Eleições 2022: Para Barroso, o voto impresso é um risco para processo eleitoral

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a argumentar contra a implementação do voto impresso no País, tema que virou bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Barroso apresentou como argumento contra o sistema a logística envolvendo o transporte dos votos "no País do roubo de carga", além da dificuldade de implementação da modalidade. Citou também o risco de judicialização devido a possíveis divergências em uma recontagem. Para Barroso, o voto impresso não é mecanismo a mais de auditoria, "ele é um risco para o processo eleitoral".

"Qual a razão pela qual o TSE tem se empenhado contrariamente ao voto impresso? É que nós vamos ter que transportar 150 milhões de votos no País do roubo de carga, da milícia, do Comando Vermelho, do PCC, do Amigos do Norte, já há aí um primeiro problema", argumentou.

Barroso, que destacou a segurança das urnas eletrônicas, também reforçou que o sistema com voto impresso só presta para recontagem manual, o que, segundo ele, seria um "terror". "Se o candidato a presidente da República pedir recontagem, nós vamos ter 150 milhões de votos contados manualmente, aquelas mesas apuradoras que faziam o terror da vida brasileira antes das urnas eletrônicas", disse.

Para o ministro, a única forma de implementar o sistema seria através de mecanismo de contagem automática, coisa que, segundo ele, já não é mais possível fazer a tempo para a próxima eleição. E mesmo com esse sistema, Barroso afirma ser um paradoxo implementar o passo extra de verificação. "O voto impresso seria imprimido pela mesma urna que estaria sob suspeita, portanto, se fraudar o eletrônico, frauda o impresso. Vamos gastar R$ 2 bilhões de reais, criamos um inferno administrativo para essa licitação, com o risco de fraude, e pior, quebra de sigilo", afirmou.

O presidente do TSE também apontou como um dos riscos da implementação do sistema a judicialização das eleições. "A contagem manual vai dar diferença em relação à contagem eletrônica. Até caixa de banco ou caixa de empresa no final do dia você tem que fazer uma reconciliação, e aí vão pedir anulação de urna para dizer que deu defasagem, deu desencontro, nesse País em que se judicializa tudo, vai se judicializar também a eleição", concluiu o ministro.

Em meio aos escândalos do governo envolvendo a compra de vacinas, o presidente Bolsonaro, de olho nas eleições de 2022, tem colocado em xeque a segurança das urnas eletrônicas. Para o chefe do Executivo, haveria uma articulação dentro do STF para colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de volta ao poder por meio de fraude.

Sem apresentar provas, Bolsonaro tem feito a afirmação contra a segurança do processo eleitoral para seus apoiadores. Em uma de suas conversas com seus eleitores, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chegou a sugerir que fará uma live com hackers demonstrando as possíveis fragilidades do sistema.

Barroso também argumentou contra a possibilidade de um hacker prejudicar o sistema eleitoral. "As urnas não entram em rede", afirmou o ministro. "As pessoas dizem: 'mas atacam a Nasa, atacam o FBI, atacam o Pentágono, porque não vão atacar o TSE?'. Até atacam, mas mesmo que ataquem o TSE, mesmo que derrubem o sistema do TSE - o que nunca aconteceu - as urnas não entram em rede, e, portanto, não há como fraudar o resultado eleitoral", pontuou.

Em outra categoria

Cerca de 50.021 mil palestinos foram mortos desde o início dos conflitos com Israel, em 7 de outubro de 2023, indica o Ministério da Saúde de Gaza (MoH), que também contabiliza mais de 113 mil feridos.

Entre os mortos há 5.613 crianças, sendo 872 delas menores de um ano de idade, segundo o Ministério. A instituição informou que não faz distinção de civis e combatentes na conta, mas afirmou que a maior parte das vítimas são mulheres e crianças.

Israel e Gaza chegaram a entrar em um acordo de cessar-fogo em janeiro deste ano. Na primeira fase do acordo, 25 reféns de Israel sob o domínio do Hamas e corpos de outros oito foram entregues em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos.

O acordo foi quebrado na última terça-feira, 18, após Israel voltar a bombardear a região, e desde então mais 673 pessoas foram mortas, de acordo com o MoH, incluindo o líder político do Hamas, Salah Bardawil, e sua esposa, que foram mortos na madrugada deste domingo em ataques sobre a região de Khan Younis, em Gaza.

*Com agências internacionais

Ao menos três pessoas morreram durante ataque de drones russos em área residencial de Kiev, na Ucrânia, incluindo uma criança, conforme informações das autoridades do país.

Imagens que circularam nas redes sociais mostram edifícios em chamas após os incêndios provocados por bombas russas sobre a área residencial. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, e o administrador militar da capital, Teymur Tkachenko, relataram no Telegram as ocorrências de explosões durante a madrugada, segundo informações da Deutsche Welle.

Os ataques ocorrem em meio à preparação do encontro entre autoridades da Ucrânia, Rússia e Estados Unidos amanhã, 24, em Riade, na Arábia Saudita, para negociações que buscam um encerramento dos conflitos. O líder ucraniano Volodymyr Zelensky não deve participar do encontro.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à TV estatal russa que o principal foco do país nas negociações com os Estados Unidos seria uma possível retomada do acordo de grãos do Mar Negro.

*Com agências internacionais

Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, preso desde a última quarta-feira, 19, teve prisão preventiva ordenada por um juiz neste domingo, 23. Logo após o anúncio, o Ministério do Interior da Turquia suspendeu o cargo de Imamoglu como prefeito, em "medida temporária", conforme publicou o órgão na rede X. Ele é considerado o maior opositor do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan.

A determinação judicial pela prisão do político ocorreu após mais uma noite de protestos em massa contra a sua detenção. Os protestos foram marcados por confrontos entre manifestantes e policiais, em uma onda de manifestações que já é considerada a maior da Turquia em uma década.

Segundo o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, cerca de 343 pessoas foram presas ontem. Eles exigem a libertação do político e alegam perseguição política já que Imamoglu é visto como possível candidato nas eleições de 2028, contra Erdogan.

O político assumiu a prefeitura de Istambul em 2019 e em 2024 teve o mandato renovado. Ele é acusado por corrupção e suporte de organização terrorista em razão de um acordo entre sua legenda, o Partido Republicano do Povo (CHP), e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o qual autoridades acusam de ter ligação com grupo terrorista.

*Com agência internacionais