TRF-3 anula condenação contra suposto operador do PSDB na Lava Jato

Política
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Por maioria de votos, desembargadores da Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) anularam as decisões de uma ação penal contra o ex-diretor do Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) Paulo Vieira de Souza. Com a decisão, o ex-dirigente fica livre da condenação de 27 anos de prisão por cartel e fraude à licitação, aplicada pela Justiça Federal de São Paulo.

 

Paulo Vieira de Souza foi investigado tanto pela força-tarefa da Lava Jato de São Paulo quanto a do Paraná. O ex-diretor foi preso em mais de uma oportunidade. Em uma delas, a suspeita era de lavagem de dinheiro e de operar propinas para o PSDB.

 

Paulo Vieira de Souza havia sido condenado em fevereiro de 2019 a sete anos e oito dias em regime fechado e outros 20 anos de detenção em regime semiaberto e aberto pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo. Segundo a acusação, os crimes teriam ocorrido entre 2004 e 2015.

 

A decisão da Quinta Turma do TRF-3 foi tomada em 27 de novembro. O acórdão que "reconheceu a incompetência" da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo para julgar a ação e determinou a redistribuição do processo em 1ª instância é de 19 de dezembro. O relator do caso, desembargador André Nekatschalow, que rejeitava a alegação de incompetência, foi vencido pelos magistrados Paulo Fontes e Mauricio Kato.

 

"Verifica-se que a conexão e prevenção foram reconhecidas antes mesmo da distribuição do feito. O Ministério Público Federal, no Procedimento Investigatório Criminal, fez uma cota de que iria ajuizar uma denúncia, de modo que a juíza, antes desse procedimento ser ajuizado, determinou a distribuição por dependência", aponta o acórdão. "Reconhecida a incompetência e redistribuído o feito na primeira instância, com a anulação dos atos decisórios."

 

Interrogado durante o processo, Paulo Vieira de Souza "negou a autoria dos crimes", declarou-se inocente "relativamente a todos os fatos" da denúncia. O cartel foi delatado por executivos da construtora Odebrecht, por meio de dois acordos de leniência firmados com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2017 - um sobre o Rodoanel Sul e outro sobre o Sistema Viário Metropolitano.

 

A Lava Jato afirmava que o cartel era formado por construtoras com o aval de agentes públicos da Dersa (estadual) e Emurb (municipal) e na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras. Os procuradores apontaram que a atuação dos acusados "eliminou totalmente" a concorrência nas obras do trecho sul do Rodoanel e em sete grandes obras do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Metropolitano (avenidas Roberto Marinho, Chucri Zaidan, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Marginal Tietê e Jacu Pêssego e o córrego Ponte Baixa).

 

Esta não é a primeira vitória obtida por Paulo Vieira de Souza na Justiça. Em maio de 2019, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Reynaldo Soares da Fonseca anulou uma condenação de 145 anos de prisão imposta pela Lava Jato a Paulo Vieira de Souza. A decisão atendeu a uma manifestação da defesa da filha do ex-diretor, Tatiana Cremonini, que havia sido condenada na mesma ação penal a 24 anos de reclusão.

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O governo de Donald Trump iniciou amplos cortes de pessoal no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixando alguns funcionários fora dos prédios federais e transferindo outros para novas agências, incluindo o Serviço de Saúde Indígena.

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O senador democrata de Nova Jersey Cory Booker ocupou o plenário do Senado americano com um discurso de quase um dia inteiro, em uma demonstração de resistência para evidenciar o que ele chamou de "crise" enfrentada pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

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Na tarde de terça-feira, Booker parecia estar determinado a quebrar um recorde estabelecido pelo senador Strom Thurmond, que em 1957 falou por 24 horas e 18 minutos se opondo a uma parte da legislação de direitos civis.

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Ele listou os impactos das ordens iniciais de Trump e falou sobre as preocupações de que cortes mais amplos na rede de segurança social poderiam estar chegando, embora os legisladores republicanos digam que o programa não será tocado.

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A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse nesta terça-feira, 1º, que orientou os promotores a buscar a pena de morte contra Luigi Mangione pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson.

É a primeira vez que o Departamento de Justiça tenta aplicar a pena de morte desde que Donald Trump retornou à presidência em janeiro, prometendo retomar as execuções federais depois de terem sido interrompidas durante o governo anterior.

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