Costa nega que Lula tenha dado puxão de orelha nos ministros

Política
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), durante coletiva de imprensa nesta sexta, 6, rejeitou a ideia de que a primeira reunião ministerial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria servido para o presidente "puxar a orelha" de seus ministros, após declarações conflituosas dos auxiliares na primeira semana de governo. Costa disse que a nova gestão está "arrumando a casa" e fará um esforço concentrado para até o fim do mês concluir as nomeações das equipes do primeiro escalão.

"Não foi em hipótese nenhuma fazer algum reparo, até porque estamos no quinto dia útil de governo, ainda estaremos até o fim do mês no fluxo de nomeação ainda do primeiro escalão das equipes dos ministérios", respondeu a jornalistas após o fim do encontro.

Costa comparou a agenda a um técnico que "que convoca seus atletas para montar uma seleção", exibir suas diretrizes e estratégias. "De inicio ele não vai para o campo imediatamente. Primeiro lugar que ele leva o time é para auditório para conversar com equipe e mostrar o estilo dele, a tática que gosta de utilizar, uniformização da equipe com o que ele está pensando de estratégia e de ritmo. Colocar os seus convocados juntos para definir diretrizes, prioridades, ritmo - e ele quer um ritmo muito acelerado de entregas porque a fome não pode esperar, há problemas graves na saúde", afirmou o ministro.

Transversalidade

Costa disse que a palavra mais usada na primeira reunião ministerial do governo Lula foi "transversalidade". De acordo com ele, o combate à fome - a principal bandeira do agora presidente durante a campanha eleitoral - não é, portanto, tema de apenas um ministério. "É do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, do Desenvolvimento Social", citou durante uma rápida entrevista coletiva depois do encontro.

"Serão ações que reúnem mais de um ministério. Vamos colocá-los juntos para definir um roteiro de propostas, precisamos combinar as iniciativas de cada ministério para termos um programa único", enfatizou. Conforme o ministro-chefe, ficará inviável se cada uma das Pastas apresentar um programa. "Será um programa de governo, com ações de cada ministério", disse.

Respondendo a perguntas de jornalistas sobre mais detalhes sobre como poderia ser o desenho dessa atuação, Costa pediu paciência aos profissionais da imprensa. "Entendo que passamos quatro anos sem ouvirmos nada de política e programas de governo, mas hoje é apenas o quinto dia de governo. Precisamos de pelo menos alguns dias e horas para fazer as coisas acontecerem."

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A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, negou nesta segunda-feira, 21, que o governo americano tenha iniciado o processo de busca por um novo secretário de Defesa, conforme noticiou a NPR. "Essa história da NPR é uma notícia falsa completa, baseada em uma fonte anônima que claramente não tem a mínima ideia do que está falando. Como o presidente disse esta manhã, ele apoia firmemente o secretário da Defesa", escreveu Leavitt, em publicação na rede social X.

Segundo fontes ouvidas pela NPR, a Casa Branca teria a intenção de substituir o atual secretário de Defesa, Pete Hegseth, diante das controvérsias pelo compartilhamento de detalhes sigilosos de operações militares por meio de bate-papos no aplicativo Signal.

De acordo com a Reuters, o presidente americano Donald Trump disse a jornalistas hoje que "Pete está fazendo um ótimo trabalho" e que "todos estão felizes com ele". Quando questionado se continuaria confiando em Hegseth, Trump disse: "Ah, totalmente".

Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.