Isolado, Alckmin prepara saída do PSDB

Política
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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin prepara o anúncio de sua saída do PSDB nas próximas semanas. Políticos de diversos partidos dizem que ele já decidiu que será candidato ao governo de São Paulo mais uma vez, mas agora potencialmente como um dos principais rivais dos tucanos, que ocupam o Palácio dos Bandeirantes desde 1995. O desembarque da sigla não estava nos planos do ex-governador, mas acabou sendo considerada ao longo de 2020 como a única opção para seu retorno à vida pública.

Alckmin perdeu espaço no PSDB desde que João Doria - de quem foi padrinho político ao estimular sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, em 2016 - passou a dominar todas instâncias partidárias. Segundo interlocutores, derrotar o grupo de Doria se tornou uma meta do ex-governador.

A desfiliação deve se dar sem a informação, por ora, de qual será seu novo partido. Oficializada a mudança, Alckmin deixará a legenda da qual foi membro-fundador, ainda em 1988, a partir do MDB. Ex-prefeito de Pindamonhangaba e ex-deputado estadual, teve a ficha de filiação número 7, segundo já disse em diversas ocasiões - preenchida enquanto era deputado constituinte. Ele foi o governador de São Paulo pelo PSDB por 13 anos em períodos entre 2001 e 2018 - o maior tempo entre todos da sigla que passaram pelo cargo.

De perfil municipalista, Alckmin sempre foi um político diferente dos demais membros do PSDB. Enquanto Bresser Pereira, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Mario Covas tinham identificação com os intelectuais das grandes cidades, o ex-governador sempre fez a linha do homem do interior temente a Deus, que gosta de contar anedotas do passado entre goles de café.

O mal-estar dentro do partido cresceu com desempenho na última eleição, em 2018, quando concorreu à Presidência. Com uma aliança de oito partidos, incluindo os do Centrão, que lhe deram o maior tempo na TV, o tucano acabou com 4,76% dos votos, em 4.º lugar.

Agora, Alckmin teria convites de pelo menos 10 legendas, sendo DEM e PSD os que mais têm chances de levá-lo. O movimento é articulado com o ex-governador Márcio França (PSB), que tratou do tema com Alckmin em diversas reuniões na capital.

No DEM, Alckmin receberia a legenda "de porteira fechada", como lhe prometeu o presidente da legenda, ACM Neto. Mas, segundo aliados, o ex-governador considera que essa migração pode trazer ruídos, uma vez que o diretório estadual da sigla, controlado pelo presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite, resiste à mudança. Já há no DEM entendimentos de que seria preciso uma intervenção no diretório para viabilizar a operação. Procurada, a assessoria do partido disse que a cúpula tem essa prerrogativa, mas o assunto não foi discutido. A próxima reunião da executiva será daqui 15 dias.

No PSD, o governador contaria com apoio de Gilberto Kassab, sem entraves internos e risco de sua candidatura acabar parando na Justiça. O partido, que tem a quarta maior bancada na Câmara, é controlado com mão de ferro pelo ex-prefeito, que se afastou de Doria.

Em qualquer que seja sua nova casa, há expectativa entre os partidos que Alckmin consiga levar consigo alguns prefeitos da Grande São Paulo e do interior, o que fortaleceria o apoio na disputa pelo governo.

Alckmin, entretanto, não confirma nem desmente sua saída do PSDB. Ao seu estilo, conta uma anedota para desviar do assunto. "Nosso saudoso Marco Maciel conta que uma vez ele foi no interior e tinha uma rodada lá de vereadores, pessoal de diretório, e foi todo mundo falando. Aí chegou um rapaz que falou 'eu só estou expectorante'. Estou meio 'expectorante' também", disse ao Estadão, em uma brincadeira com a palavra "espectador".

Ele afirmou que está afastado da política desde 2018 para se dedicou à medicina. Mas confirma que voltará à vida pública. "Tirei esses dois anos depois da eleição presidencial para um período sabático. Então, mergulhei na medicina, fiz um curso de dois anos lá na faculdade de medicina da USP", afirmou, por telefone. "Mas pretendo voltar."

Saída

Com Doria não escondendo que é pré-candidato à Presidência desde que assumiu o governo de São Paulo, havia expectativa entre aliados de Alckmin que ele tentasse o quinto mandato no Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.

No entanto, Doria preteriu seu padrinho político e alçou o seu vice, Rodrigo Garcia, que trocou o DEM pelo PSDB, como o candidato a sua sucessão. A opção de se apresentar ao Senado também não se mostrou viável, uma vez que o partido trabalha pela reeleição de José Serra.

A relação entre Alckmin e Doria começou a azedar na frustrada eleição presidencial de 2018. O empresário que havia se tornado político se afastou da campanha tucana e passou a associar sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro. Em uma reunião do partido, Alckmin chegou a insinuar que Doria seria um "traidor". Mas a saída do partido só foi selada, segundo um aliado de Alckmin, quando ambos decidiram falar sobre o futuro. Doria teria sido direto ao sugerir a Alckmin que ele deveria sair como deputado federal, para puxar votos para a sigla. O ex-governador se sentiu desrespeitado, segundo um interlocutor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.