Só 3 diretórios do PSDB defendem prévias neste ano

Política
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Levantamento do Estadão nos 27 diretórios estaduais do PSDB mostra que só três deles - SP, RJ e GO - defendem realizar prévias para decidir o candidato do partido ao Palácio do Planalto ainda neste ano. A consulta antecipada interessa ao governador de São Paulo, João Doria, que tenta aval da sigla para entrar na corrida presidencial de 2022. Os dirigentes tucanos em outros nove Estados afirmam preferir que a escolha seja adiada para o ano que vem. Os demais não quiseram opinar ou não responderam.

A maioria dos dirigentes também evitou declarar apoio a um dos nomes da disputa interna. Até o momento, quatro tucanos se apresentaram para concorrer: além de Doria, o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O governador paulista é o preferido de quatro diretórios - AC, MS, RJ e SP. Tasso, Leite e Arthur, apenas nos seus próprios Estados.

A princípio, a escolha do representante tucano na corrida presidencial está marcada para 17 de outubro, mas há pressão para alterar a data. A realização das prévias neste prazo atende a Doria porque lhe daria tempo para acionar o "plano B" caso não seja o preferido do partido à disputa. Como revelou o Estadão, ele não descarta a hipótese de tentar a reeleição em São Paulo.

Em outro ponto que demonstra resistência de diretórios regionais ao plano de Doria, oito Estados defendem restringir a consulta interna a um colégio eleitoral. Para o governador paulista, o ideal é que todos os 1.379.564 filiados da sigla possam votar. A eleição ampla poderia beneficiá-lo, pois o diretório de São Paulo é maior do País, com 301 mil cadastrados.

Definições

A comissão instalada pela sigla para definir o modelo das prévias tem até o próximo dia 31 para apresentar uma proposta. O presidente do partido, Bruno Araújo (PE), recomenda que a escolha do presidenciável tucano ocorra em 17 de outubro, mas a palavra final será da comissão executiva do partido. "Seria melhor no começo do ano que vem. Ainda estamos em uma fase aguda da pandemia", disse o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do diretório estadual de Minas.

Segundo o ex-deputado Marcus Pestana (MG), que faz parte da comissão, uma das ideias em pauta é delimitar um colégio eleitoral de cerca de 150 mil pessoas com vínculo institucional "inequívoco" com o PSDB. Isso inclui dirigentes locais, secretários, vereadores, prefeitos, vices, deputados, senadores e governadores. "Mas a bancada federal apresentou a ideia de uma ponderação federativa que leve em consideração a população de cada Estado", afirmou Pestana. Para ele, a proposta de realizar prévias com voto de todos os filiados esbarra no problema do cadastro do PSDB, que está desatualizado.

"O PSDB tem condições de atualizar seu cadastro até outubro e fazer eleições diretas em outubro de 2021", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB paulista e aliado de Doria.

A avaliação de integrantes da cúpula do PSDB é que, hoje, o governador paulista está em desvantagem na executiva e nas bancadas do partido na Câmara e no Senado, o que se reflete nos números do levantamento junto aos diretórios.

Sem candidato

Uma ala de deputados do PSDB tem defendido que o partido não tenha candidato próprio em 2022 e apoie outro no nome do "polo democrático" com bom potencial eleitoral. Liderado pelo deputado Aécio Neves (MG), esse grupo avalia que, assim, os recursos do Fundo Eleitoral poderiam privilegiar as campanhas a deputado estadual e federal, senador e governador.

"Não é hora de o PSDB escolher um nome, qualquer que seja ele. É hora de o PSDB ter um desprendimento, trabalhar uma candidatura de centro que pode ser do PSDB e pode também não ser", disse Aécio ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, propôs no domingo, 20, repatriar todos os presos venezuelanos enviados ao seu país pelos Estados Unidos em troca da libertação da mesma quantidade de "prisioneiros políticos" da Venezuela, incluindo figuras da oposição do país - que chamou a oferta de "cínica".

Em uma publicação no X (antigo Twitter), direcionada ao presidente da venezuelano, Nicolás Maduro, Bukele listou familiares de membros do alto escalão da oposição na Venezuela, jornalistas e ativistas detidos durante a repressão eleitoral do governo sul-americano no ano passado.

"A única razão pela qual estão presos é por terem se oposto a você e à sua fraude eleitoral", disparou Bukele se referindo a Maduro. "No entanto, quero propor um acordo humanitário que inclua a repatriação de 100% dos 252 venezuelanos que foram deportados, em troca da libertação e entrega de um número idêntico dos milhares de presos políticos que você mantém", completou.

Entre os listados está o genro do ex-candidato à presidência da Venezuela Edmundo González, vários líderes políticos que buscavam asilo na embaixada argentina na Venezuela e o que ele disse serem 50 cidadãos de pelo menos 23 nacionalidades diferentes.

O presidente também citou a mãe da líder da oposição María Corina Machado, cuja casa, segundo o líder político, foi cercada pela polícia venezuelana em janeiro.

Bukele encerrou afirmando que o Ministério das Relações Exteriores de El Salvador entrará em contato com o governo Maduro para formalizar a proposta.

Reação venezuelana

O Ministério Público da Venezuela respondeu na noite do mesmo dia, chamando as declarações de Bukele de "cínicas" e se referindo ao líder salvadorenho como um "neofascista".

O país pediu também que o governo de Bukele forneça ao governo venezuelano uma lista das pessoas detidas, bem como seu status legal e relatórios médicos.

"O tratamento recebido pelos venezuelanos nos Estados Unidos e em El Salvador constitui uma grave violação do direito internacional dos direitos humanos e constitui um crime contra a humanidade", afirmou o comunicado.

De olho em El Salvador

A proposta surge em um momento em que o mundo está atento a El Salvador por aceitar venezuelanos e salvadorenhos deportados pelo governo Trump, que os acusou de serem membros de gangues.

Os deportados são encarcerados em uma "megaprisão" conhecida como Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), construída pelo governo Bukele durante sua repressão às gangues do país.

A controvérsia só aumentou após a revelação de que um homem casado com uma cidadã americana foi deportado por engano. A Suprema Corte dos EUA ordenou que o governo facilitasse seu retorno, mas não há sinais de que a proposta será aceita.

Desde março, o governo dos EUA envia venezuelanos e salvadorenhos acusados de serem filiados às gangues Tren de Aragua e MS-13 para El Salvador, onde Bukele concordou em deter criminosos condenados para os Estados Unidos, mediante pagamento.

Os primeiros voos a chegar a El Salvador transportaram 238 venezuelanos, entre eles muitos que não tinham antecedentes criminais. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou no domingo, 20, a Rússia de continuar os bombardeios, violando o cessar-fogo de Páscoa prometido por Vladimir Putin.

Moscou também acusou as forças ucranianas de violarem a trégua ao atacar posições russas na região de Donetsk.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.