro Nogueira quis saber se Mandetta achou correta a proposta e se o ato não permitiu que o País ficasse desfalcado. O ex-ministro disse que tomou uma decisão humanitária que não causou prejuízos ao Brasil.

Antes mesmo do início do depoimento de Mandetta, senadores aliados ao Planalto também formularam questões de ordem visando postergar o início da oitiva do ex-ministro. Questionamentos foram formulados pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO). O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), se exasperou com os colegas e os acusou de trabalharem para impedir o funcionamento do colegiado.

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O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grande parte da população de Cuba ficou sem energia entre sexta-feira, 14 e sábado, dia 15, após a ilha sofrer o quarto apagão em seis meses. Autoridades informaram que a queda foi provocada por uma avaria em uma subestação em Havana. O fornecimento começou a ser restabelecido lentamente no sábado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, defendeu neste sábado, 15, manter a pressão para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceite um cessar-fogo na Ucrânia. O premiê promoveu uma reunião virtual com 25 líderes dispostos a garantir uma eventual trégua no conflito.

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PRESSÃO

"Concordamos em continuar a pressão sobre a Rússia, manter a ajuda militar para a Ucrânia e continuar a restringir a economia russa, para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e levá-lo à mesa de negociações", disse o premiê.

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O encontro de sábado reuniu líderes de 25 países da Europa, além de Comissão Europeia, Canadá Austrália, Nova Zelândia e Ucrânia. A ideia, segundo Londres é criar uma coalizão disposta a apoiar uma "paz justa e duradoura".

"Minha sensação é que, mais cedo ou mais tarde, Putin terá de sentar à mesa e negociar", disse Starmer. "Se Putin não negociar, devemos fazer todo o possível para aumentar a pressão sobre a Rússia, para que ela acabe com esta guerra."

MACRON

Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron, lideram os esforços por garantias de segurança para Ucrânia desde que Trump abriu negociações diretas com a Rússia, no mês passado. As primeiras conversas, sem a participação dos ucranianos, acenderam o alerta na Europa, preocupada com a guinada na política externa americana.

Sob Trump, os EUA votaram com a Rússia contra uma resolução da ONU que condenava a guerra. O presidente americano repetiu falsas alegações de Putin sobre o conflito e chegou a suspender o apoio militar e o compartilhamento de informações da inteligência americana com a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que discutiu com Macron os aspectos técnicos sobre como o cessar-fogo poderia ser aplicado. "Nossas equipes continuam trabalhando em garantias de segurança claras, e estarão prontas em breve", afirmou Zelenski.

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