Zema posta foto com Bolsonaro após criticar postura do ex-presidente na pandemia

Política
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) publicou nas suas redes sociais neste sábado, 7 uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está cumprindo agendas em Belo Horizonte neste final de semana. A postagem de Zema ocorre uma semana depois dele demonstrar um distanciamento, ao criticar a postura do ex-presidente durante a pandemia de covid-19.

Na legenda da imagem, o governador indicou que a relação dos dois está apaziguada: "Com um cafezin e pão de queijo, todo mundo se entende!".

No último dia 25, durante o evento "almoço-debate", promovido pelo Grupo Lide, cujo fundador, o ex-governador de São Paulo, João Doria, também estava presente, Zema disse que teve uma posição totalmente diferente da adotada por Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. A fala aconteceu após o governador ser questionado pelo Estadão sobre as propostas em que discorda do ex-presidente.

"Sou de um partido diferente dele. Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele. Tanto é que Minas Gerais foi o Estado, excluindo Norte e Nordeste, com a menor taxa de mortalidade no Brasil. Está aí um exemplo claríssimo", disse.

Zema também afirmou que uma diferença entre ele e Bolsonaro seria a presença de parentes na administração pública, e que o seu apoio ao ex-presidente teria representado uma oposição ao PT, e não uma concordância de ideias.

"Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele do que com quem governou Minas antes", concluiu o governador. Antes dele, Minas Gerais foi governada por Fernando Pimentel (PT).

Relação de Bolsonaro e Zema é marcada por 'vai e vem'

A relação entre Bolsonaro e Zema é marcada por aproximações e distanciamentos. Em 2018, Zema chegou a pedir votos para Bolsonaro durante o debate eleitoral em Minas, mesmo com João Amoêdo sendo o candidato à Presidência pelo Partido Novo. Em 2022, apoiou Felipe D'Avila no primeiro turno, mas declarou apoio ao ex-presidente no segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista ao Estadão em agosto, o governador mineiro deu nota 8 ao governo Bolsonaro, mas disse que a gestão do ex-presidente pecou na comunicação, que recebeu nota 5. "Ele fez um governo bom", resumiu.

O momento de maior distanciamento entre os dois ocorreu durante a pandemia. Ao contrário de Bolsonaro, Zema tomou quatro doses da vacina contra a Covid-19 e incentivou a população do Estado a se vacinar.

No fim de agosto, Zema condecorou Bolsonaro com o título de cidadão honorário de Minas Gerais. Na solenidade, realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), apoiadores do ex-presidente fizeram um coro pedindo para que o governador mineiro deixasse o Novo e se filiasse ao PL. O governador não reagiu à situação e continuou o seu discurso.

Desde o início do ano, o mineiro entrou no radar do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que está de olho nas eleições municipais do ano que vem. Em junho, por meio da sua assessoria, o governador negou que estaria negociando com a sigla de Bolsonaro e descartou uma saída do Novo, que tem o governador mineiro como o único chefe de Executivo estadual. Zema também é cotado para assumir o posto de representante da direita nas eleições de 2026, já que o ex-presidente está inelegível por 8 anos, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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A principal acusadora do financista Jeffrey Epstein e do príncipe Andrew por abusos sexuais, Virginia Giuffre, morreu aos 41 anos nesta sexta-feira, 25. Segundo sua família, ela cometeu suicídio na fazenda onde morava, na Austrália.

A advogada foi vítima de tráfico de pessoas do financista americano Jeffrey Epstein quando era adolescente. Em 2009, ela foi uma das mulheres a acusar Epstein de chefiar uma rede criminosa para abusar de adolescentes.

"Virginia foi uma guerreira feroz na luta contra o abuso sexual e o tráfico sexual. Ela foi a luz que iluminou tantas sobreviventes", disse a família em um comunicado. "Apesar de todas as adversidades que enfrentou na vida, ela brilhou intensamente. Sentiremos muito a sua falta."

Segundo a acusação de Giuffre, Epstein teria a recrutado junto com a cúmplice Ghislaine Maxwell (filha do magnata britânico Robert Maxwell) quando ela era menor de idade, com o pretexto de torná-la massagista sexual. A acusação foi feita inicialmente na Justiça, sob o pseudônimo Jane Doe 102.

Em 2015, ela tornou a história pública ao contá-la para o tabloide The Mail on Sunday, um tabloide britânico.

Em 2019, ela contou que entre os amigos de Epstein e Maxwell, que também abusavam das garotas, estava o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III. Ele negou as acusações no início, mas renunciou aos deveres reais em 2019 e em 2022 fez um acordo judicial com Giuffre.

Apesar de ter admitido mais tarde que havia mentido em alguns pontos da denúncia, como a idade em que conheceu Epstein, os relatos de abusos foram confirmados por documentos, depoimentos de testemunhas e fotos - incluindo uma dela e de Andrew, com o braço dele em volta da barriga nua dela, na casa de Maxwell em Londres.

Giuffre disse em um de seus processos que fez sexo com o príncipe três vezes: em Londres durante uma viagem em 2001, na mansão de Epstein em Nova York quando tinha 17 anos e depois nas Ilhas Virgens, quando ela tinha 18.

"Ghislaine disse: 'Quero que você faça por ele o que faz por Epstein'", disse Virginia Giuffre ao "Dateline" da NBC News em setembro de 2019, referindo-se ao príncipe.

Nascida nos Estados Unidos e radicada na Austrália, Virginia Giuffre se tornou uma defensora dos sobreviventes da rede criminosa comandada por Epstein, que foi preso em 2019 em Nova York após ser sentenciado por tráfico sexual.

Segundo o governo dos Estados Unidos, Epstein explorou sexualmente mais de 250 meninas menores de idade durante os anos 2000. Ele foi encontrado enforcado em sua cela um mês após ser preso, aos 66 anos, no que foi considerado suicídio.

Ela deixa três filhos, que a declaração descreve como a "luz de sua vida". "Sua coragem me impulsionou a lutar com mais afinco, e sua força foi inspiradora. O mundo perdeu um ser humano incrível hoje. Descanse em paz, meu doce anjo", escreveu a advogada de Giuffre, Sigrid McCawley, em um comunicado. /NYT, AP, AFP

Em março, Giuffre foi hospitalizada após um acidente grave de carro e publicou no Instagram em que ela dizia que estava sofrendo de insuficiência renal, por causa do acidente.

Agentes do FBI prenderam nesta sexta, 25, uma juíza estadual de Wisconsin, acusada de obstruir o trabalho de agentes de imigração. A medida representa uma escalada na guerra do governo de Donald Trump contra autoridades locais a respeito das deportações. A Casa Branca exige, sob ameaça de investigação ou processo, total cooperação com a agenda do presidente.

O governo acusa a juíza Hannah Dugan de deixar escapar um cidadão mexicano que estava em seu tribunal. Eduardo Flores-Ruiz respondia a acusações de contravenção e foi conduzido por ela para uma porta lateral, enquanto agentes federais esperavam por ele no corredor para prendê-lo. A magistrada confrontou os agentes e pediu que eles conversassem com o juiz-chefe do tribunal, Carl Ashley.

"Apesar de ter sido informada do mandado administrativo de prisão de Flores-Ruiz, a juíza Dugan escoltou ele e seu advogado para fora do tribunal pela 'porta do júri', que leva a uma área restrita", diz a denúncia escrita por um agente do FBI.

Na semana passada, Dugan já havia sido acusada de obstruir um processo de uma agência federal e de ocultar um indivíduo para impedir sua localização e prisão. No entanto, após uma breve audiência em um tribunal federal de Milwaukee, ela foi liberada sob fiança.

Reação

Ontem, o FBI prendeu a juíza afirmando que ela "intencionalmente desorientou agentes federais", escreveu o diretor do FBI, Kash Patel, nas redes sociais, antes de as acusações serem reveladas.

Dugan, de 65 anos, é muito popular nos círculos progressistas de Milwaukee, maior cidade de Wisconsin. Ela foi eleita com folga, em 2016, e nem sequer teve um oponente republicano quando se reelegeu, em 2022. Seu mandato expira em 2028.

Christopher Wellborn, presidente da Associação Nacional de Advogados de Defesa Criminal, reagiu à prisão da juíza, afirmando que a democracia americana "se baseia na independência do Judiciário". "Ações retaliatórias do Executivo, que pareçam minar essa base, exigem nosso escrutínio inabalável e uma resposta contundente", afirmou. Ashley, o juiz-chefe de Milwaukee, disse que o caso seria tratado por outro magistrado do tribunal e se recusou a fazer mais comentários.

O governo Trump prometeu investigar e processar as autoridades locais que não ajudarem nos esforços federais de fiscalização da imigração ilegal, denunciando o que eles chamam de "cidades-santuário", por não cooperarem com as apreensões e deportações de milhões de estrangeiros.

O caso de Milwaukee é um ponto crítico do embate: quando agentes de imigração tentam prender imigrantes ilegais que estão comparecendo a uma audiência em um tribunal estadual. As autoridades locais geralmente se irritam com essas operações, argumentando que elas colocam em risco a segurança pública, caso as pessoas que estão respondendo a questões legais menores sintam que não é seguro entrar nos tribunais.

Obstrução

No primeiro mandato de Trump, uma juíza local de Massachusetts foi indiciada pelo Departamento de Justiça sob a acusação de obstruir as autoridades de imigração. As acusações foram retiradas depois que a magistrada concordou em se submeter a uma punição administrativa.

O caso também envolveu alegações de que uma juíza permitiu que um réu que estava sendo procurado por agentes de imigração saísse do prédio pela porta dos fundos para evitar a detenção. A Comissão de Conduta Judicial de Massachusetts apresentou acusações disciplinares formais contra a juíza Shelley Joseph. Ela negou qualquer irregularidade. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Luigi Mangione, acusado da morte a tiros do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, declarou-se inocente das acusações federais nesta sexta-feira, 25, em um caso que pode o levar à pena de morte.

Mangione enfrenta acusações que incluem o uso de uma arma de fogo para cometer assassinato, perseguição interestadual e disparo de uma arma de fogo equipada com silenciador. Alguns de seus partidários, que se agarraram ao caso devido à frustração com o setor de seguros, sentaram-se atrás dele na galeria lotada do tribunal.

Os promotores federais apresentaram na quinta-feira, 24, uma notificação formal de que pretendem pedir a pena de morte. No início deste mês, a Procuradora Geral Pam Bondi ordenou que eles fizessem isso, chamando o suposto crime de "assassinato premeditado e a sangue frio que chocou os Estados Unidos".