Luis Miranda (DEM-DF): deputados do Centrão se preparam para deixar barco

Política
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou neste sábado que deputados do Centrão estão se preparando para deixar a base de apoio do governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, isso foi dito por parlamentares governistas ontem (25), mesmo dia em que ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

"Vários deputados do Centrão falaram que estão se preparando para deixar o barco", disse Miranda neste sábado, durante entrevista. Isso seria uma reação ao escândalo da Covaxin. Miranda evitou, no entanto, citar nomes de deputados que teriam lhe relatado a intenção de deixar a base do governo. "Esta história no Ministério da Saúde é de amplo conhecimento dos deputados", disse.

O deputado federal e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, denunciaram à CPI da Covid supostas irregularidades na compra da vacina. Em depoimento ontem, eles confirmaram ter avisado o presidente Jair Bolsonaro, há três meses, sobre suspeitas de corrupção na compra da Covaxin.

Eles relataram uma "pressão atípica" para acelerar a importação. Bolsonaro teria citado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, como o parlamentar que queria fazer "rolo" no Ministério da Saúde.

Hoje, Miranda afirmou que "Bolsonaro sabe que estou certo" e que não combateu o governo do presidente. O deputado também relatou que Bolsonaro teria repassado ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a questão da compra da Covaxin. "Bolsonaro falou que fez (algo sobre Covaxin), que passou para Pazuello", disse. "Bolsonaro pode ter falado com Pazuello ou pode não ter falado", acrescentou.

Questionado sobre a postura do presidente após ter recebido a denúncia, Miranda disse que Bolsonaro "pode não ter feito o dever de casa correto". "Tem muita gente que acha que isso é prevaricação" afirmou, em referência ao crime que ocorre quando um funcionário público - no caso, Bolsonaro - deixa de praticar ato de ofício.

Miranda também procurou se desvincular da base de apoio do presidente da República. "Eu não sou bolsonarista, nem deixei de ser bolsonarista", afirmou. "Não tenho cargos no governo Bolsonaro e as emendas que recebo são do partido", acrescentou, em outro momento.

Durante a entrevista, Miranda também fez uma defesa da estabilidade do funcionalismo público.

Segundo ele, seu irmão somente teve a possibilidade de denunciar as supostas irregularidades porque tem estabilidade. "Servidor público, em vez de ser achacado, tem que ser protegido", disse o parlamentar, para completar: "O governo já demonstrou que não gosta de funcionário público."

Expulsão - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse neste sábado que pretende encaminhar um ofício ao presidente do DEM, ACM Neto, pedindo a expulsão do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, por ele ter "mentido" no caso envolvendo supostas irregularidades na compra de doses da vacina indiana Covaxin.

"Vou apresentar meu pedido na próxima semana por ele ter atacado diretamente a honra de um dos membros do partido. Não desonrei o partido, pelo contrário, ficou claro que eu falei a verdade", disse o parlamentar. "Ele (Lorenzoni) colocou pessoas para nos atacar, toda a base do Bolsonaro vai nos odiar de graça com uma mentira escancarada", acrescentou.

Em entrevista coletiva, Onyx acusou o deputado de fraudar documentos e mentir sobre o caso da Covaxin.

Luís Miranda destacou que cabe ao presidente do DEM pautar o pedido e a decisão fica a cargo do colegiado. "O partido não precisa de uma pessoa assim, acho que o DEM ganhou muito com parlamentares que combatem a corrupção, mas é péssimo para a imagem do DEM ter um membro que defende o errado", completou. O deputado federal e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, concederam entrevista em Live para o site "O Antagonista.

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Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.

A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires