'Presidiário, ladrão e comunista': veja o que Javier Milei já falou sobre Lula

Política
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O presidenciável Javier Milei, um dos favoritos para vencer a eleição presidencial na Argentina neste domingo, 22, é um crítico contumaz do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Milei já se referiu ao petista como "ladrão", "comunista furioso" e "ex-presidiário". As primeiras críticas são de 2021, quando se fortaleceram os rumores de que Lula seria candidato à Presidência.

O episódio mais recente envolvendo os dois foi no começo de outubro, quando o Estadão revelou que, com o aval do governo brasileiro, a Argentina conseguiu um empréstimo bilionário junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), mesmo sem ter crédito, o que beneficia o candidato governista, Sergio Massa, principal adversário de Milei.

O candidato libertário acusou Lula de atuar contra a sua candidatura e o chamou de "comunista furioso". "A casta vermelha treme. Muitos comunistas furiosos e agindo diretamente contra minha pessoa e meu espaço. A liberdade avança. Viva a liberdade c...", escreveu Milei nas redes sociais.

A possibilidade de vitória de Milei assombra o Planalto, porque pode ter impactos muito significativos tanto nas relações comerciais do Brasil com a Argentina quanto ameaçar o projeto que o governo Lula tem de ampliar a influência do País na América Latina. Somado a essa possibilidade, há o fato de, no último dia 16, o Equador ter eleito Daniel Noboa, outro político mais alinhado à direita.

Chineses, Lula e Putin no mesmo barco

Duas semanas antes do episódio do empréstimo, Milei concedeu uma entrevista para o jornalista estadunidense Tucker Carlson. O presidenciável disse que, se ganhar as eleições, não fará negócios com o Brasil ou com qualquer país que ele considerar "comunista", colocando o presidente brasileiro na mesma categoria da China e da Rússia.

"Não só não farei negócios com a China, como não farei negócios com nenhum comunista. Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não se enquadram nisso, nem os chineses, nem Putin, nem Lula", falou Milei na entrevista, prometendo o corte das relações comerciais.

Lula, por sua vez, já disse que pretende manter as relações com o País vizinho, indiferente a quem vença as eleições. "Quando tiver uma eleição, o Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino, independentemente de quem seja o presidente", afirmou Lula em entrevista coletiva em Johanesburgo, em agosto, depois de uma reunião de cúpula do Brics. O presidente brasileiro é próximo do atual mandatário argentino, Alberto Fernandéz, adversário político de Milei.

'Presidiário comunista' e campanha por Bolsonaro

Durante as últimas eleições brasileiras, Milei fez campanha a favor de Jair Bolsonaro e apareceu diversas vezes ao lado de Eduardo, o "03" do ex-presidente.

Em encontro no dia 15 de outubro de 2022, antes do segundo turno das eleições brasileiras, Milei gravou um vídeo para suas redes sociais com um recado aos brasileiros: "não se deixem levar pelo presidiário comunista Lula. Votem em Jair Bolsonaro".

O apoio é uma via de mão dupla: o ex-presidente Jair Bolsonaro também gravou mensagens de apoio a Milei nas últimas semanas.

Na celebração do feriado da Independência do Brasil em 2022, que coincidiu com a campanha eleitoral do ex-presidente, Milei publicou nas suas redes sociais um vídeo da avenida Paulista, em São Paulo, repleta de manifestantes vestidos de verde e amarelo. O trecho mostra uma pessoa sobre um carro de som elogiando o argentino.

"Todo o meu apoio ao presidente Jair Bolsonaro para as próximas eleições contra o ex-presidiário Lula. Não deixemos que os comunistas avancem no sonho de uma União Soviética Latino-Americana", escreveu o libertário na legenda da publicação.

'Político ladrão' e 'socialista de bons modos'

Milei já chamou Lula de "político ladrão" também. Ele disse, nos primeiros dias do governo petista, que o presidente brasileiro faz parte de um grupo de "políticos ladrões", que é um "socialista de bons modos" e que trabalha para o Foro de São Paulo. O Estadão Verifica explicou os mitos e verdades sobre essa organização.

"Esse é o modelo que os políticos ladrões querem. Tanto os kirchneristas com o seu socialismo de maus modos quanto os 'Juntos pelo Cargo' (trocadilho com o grupo político Juntos por el Cambio, liderado por Macri e ao qual pertence a outra candidata das eleições argentinas, Patricia Bullrich. Nessa frase, 'cargo' foi usado no sentido de 'imposto') com o seu socialismo de bons modos e seu amor pelo modelo de Lula, operador do Foro de São Paulo, a União Soviética da América Latina", disse Milei.

A Coluna do Estadão apontou que, embora a possível vitória de Milei possa ser uma preocupação para a esquerda na América Latina, cientistas políticos avaliam que, caso ele chegue à Casa Rosada, não se envolverá em campanhas para impulsionar a extrema-direita na região porque terá graves problemas domésticos para resolver, como hiperinflação, violência, pobreza e desemprego.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que o cenário geopolítico atual "pode facilmente levar à Terceira Guerra Mundial", mas garantiu que "estamos em uma boa posição para evitar" a "provável" eclosão do conflito. Para o republicano, uma nova grande guerra seria "como nenhuma outra", devido ao possível uso de armas nucleares.

Em discurso no Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), Trump destacou as dificuldades para negociar um cessar-fogo na Ucrânia. "Não é fácil" dialogar com a Rússia, afirmou, mas garantiu que "estamos fazendo um bom trabalho com os russos". "Tive ótimas conversas com a Rússia e a Ucrânia hoje. Vamos conversar com Vladimir Putin para fecharmos um acordo de cessar-fogo de uma vez", acrescentou.

O presidente também assegurou que os EUA irão recuperar os recursos enviados à Ucrânia para financiamento militar por meio de futuros acordos, incluindo o de exploração de minerais. Apesar do apoio militar americano, "que fazem os melhores equipamentos militares do mundo", Trump ressaltou que "muitos soldados ucranianos ainda estão em perigo".

O republicano também prometeu manter as tarifas contra México, Canadá e China até que "a entrada de drogas nos EUA seja interrompida". "Não vamos descansar até combater a entrada de fentanil nos EUA", afirmou.

Trump ainda disse que o governo federal e o DoJ, sob sua gestão, "serão os órgãos que mais combaterão crimes no mundo". Em seguida, agradeceu aliados na Justiça americana, como Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, e Kash Patel, diretor do FBI.

Ele também voltou a criticar Joe Biden e os democratas. "Nossos predecessores transformaram o Departamento de Justiça no 'Departamento de Injustiça'. Estou aqui hoje para declarar que esses dias acabaram e nunca mais voltarão", afirmou.

Sobre as eleições, Trump acusou os democratas de tentarem impedir seu retorno à Casa Branca. "Falharam. Ganhei todos os swing states, ganhei no voto popular. O mapa dos Estados Unidos estava todo vermelho. Mas pelos republicanos, não pelo comunismo. Eles democratas queriam vermelho pelo comunismo", disse.

O Senado norte-americano aprovou definitivamente um projeto de lei que pode aumentar as penalidades para traficantes de fentanil, com 84 votos a favor e 16 contra, todos esses últimos de democratas. A proposta teve forte apoio dos democratas na Câmara, onde muitos estão determinados a combater a distribuição de fentanil após uma eleição em que o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou o problema.

Em 2023, quando os republicanos da Câmara aprovaram um projeto de lei semelhante, ele ficou parado no Senado, que era controlado pelos democratas.

Críticos apontam que a proposta repete os erros da "guerra às drogas", que resultou na prisão de milhões de pessoas viciadas, especialmente afro-americanos. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, pediu mais uma vez nesta sexta-feira, 14, que os Estados Unidos instalem armas nucleares no país. De acordo com ele, isso fortaleceria a segurança polonesa ante a Rússia.

Para Duda, a Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, corre o risco de ser o próximo país a ser ameaçado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a guerra no país vizinho - que está em negociação para chegar ao fim.

Duda, que também é comandante-chefe das forças armadas polonesas em rápida expansão, afirmou que a Rússia de hoje é pelo menos tão agressiva quanto a antiga União Soviética. Ele condenou o que chamou de ganância imperial de Moscou.

O presidente polonês, que já havia pedido antes o envio de armas nucleares, disse ao jornal Financial Times que conversou com o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, sobre o plano. Ele chamou de "óbvio" o poder do presidente americano Donald Trump de mover as ogivas nucleares na região, se desejar. "As fronteiras da Otan avançaram para o leste em 1999. 26 anos depois, a infraestrutura também deveria se deslocar para o leste", declarou.

Embora o presidente polonês tenha ciência de que o Kremlin o posicionamento de armas nucleares mais próximo de seu território como uma provocação, ele enxerga a proposta como uma medida defensiva para fortalecer a dissuasão.

Para o presidente, a proposta é uma resposta a ações de Moscou, que deslocou parte de seu arsenal nuclear para Belarus em 2023 - e, portanto, mais próximo do território da Otan, a aliança de países ocidentais. "Essa tática defensiva é uma resposta vital ao comportamento da Rússia, realocando armas nucleares na área da Otan", disse o líder polonês a outro jornal estrangeiro, a BBC.

Duda também acolheu as propostas feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para estender o escopo das armas nucleares francesas a outros membros da Otan. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, já havia elogiado a proposta do líder francês.

Desde o início da guerra, a Polônia tem sido o país da Otan que mais reserva gastos para fortalecer a defesa, investindo 5% do seu PIB. Isso supera até mesmo os Estados Unidos, o principal financiador da Ucrânia no conflito.

Questionado pela BBC sobre como o arsenal nuclear americano fortaleceria sua defesa, Duda afirmou que isso aprofundaria o compromisso dos EUA com a segurança do país. "Todo tipo estratégico de infraestrutura, americana e da Otan, que temos em nosso solo fortalece a inclinação dos EUA e da Otan para defender este território", disse.

Os americanos já deslocaram 10 mil tropas para a Polônia desde o início da guerra.

Negociações em torno da guerra

Ao contrário de outros líderes europeus, que expressam preocupações com a posição de Donald Trump com relação à guerra, o presidente polonês afirmou que não considera que haja um desequilíbrio pró-Moscou nas negociações. À BBC, ele disse que está confiante de que o presidente americano tem um plano, como dito por ele mesmo, para "encorajar o lado russo a agir de forma razoável".

Duda também disse que não conseguia imaginar Trump dando uma guinada em relação ao compromisso que assumiu durante a reunião do mês passado sobre manter as tropas americanas na Polônia. "Preocupações quanto aos EUA retomarem sua presença militar da Polônia não são justificadas. Somos um aliado confiável para os EUA e eles também têm seus próprios interesses estratégicos aqui", disse ele.

O presidente ainda rejeitou a proposta de Donald Tusk sobre a Polônia construir seu próprio arsenal nuclear, dita na semana passada. Segundo ele, levaria anos para que isso fosse possível.