Câmara discute mais um 'dia de alguma coisa' e pode aprovar o Dia Nacional do Brega

Política
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A Câmara dos Deputados fará uma audiência pública nesta semana para discutir a criação de mais um "dia de alguma coisa". Mais de 70% dos dias do ano já têm algo a ser celebrado, e 14 de fevereiro pode ganhar uma festividade própria e se tornar o Dia Nacional do Brega.

Artistas e produtores do brega vão se reunir em reunião da Comissão de Cultura na terça-feira, 21, para debater sobre a criação e inserção da data no calendário nacional. O projeto de lei que trata sobre o tema é de autoria do deputado Pedro Campos (PSB-PE).

A audiência terá a participação de sete cantores e produtores do gênero. Estarão na reunião os artistas Conde, que fez sucesso nos anos 1990 e 2000 no grupo Só Brega; Dany Myler, ex-vocalista dos grupos Garotões do Forró e Capital do Sol e famosa pela canção "A mulher dos meus sonhos"; e Michelle Melo, ex-vocalista da Banda Metade.

Também participarão da audiência Anderson Neiff, um dos principais nomes do gênero brega funk hoje, com músicas como "Noite das safadas" e "Posturado"; Betinho Rossi, filho do falecido artista Reginaldo Rossi, que é considerado o maior expoente do brega no Brasil; e os produtores musicais Alexandre Vinícius e Rodrigo Meli.

O requerimento para a audiência é de autoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que defendeu a realização de uma audiência pública no Legislativo diante da "relevância social, cultural e histórica" do gênero musical.

"A música brega possui raízes profundas na diversidade do Brasil, refletindo as nuances culturais de diferentes regiões do País. Ela se destaca por sua capacidade de conectar gerações, servindo como uma trilha sonora para momentos significativos na vida das pessoas", afirmou a deputada no pedido para realização da reunião no colegiado.

No requerimento de Lídice, há convite também para a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da cantora de brega e carimbó Joelma na audiência. As duas não aparecem na agenda oficial da Câmara até o momento. O Estadão procurou a ministra e a artista, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A audiência vai debater o projeto de lei de Pedro Campos, apresentado no dia 27 de setembro. O deputado, filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, justificou a criação de uma data nacional para o brega como uma homenagem a um "fenômeno cultural que ultrapassa as barreiras da música".

"Ele influencia a moda, o estilo de vida e até mesmo a maneira como as pessoas se relacionam com suas emoções e experiências pessoais. O termo 'brega' frequentemente engloba uma atitude desafiadora em relação às convenções estéticas, encorajando a autenticidade e a expressão individual", disse o parlamentar na proposta.

Parlamentares passam horas discutindo criação de datas comemorativas

Levantamento do Estadão mostrou que, até agosto, celebrações entraram para o calendário brasileiro por meio de 266 projetos de lei aprovados pelo Congresso Nacional, portarias e decretos sancionados pela Presidência da República ao longo de mais de 60 anos.

Em 2023, há mais de 90 propostas de criação de dias nacionais. Estão, entre elas, o dia nacional do padrasto e da madrasta, das artes marciais, do futebol, dos defensores de animais, do imigrante grego, do acolhimento familiar, da advocacia municipalista, da música gospel, do tiro esportivo, dos recifes de coral e ambientes coralíneos, entre outros.

O projeto de Campos tramita na Comissão de Cultura da Câmara. Caso seja aprovado pelo colegiado, será apreciado pelo plenário da Câmara e, depois, seguirá para o Senado Federal. Se for aceito pelos senadores, o texto passará pela sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.

O governo da Colômbia decretou emergência sanitária em todo o País por conta do aumento de casos de febre amarela no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o sábado, 19, foram confirmados 54 casos da doença e 22 mortes só neste ano.

Considerando números também de 2024, já são 77 registros da doença dos quais 35 morreram.

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A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos e tem entre os sintomas febre alta, de início súbito, dor de cabeça intensa e duradoura, falta de apetite, náuseas e dor no corpo, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

Nas formas graves, pode levar a insuficiência hepática e renal com agravamento da icterícia - coloração amarelada na parte branca dos olhos, além de hemorragias.

O governo colombiano ampliou a campanha de vacinação no País, com foco em crianças a partir de nove meses de idade e adultos a partir de 59 anos.

A vacinação é gratuita e fornece imunidade a partir do décimo dia da aplicação em 95% dos vacinados.

Os Emirados Árabes Unidos pediram que Israel não tome medidas que possam agravar as tensões no Oriente Médio em declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país neste domingo, 20. Na declaração, o ministério responsabiliza as autoridades israelenses pela interrupção do cessar-fogo na região e pediu que se abstenham de medidas que possam agravar as tensões. No comunicado, os Emirados Árabes Unidos também afirmam "rejeição categórica a todas as práticas que violem o direito internacional e ameacem levar a uma maior escalada" do conflito na região.

A declaração dos Emirados Árabes Unidos ocorre após ameaças de invasão e fechamento da mesquita de Al-Aqsa, localizada em Jerusalém e foco histórico de tensões entre judeus e muçulmanos. Na declaração, os Emirados Árabes Unidos afirmaram haver necessidade de "proteção total aos locais sagrados islâmicos e cristãos" e de impedir violações no complexo da mesquita.

"Os Emirados Árabes Unidos condenam nos termos mais fortes os apelos extremistas para bombardear a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha e cometer violações contra os cristãos em Jerusalém. Também condenam veementemente as violações de Israel contra os cristãos em Jerusalém durante o Sábado Santo, incluindo a negação de acesso às igrejas e agressões físicas, alertando sobre as sérias repercussões dessas práticas arbitrárias, que ameaçam aumentar ainda mais as tensões na região", disse o país na declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.

Por fim, os Emirados Árabes Unidos apelaram à comunidade internacional por esforços para alcançar uma paz abrangente com base em dois Estados. A manifestação ocorre também depois de novos ataques das forças israelenses no Líbano, com Israel intensificando as ações militares na região.

Os Emirados Árabes Unidos são um dos países que atuam como mediadores do conflito em Gaza.