Secretário de SP afirma que suspender contrato do BRT traz prejuízos

Política
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O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, afirmou que a suspensão da renovação do contrato de R$ 22,6 bilhões com a concessionária Metra pode provocar um prejuízo milionário ao Estado. O contrato foi paralisado por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Além de renovar a concessão do corredor de trólebus ABD, que liga São Mateus, na zona leste, ao Jabaquara, na zona sul, o governo incluiu no contrato de 1997 a construção do novo corredor de BRT (ônibus de velocidade rápida, na sigla em inglês) entre o ABC e a capital e 85 linhas de ônibus intermunicipais da região. Também reconheceu uma dívida de R$ 1,2 bilhão com a concessionária a título de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. O acerto entre as partes, que passou pela extensão por 25 anos da concessão, envolveu um desconto de R$ 500 milhões na dívida.

Com a suspensão do contrato em liminar concedida pelo desembargador Luiz Edmundo Marrey Uint, da 3.ª Câmara de Direito Público, o Estado, segundo Baldy, pode ser obrigado a pagar a dívida de R$ 1,2 bilhão sem o desconto. "Confiamos na Justiça porque nós respeitamos a lei. Desejamos que a decisão seja revisitada para que não haja prejuízo e grave lesão ao poder público."

Ação popular contesta o fato de o novo corredor BRT e as linhas de ônibus tenham sido entregues à Metra sem licitação. De acordo com Baldy, a prorrogação do contrato está baseada na lei federal 13.448. "Lei que eu votei, pois ainda era parlamentar", disse. A lei permite, segundo o secretário, a renovação antecipada de concessões para gerar investimentos e teve sua constitucionalidade reconhecida por maioria de votos pelo Supremo Tribunal Federal.

Para Baldy, mesmo a inclusão sem licitação de novos objetos no contrato de 1997 do corredor de trólebus - o corredor BRT e as linhas de ônibus - não seria ilegal, pois se trataria apenas de alteração do sistema de transportes intermunicipal da região. "O Estado fez apenas a renovação antecipada com a concessionária com investimentos nessa renovação de quase R$ 1 bilhão para a construção do novo corredor BRT e de quase R$ 400 milhões no corredor ABD e a renovação de frota, com 120 ônibus que serão entregues agora em até 45 dias."

Segundo o secretário, o reconhecimento em 2020 do desequilíbrio econômico-financeiro se deve ao fato de o Estado ter faltado com responsabilidades no passado. "Os desequilíbrios apresentados pelo concessionário foram mais de R$ 1 bilhão. Foi dado um desconto para que fosse reduzido para R$ 738 milhões." Atualmente, falta ao governo pagar R$ 550 milhões, que serão honrados em 24 prestações. O cálculo foi feito pela Secretaria de Gestão do governo.

Essa foi a segunda vez que a Metra teve uma dívida com o Estado reconhecida pelo governo em razão do mesmo contrato: o do corredor de trólebus. Em 2018, a concessionária obteve, durante a gestão go então governador Márcio França (PSB), o pagamento de R$ 98 milhões a título de desequilíbrio econômico-financeiro. O ajuste teria servido então para "reaver custos com a reenergização e requalificação da rede elétrica do corredor ABD".

Sobre o reequilíbrio de 2020, ele teria contemplado o pagamento de compensações tarifárias de passageiros que saem de ônibus municipais e entram no sistema de trólebus, além de gastos com redutores de poluentes, que passaram a ser obrigatórios em 2012 e não estavam previstos em contrato. Por fim, ele ainda cobriu gastos com operação e manutenção do corredor Diadema-Brooklin, que também não estava previsto no contrato de 1997 - o corredor foi inaugurado em 2010.

Análise

O procurador-geral de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, está analisando a prorrogação de contrato do corredor de trólebus ABD com a concessionária Metra feita pelo governo do Estado.

Sarrubbo designou um procurador de Justiça para avaliar o caso depois de receber uma representação que apontava suposta improbidade administrativa na renovação da concessão feita pela Secretaria de Transportes Metropolitanos com a entrega, sem nova licitação, da construção e operação da linha do BRT entre a região do ABC e a capital e de 85 linhas de ônibus intermunicipais à concessionária.

A representação contra a decisão da secretaria foi apresentada pelo mesmo advogado que obteve, por meio de uma ação popular, a liminar no tribunal de Justiça que suspendeu o contrato: Alceni Salviano da Silva.

No documento, o advogado pede que o procurador-geral avalie a atuação de toda a cúpula do governo estadual no caso - o governo alega que agiu dentro da legalidade e que observou todos os princípios da administração pública, a legislação federal sobre as concessões e investimentos e a legislação estadual.

A representação também pede que seja apurada a relação entre a Metra e o governo pelo fato de o Estado ter reconhecido uma dívida de R$ 1,2 bilhão com a concessionária em razão de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato do corredor de trólebus ABD, que liga a zona leste à zona sul da capital.

De acordo com o documento, a decisão pode ter causado dano ao erário, conforme a Lei de Improbidade Administrativa. Segundo o advogado e ex-presidente da seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, Samuel Alves de Mello Junior, que representa o advogado Silva, só o fato de não ter sido feito nova licitação para a concessão do BRT (ônibus de velocidade rápida, na sigla em inglês) já caracteriza o prejuízo ao erário.

O BRT substituiu um antigo projeto de ligar o ABC ao sistema metroferroviário da capital por meio da linha 18 do Metrô. O contrato para a construção da linha, assinado com o consórcio VEM ABC, foi rompido pelo Estado em 2019, sob a alegação de falta de recursos para os investimentos, e substituído pelo BRT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governo do Reino Unido ordenou neste sábado, 22, uma investigação sobre a "resiliência energética" da região, após o incêndio em uma subestação elétrica ter forçado o fechamento do aeroporto de Heathrow na sexta-feira.

O Secretário de Energia britânico, Ed Miliband, pediu ao National Energy System Operator (NESO), que supervisiona as redes de gás e eletricidade do Reino Unido, para "investigar urgentemente" o incêndio, "para entender quaisquer lições mais amplas a serem aprendidas sobre resiliência energética para infraestrutura nacional crítica", e informou que o governo está determinado a fazer de tudo para evitar que a situação se repita.

Espera-se que descobertas iniciais sejam relatadas dentro de seis semanas.

O líder da Comissão Nacional de Preparação - grupo que faz campanha para melhorar a resiliência -, Toby Harris, afirmou que o fechamento do aeroporto foi "um grande constrangimento". "É um grande constrangimento para o país que um incêndio em uma subestação elétrica possa ter um efeito tão devastador", disse.

A Universidade de Columbia cedeu às exigências do governo Donald Trump e anunciou um pacote de reformas institucionais na tentativa de reverter o corte de verbas federais. Isso inclui novas regras paras os protestos, segurança reforçada com poder de realizar prisões no campus e supervisão sobre o departamento de estudos do Oriente Médio.

Como parte da reforma, a universidade também adotará uma nova definição de antissemitismo e expandirá a "diversidade intelectual" ao reforçar a equipe do Instituto de Estudos de Israel e Judaísmo, de acordo com a carta publicada nesta sexta-feira, 21, pela reitora interina, Katrina Armstrong.

O anúncio foi condenado de imediato por professores e grupos de defesa da liberdade de expressão, que acusaram a universidade de ceder à interferência do presidente Donald Trump.

"A capitulação da Columbia põe em risco a liberdade acadêmica e a expressão nos campi universitários em todo o país", disse Donna Lieberman, diretora-executiva da União Americana pelas Liberdades Civis de Nova York.

No início do mês, o governo cortou US$ 400 milhões em subsídios para pesquisas e contratos com a universidade por considerar que a instituição falhou em combater o antissemitismo. Columbia foi palco de protestos contra a guerra em Gaza que rapidamente se espelharam pelos Estados Unidos.

Como pré-condição para restaurar esses esses recursos - e bilhões de dólares em futuros subsídios - o governo exigiu na semana passada que a universidade adotasse imediatamente um pacote de reformas nas políticas acadêmicas e de segurança.

O comunicado de Katrina Armstrong indicou que Columbia implementará quase todas as exigências. A universidade vai contratar novos agentes de segurança, que serão autorizados a realizar prisões dentro do campus, proibir estudantes de protestar em prédios acadêmicos e reformular o processo disciplinar.

Além disso, a instituição nomeará um novo pró-reitor para revisar a liderança e o currículo de vários departamentos de estudos internacionais. A medida parece ser uma concessão à exigência mais controvertida do governo Donald Trump: a intervenção acadêmica no Departamento de Estudos do Oriente Médio, do Sul da Ásia e da África.

Sheldon Pollock, professor aposentado do departamento de estudos do Oriente Médio da universidade, disse que "este é um dia vergonhoso na história de Columbia", acrescentando que "o corpo docente está totalmente chocado e profundamente decepcionado com a capitulação".

O governo acusou repetidamente a Universidade de Columbia de permitir o antissemitismo nos protestos contra Israel - alegação que os manifestantes negam.

Nas últimas semanas, a crise envolvendo a instituição escalou com a prisão do estudante Mahmoud Khalil. Ativista palestino, ele liderou os protestos no campus e agora enfrenta um processo de deportação, mesmo tendo residência legal nos Estados Unidos. A expulsão dele seria "a primeira de muitas", segundo Donald Trump.

Ao anunciar as reformas, Katrina Armstrong disse que a instituição trabalhou arduamente para lidar com preocupações legítimas sobre discriminação, assédio e atos antissemitas contra a comunidade judaica.

A Universidade de Columbia, uma das mais prestigiadas do país, tem sido o principal alvo do presidente. Mas Trump alertou que outras instituições vão enfrentar cortes se não implementarem suas políticas.

"Se a Columbia, com seus imensos recursos e influência, não consegue resistir às exigências do governo que ameaçam a liberdade de expressão, o que outras faculdades podem fazer?", questionou Tyler Coward, advogado da Fundação para os Direitos e Expressão Individual.

O governo anunciou investigações em 52 instituições de ensino superior por seus programas de diversidade e inclusão. Além disso, suspendeu US$ 175 milhões em recursos para a Universidade da Pensilvânia, pelo menos em parte, porque havia permitido que uma mulher transexual participasse de um time de natação feminino./COM AP, NY TIMES E AFP

O Congresso peruano votou na sexta-feira, 21, para remover o ministro do Interior do cargo após decidir que ele não conseguiu lidar adequadamente com o aumento da criminalidade violenta no país andino.

O Ministro do Interior Juan José Santiváñez tem, por lei, 72 horas para deixar seu cargo após o voto de desconfiança, que obteve 78 votos a favor, 11 contra e 20 abstenções. Santiváñez insistiu que trabalhou duro ao lado da polícia durante seus 10 meses no cargo, mas que respeitaria a decisão parlamentar.

Santiváñez deve renunciar e assumir a responsabilidade por sua "incapacidade de lidar com a onda de insegurança cidadã que o país enfrenta", disse o Congresso peruano em sua conta X.

A indignação pública aumentou com a crescente onda de assassinatos e outros tipos de violência, especialmente a morte, no domingo, de Paul Flores, o vocalista de 39 anos da banda de cumbia Armonia 10. Ele foi baleado e morto quando agressores atacaram o ônibus de turnê de sua banda após um show em Lima.