Lula: Pessoal estava acatando ordem que o Bolsonaro deu durante muito tempo

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não teve medo de perder o controle do País no dia 8 de janeiro, quando ocorreram atos antidemocráticos em Brasília. Na avaliação de Lula, os golpistas estavam cumprindo ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula afirmou que os atos pareciam o "começo de um golpe de Estado". "Eu fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de Estado. Eu fiquei com a impressão, inclusive, que o pessoal estava acatando ordem e orientação que o Bolsonaro deu durante muito tempo", afirmou, em entrevista à Globo News nesta quarta-feira (18).

Ao responsabilizar Bolsonaro por parte dos atos antidemocráticos, o presidente disse que por "muito tempo ele mandou invadir a Suprema Corte, muito tempo ele desacreditou do Congresso Nacional, muito tempo ele pedia que o povo andasse armado, que isso era democracia." Em sua avaliação, o silêncio do ex-presidente após a derrota nas eleições passava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo. "Possivelmente, Bolsonaro estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe."

O presidente disse que conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, enquanto os atos aconteciam, e que foi proposto fazer uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Contudo, ele negou. "Quando fizeram GLO no Rio de Janeiro, o Pezão virou rainha da Inglaterra". "Eu tinha acabado de ter sido eleito. Não ia abrir mão de cumprir com minhas funções", garantiu.

Lula também responsabilizou Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. "Ele sabia o que ia acontecer, foi embora e quando voltou deixou o celular lá. Pra gente não fazer as investigações. Mas nós vamos fazer as investigações."

O presidente pontua que, se soubesse o que iria acontecer, não teria saído de Brasília no final de semana. "A minha inteligência do Planalto não serviu para me avisar que poderia acontecer isso. Se eu soubesse, não teria viajado", disse.

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O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, diz que as mudanças no cenário geopolítico e a necessidade de garantir mais produção de defesa no Canadá desencadearam uma revisão da aquisição planejada do país de 88 jatos de combate F-35 da Lockheed Martin.

A possibilidade de o Canadá trabalhar com a Europa em caças e realizar parte do trabalho em território canadenses fez parte das conversas que Carney disse ter tido na segunda-feira, 17, com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

"Dado o ambiente geopolítico, dado o fato de haver opções e dada a possibilidade de ter uma produção substancial de aeronaves alternativas no Canadá", Carney disse que era prudente rever o contrato da Lockheed Martin, finalizado no início de 2023. Segundo esse pacto, as entregas estão previstas para começar em 2026 e todas as aeronaves adquiridas deverão estar em operação até 2034.

Desde que assumiu o poder, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas pesadas aos seus parceiros comerciais mais próximos, renovou os laços diplomáticos com a Rússia e alertou sobre o corte da ajuda militar à Ucrânia.

Um porta-voz da Lockheed Martin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. No fim de semana, Carney convidou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para a reunião de líderes do Grupo dos Sete que o Canadá organizará ainda este ano.

O Departamento de Estado americano disse que o embaixador da África do Sul nos Estados Unidos, Ebrahim Rasool, - que foi declarado "persona non grata" na semana passada - tem até sexta-feira, 21, para deixar o país.

Depois que o secretário de Estado, Marco Rubio, determinou que o embaixador não era mais bem-vindo nos EUA e publicou sua decisão na rede social X, os funcionários da embaixada sul-africana foram convocados ao Departamento de Estado e receberam uma nota diplomática formal explicando a decisão, disse a porta-voz do departamento, Tammy Bruce.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, Chrispin Phiri, afirmou em uma entrevista nesta segunda, 17, que Rasool ainda estava nos EUA, mas que sairia o mais rápido possível.

O porta-voz-chefe do Pentágono, Sean Parnell, disse nesta segunda-feira, 17, que os Estados Unidos usarão uma "força letal avassaladora" até que seu objetivos sejam atingidos no Iêmen.

"Esse é um ponto muito importante, pois também não se trata de uma ofensiva sem fim. Não se trata de mudança de regime no Oriente Médio. Trata-se de colocar os interesses americanos em primeiro lugar", declarou Parnell em coletiva de imprensa.

Segundo ele, o Pentágono está perseguindo um conjunto muito mais amplo de alvos no Iêmen do que durante o governo do ex-presidente Joe Biden e que os Houthis podem impedir mais ataques dos EUA dizendo apenas que interromperão seus atos.

Durante o fim de semana, os EUA lançaram ataques aéreos contra os Houthis no Iêmen, matando pelo menos 53 pessoas, enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, advertiu que "o inferno cairá" se o grupo continuar atacando os navios do Mar Vermelho.