Aragão: Sem 4 membros, composição atual do conselho favorece Bolsonaro

Política
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Quatro representantes indicados por Câmara e Senado no Conselho da República tiveram mandato encerrado no início deste ano e, com isso, a atual composição do colegiado favorece o presidente Jair Bolsonaro, alerta o ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão. Ele está entre os que deixaram de integrar o Conselho, após cumprir mandato de três anos por indicação da Câmara dos Deputados no início de 2018.

Pela lei, o Conselho da República tem 15 membros, mas suas reuniões podem ser realizadas com a maioria dos membros - ou seja, oito membros. Hoje, há 11 integrantes designados: o próprio presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), os líderes de maioria e minoria nas duas Casas e dois cidadãos indicados pela Presidência.

Os dois indicados de Bolsonaro são o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, nomeados em fevereiro deste ano. As escolhas foram vistas como uma espécie de "recado" ao Supremo Tribunal Federal (STF) e também uma maneira de Bolsonaro ampliar sua influência no colegiado.

"Apesar de regulamentado o funcionamento do órgão dizendo que pode funcionar com 11 membros, eu entendo que excluir uma categoria inteira invalida sua convocação", afirma Aragão ao Broadcast, , sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Da mesma forma que você não pode excluir de uma forma genérica, e o Supremo já falou isso, desses diversos conselhos do Executivo a representação da sociedade civil. Não pode. A sociedade civil faz parte do modo de governança estabelecido na Constituição de 1988."

Segundo o ex-ministro, caso Bolsonaro cumpra a promessa de convocar o Conselho da República sem que todos os membros estejam no exercício do mandato, a convocação será contestada pelo PT. "O PT vai ao Supremo com certeza", diz.

Aragão explica ainda que, para convocar o colegiado, é preciso dar "oficialidade", por meio de uma carta aos membros e uma pauta estipulada. Não é possível fazer convocação por motivo genérico, segundo ele.

Mais cedo, na manifestação pró-governo na Esplanada, Bolsonaro disse que haverá amanhã uma reunião do Conselho da República, com presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, além do presidente do Supremo, Luiz Fux. As assessorias de Lira e Pacheco informaram que até agora eles não foram convidados para o encontro. A assessoria do STF também disse que Fux não participará da eventual reunião.

O Conselho da República é regulado pela Lei 8.041/1990 e é um órgão superior de consulta do presidente da República, reunido por convocação do chefe do Executivo. A esse colegiado cabe pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio ou "questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas".

Para o ex-ministro, não há justificativa para a convocação. "Não existe nenhum fato neste momento que justificaria estado de sítio ou estado de defesa, a não ser o querer impedir o funcionamento do Supremo Tribunal Federal", afirma.

"Nós estamos, pelo menos do ponto de vista formal, com pleno funcionamento das instituições, com Estado plenamente funcional, não estamos em estado de guerra, de guerra civil, não estamos passando por nenhum desastre ambiental, nenhuma catástrofe. Não tem nada que justifique isso. É claramente um desvio da finalidade desse conselho. Na verdade, é ele (Bolsonaro) querendo o conselho para lhe dar retaguarda numa agressão, num ataque às instituições de Estado", acrescenta Aragão.

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A ex-atriz canadense Jasmine Mooney, que participou do filme American Pie: O Livro do Amor (2009), relatou ter ficado 12 dias presa após tentar um visto para trabalhar nos Estados Unidos. Jasmine narrou o ocorrido em uma entrevista ao jornal The New York Times nesta terça, 18.

Nem o Serviço de Imigração e Alfândega e nem a Casa Branca responderam a pedidos do NYT para um pronunciamento sobre o assunto.

Segundo a ex-atriz, ela havia levado sua documentação a oficiais de uma fronteira na Califórnia para tentar seu visto. Jasmine havia recebido uma oferta para trabalhar em uma startup de saúde e bem-estar.

Ao chegar lá, ela foi informada pelos agentes que estava no local errado e levada a outra sala. Jasmine, então, foi surpreendida ao ser presa pelo Serviço de Imigração e Alfândega do país.

"Eles disseram: 'Mãos na parede'", narrou a ex-atriz. Jasmine afirma ter tentado conversar com os agentes, dizendo que não tinha a intenção de entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas em vão.

Seis dias depois, a ex-atriz contou ter sido informada de que ela e outras presas seriam transferidas a outra prisão no Arizona. Na ocasião, Jasmine disse que teve de responder a uma série de perguntas sobre se havia sido abusada sexualmente, se havia tentado suicídio, além de ser obrigada a fazer testes de gravidez em banheiros sem porta.

Enquanto ainda estava presa, ela conversou com uma emissora local, a KGTV, e afirmou que teve de dormir em um colchonete, sem cobertor e sem travesseiro, e enrolada com uma folha de alumínio. "Nunca na minha vida vi algo tão desumano", disse Jasmine.

A ex-atriz foi solta na última sexta, 14, e retornou a Vancouver, no Canadá. Ela foi proibida de entrar nos EUA por cinco anos. Jasmine, porém, pretende apelar da decisão.

Desde que assumiu o mandato, o presidente Donald Trump vem tomando "táticas linha-dura" para tentar barrar as imigrações para o país. Entenda as medidas do governo Trump aqui.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ninguém quer que a Rússia e a China fiquem juntos, completando que seu governo buscará uma relação amigável com os dois países.

Em entrevista à Fox News nesta terça-feira, 18, Trump disse que "é verdade" ao responder a uma pergunta sobre se o seu governo teria interesse em melhorar a relação com a Rússia.

Para Trump, a Rússia gostaria de ter um pouco do poder econômico dos Estados Unidos. Trump disse que teve uma "boa ligação" com Putin, que durou cerca 2 horas, afirmando que a conversa foi sobre o cessar-fogo na Ucrânia, mas também sobre outros assuntos.

Nesta terça-feira, 18, o presidente russo, Vladimir Putin, concordou em suspender os ataques a alvos de infraestrutura energética da Ucrânia por 30 dias, atendendo a uma proposta de Trump.

Sobre os processos que pairam sobre o presidente, Trump disse que não desafiaria uma ordem judicial e que conhece como ninguém as instâncias judiciais do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou esperar que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "entrem em paz", pois o mundo "não comporta mais guerra". "Espero que o cara que comanda o exército de Israel tenha ouvido (Geraldo) Alckmin para parar de atacar palestinos", disse.

"Só para vocês terem ideia, no ano passado, o mundo gastou US$ 2,4 trilhões de armas, enquanto isso nós temos 730 milhões de pessoas passando fome no mundo", continuou o petista. "Significa uma inversão de valores que não poderia acontecer no mundo hoje."

A declaração foi dada durante visita à fábrica da Toyota no município de Sorocaba nesta terça-feira, 18, no interior de São Paulo. Além de Lula, estão presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Mais cedo, Zelensky afirmou que a Ucrânia apoiaria uma proposta dos EUA para interromper os ataques à infraestrutura energética russa e que espera falar com o presidente americano Donald Trump sobre seu telefonema de hoje com o presidente Putin.

O presidente ucraniano disse que, após a ligação entre Putin e Trump, ele mesmo conversou por telefone com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, ambos aliados europeus importantes. Zelensky diz esperar que os parceiros de Kiev não cortem a assistência militar vital para a Ucrânia, depois que Putin enfatizou que qualquer resolução do conflito exigiria o fim de toda a assistência militar e de inteligência.