Costa Neto culpa governo Lula por vandalismo em Brasília e isenta Bolsonaro

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, responsabilizou o governo Lula pelos ataques e depredações dos prédios públicos dos Três Poderes, em Brasília, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, no dia 8 de janeiro.

"A culpa de tudo isso é do governo atual. São eles quem mandam no Exército, nas polícias e isso aconteceu. Não tinha policial suficiente para defender os prédios federais", disse o dirigente, em entrevista à rádio CBN na manhã desta sexta-feira, 20.

Questionado sobre o papel de Bolsonaro no episódio, Costa Neto negou o envolvimento do ex-presidente. "Zero (responsabilidade). A responsabilidade é do ministro da Justiça (Flávio Dino) que fez uma portaria que dizia que a Força Nacional iria defender os blocos federais e não tinha um cidadão da Guarda Nacional lá. Ninguém incentivou nada", disse.

Como mostrou o Estadão, as invasões às sedes dos Três Poderes estava sendo preparada por extremistas leais a Bolsonaro desde o dia 3 de janeiro, quando radicais começaram a divulgar com grande intensidade mensagens em aplicativos como o Telegram e o WhatsApp para trazer manifestantes de todo o País para Brasília, com as despesas pagas.

Retorno do ex-presidente

Durante a entrevista, Costa Neto afirmou que o próprio Jair Bolsonaro teria lhe informado que pretende retornar ao Brasil no final do mês de janeiro. O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o final de 2022, quando, a três dias do fim de seu mandato, se recolheu em um condomínio na região de Orlando, na Flórida.

A intenção da sigla é manter Bolsonaro no partido como uma liderança destacada. "Quero de qualquer forma o Bolsonaro aqui no Brasil, trabalhando e prestigiando o partido, indo nos nossos eventos, visitando as cidades. E principalmente a esposa dele, a dona Michelle (Bolsonaro). Michelle se revelou com um carisma impressionante. Com isso, nós queremos eles para que fortaleçam o nosso partido", disse Costa Neto.

O novo cargo de Bolsonaro no PL - e um eventual para Michelle - vai gerar gastos para a sigla. O primeiro pagamento ainda não foi agendado, visto que a legenda está com os recursos bloqueados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois de receber uma multa de quase R$ 23 milhões por tentar anular o segundo turno com acusações infundadas sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

'Minuta do Golpe'

Costa Neto afirmou que documentos semelhantes àquele apreendido na casa do ex-ministro Anderson Torres pela Polícia Federal foram vistos por ele. Segundo o dirigente, muitas pessoas enviaram relatórios com ideias ilegais para impedir que o presidente Lula tomasse posse.

"Olha, fiquei surpreso (quanto ao documento encontrado na casa de Torres), lógico! Mas acontece que daquele documentos, vários outros circularam. Teve gente que me mandava proposta de qual lei ou artigo eu tinha que usar para não deixar o Lula assumir. As propostas vinham de todo lugar. Aquilo que acharam na casa do ex-ministro da Justiça pode ter sido uma dessas", disse.

Quanto às propostas semelhantes que foram enviadas em seu nome, Costa Neto afirmou que descartava e não as mantinha em casa. "Eu tinha o cuidado de colocar no moedor quando recebia alguma proposta dessa", disse.

O conteúdo da minuta de decreto presidencial apreendida defende a necessidade de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o "pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial" de 2022. O texto afirma que elas foram "descumpridas" em "grave ameaça à ordem pública e à paz social". O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro aparece no final do texto.

Nesta quinta-feira, 19, Bolsonaro defendeu que a minuta é um documento "apócrifo" que não indica "quaisquer atos concretos" da participação do ex-chefe do Executivo em sua redação. Segundo a defesa do ex-presidente, o papel "nunca deixou a residência privada de terceiros; não foi publicado ou publicizado, a não ser pelos órgãos de investigação e; não se tem notícia de qualquer providência de transposição do mundo do rascunho de papel para o da realidade fenomênica, ou seja, nunca extravasou o plano da cogitação".

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.