Jornalista do 'Estadão' é alvo de ataque hacker; governo diz que vai acionar PF

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A editora-executiva de Política e chefe da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza Matais, foi alvo de um ataque de hacker na noite desta quarta-feira, 4. A conta da jornalista do portal Gov.BR foi invadida - o site reúne serviços para o cidadão e dados pessoais dos usuários, incluindo a declaração do Imposto de Renda.

Hackers trocaram a senha da acesso da jornalista e exigiram dinheiro para não divulgarem informações de seu Imposto de Renda. Ao Estadão, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que vai acionar a Polícia Federal (PF) para investigar o caso. "Nenhum jornalista e nenhum cidadão pode ser vítima desse tipo de ação", disse.

O ataque hacker ocorreu após o Estadão publicar reportagem em que mostra como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou para liberar empréstimo e interferir na eleição da Argentina. A informação foi revelada pela colunista do jornal Vera Rosa.

Nas redes sociais, Andreza também passou a ser alvo de ataques após compartilhar a reportagem em seu perfil no Twitter.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) cobrou apuração da invasão da conta pessoal da jornalista no site governamental e afirmou que repudia "veementemente a tática extremista" de ataques à imprensa.

"Além de exigir a investigação e responsabilização dos invasores, a ANJ repudia veementemente a tática extremista, independentemente do viés ideológico, de ofender e tentar desqualificar e intimidar vias redes sociais jornalistas profissionais, em particular mulheres."

De acordo com a reportagem publicada pelo Estadão, Lula agiu para que os países-membros do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) aprovassem a transferência de US$ 1 bilhão diretamente para o FMI, em nome da Argentina. O Palácio do Planalto entrou em contato com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no CAF.

A Secom divulgou nota nesta quarta-feira, 4, para dizer que o empréstimo à Argentina teve como único objetivo "ajudar o país com escassez de reservas".

Na nota, o órgão afirmou que "diferentemente do que vem sendo repercutido" (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente Lula. O comunicado afirma, ainda, que o presidente não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo revelou a colunista Vera Rosa, Tebet deu aval à operação após pedido do presidente. A ministra é governadora do Brasil no CAF.

Leia a íntegra da nota da ANJ

"A Associação Nacional de Jornais espera a imediata apuração da invasão da conta pessoal da jornalista Andreza Matais, diretora da Sucursal do Estado de S. Paulo em Brasília, no site governamental gov.br. A conta foi invadida e a jornalista, ameaçada de ter seus dados pessoais revelados depois de notícias produzidas pela sucursal sobre o governo federal e que geraram uma série de ataques contra a profissional e o jornal.

Além de exigir a investigação e responsabilização dos invasores, a ANJ repudia veementemente a tática extremista, independentemente do viés ideológico, de ofender e tentar desqualificar e intimidar vias redes sociais jornalistas profissionais, em particular mulheres."

Em outra categoria

Em seu primeiro pronunciamento público após deixar a Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden defendeu a Seguridade Social do país, destacando que fortaleceu a rede de assistência aos americanos durante a sua administração e que o sistema tem de ser protegido.

"Segurança social é uma promessa sagrada para os americanos", disse Biden em sua participação na Conferência de Defensores, Conselheiros e Representantes de Pessoas com Deficiência 2025, realizada nesta terça-feira em Chicago.

Biden iniciou seus comentários abordando seus primeiros anos na política e sua história familiar. "Meu pai tinha uma expressão. Ele dizia: 'Joey, um emprego é muito mais do que um salário. É sobre sua dignidade. É sobre respeito'", disse Biden.

O ex-presidente enalteceu os esforços de seu governo para reduzir a fraude na Previdência Social e zombou das alegações do governo Trump - incluindo as do czar da redução de custos do presidente Trump, Elon Musk - de que dezenas de inacreditavelmente idosos estão recebendo pagamentos.

"A propósito, quero conhecê-los, aqueles caras de 300 anos que recebem essa Previdência Social", disse Biden. "Que coisa incrível, cara. Estou em busca da longevidade."

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta terça-feira, 15, que, segundo ele, reduziria os preços dos medicamentos prescritos para muitos americanos, inclusive para os usuários do Medicare.

A ordem ressuscitou algumas políticas de seu primeiro governo, como a obrigatoriedade de os centros de saúde comunitários fornecerem insulina e epinefrina injetável com desconto para pacientes sem seguro e alguns pacientes de baixa renda. O governo de Joe Biden rescindiu essa regra em 2021, dizendo que ela seria excessivamente onerosa para os centros de saúde.

Assim, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos deve trabalhar com o Congresso para reconsiderar a forma como negocia determinados preços de medicamentos do Medicare com as empresas farmacêuticas.

Trump também assinou um memorando presidencial para expandir o programa de acusação de fraudes da Administração da Previdência Social e outras ações destinadas a interromper os pagamentos a pessoas que não têm direito aos benefícios.

A China anunciou nesta terça-feira, 15, que está investigando três supostos agentes dos EUA, acusados de realizar ciberataques contra a infraestrutura chinesa durante os Jogos Asiáticos, realizados em fevereiro na cidade de Harbin.

Em um comunicado, a polícia de Harbin, na China, identificou os suspeitos como Katheryn A. Wilson, Robert J. Snelling e Stephen W. Johnson, e afirmou que eles atuaram por meio da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês). A polícia não revelou como obteve os nomes nem a localização atual dos envolvidos.

Os ataques alegadamente visaram os sistemas responsáveis pela gestão dos Jogos, como registro, inscrição nas competições e organização de viagens, todos os quais armazenavam "grandes quantidades de dados pessoais sensíveis de indivíduos associados aos Jogos", conforme informou a polícia.

Os ataques prosseguiram durante o evento com a tentativa de "interromper e prejudicar suas operações normais", segundo a agência estatal de notícias Xinhua. O relatório também afirmou que os ciberataques da NSA tiveram como alvo infraestruturas críticas da província de Heilongjiang, que inclui Harbin, como energia, transporte, recursos hídricos, telecomunicações e instituições de pesquisa em defesa. A Xinhua também mencionou que os hackers atacaram a empresa de tecnologia chinesa Huawei.

Além disso, o relatório indicou que a NSA "transmitiu pacotes de dados criptografados desconhecidos para dispositivos específicos com sistemas operacionais Microsoft Windows dentro da província".