Gilmar sobre PEC aprovada no Senado: "Esta Casa não é composta por covardes'

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o ministro Gilmar Mendes reagiram no início da sessão plenária de hoje à aprovação da PEC no Senado que limita os poderes de ministros da Corte. Barroso disse que as mudanças são desnecessárias e que "não há por que alterar o que está funcionado bem". Gilmar, em tom duro, disse que "esta Casa não é composta por covardes" e que o Supremo "não admite intimidações".

"É inevitável que o Supremo desagrade segmentos políticos, econômicos e sociais relevantes, porque ao tribunal não é dado deixar de julgar", disse Barroso. Ele destacou que o Senado merece consideração e respeito, mas ponderou que a "vida democrática é feita do debate público constante e do diálogo institucional, em busca de soluções que sejam boas para o país e que possam transcender as circunstâncias particulares de cada momento".

Gilmar disse que o teor da proposta "é mera reprodução de PEC que já havia sido rejeitada pelo Parlamento em 2020" e ressaltou que o Supremo respeita a separação dos Poderes. "Mesmo quando isso não ocorre, a menção à separação dos Poderes ocorre de forma implícita".

O decano da Corte disse, ainda, que a independência judicial é o "fundamento básico do Estado de Direito" e que a separação dos Poderes "não pode ser objeto de emenda constitucional que busque aviltá-la".

"Este Supremo, sempre atento às suas responsabilidades institucionais e ao contexto que o cerca, está preparado, não tenho a menor dúvida, para enfrentar uma vez mais, e caso necessária, investidas desmedidas e inconstitucionais, agora provenientes do poder Legislativo", afirmou.

'Tacão autoritário'

Gilmar Mendes traçou um paralelo entre os ataques sofridos pela Corte durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e a proposta aprovada no Senado que visa limitar os poderes dos ministros. Ele disse que o STF "não sucumbiu ao populismo responsável pelo 8 de janeiro" e que a Corte "não haverá de se submeter ao tacão autoritário, venha de onde vier".

"É preciso altivez para rechaçar esse tipo de ameaça de maneira muito clara" afirmou, em duro recado dado no início da sessão plenária de hoje.

Ele disse que a PEC "não possui qualquer justificativa plausível" e que a tentativa de alteração constitucional "interfere no ato de julgamento". Ele criticou, ainda, a "estranha prioridade" da Casa em apontar as decisões monocráticas do STF como um problema para o País e acusou o Congresso de não dar "nenhuma resposta em relação a problemas que são urgentes para a democracia".

O ministro também lembrou a atuação do STF durante a pandemia, por exemplo, e disse que se a PEC já estivesse em vigor, o tribunal seria impedido de interromper "políticas lesivas". Ele ainda acrescentou que "curiosamente, a PEC não impede decisões monocráticas em habeas corpus, mecanismo usado por defesa de políticos".

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.