AGU anula indicação para nomear Eduardo Bim como 'advogado' do Ibama

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Quatro dias depois de ter seu nome indicado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para atuar como procurador federal do Ibama, em São Paulo, o ex-presidente do órgão, Eduardo Bim, teve a sua nova lotação anulada pela própria AGU.

O primeiro ato, como informou o Estadão, foi efetivado no dia 30 de dezembro, ainda durante o governo Jair Bolsonaro. Naquela data, o subprocurador-geral federal substituto, Sidarta Costa de Azeredo Souza, da AGU, fez a indicação para que Bim assumisse um cargo comissionado na procuradoria federal do Ibama, para ficar lotado em São Paulo.

Pelo regimento, Bim poderia ser lotado em qualquer outro órgão federal. A decisão de Sidarta Costa de Azeredo Souza foi indicá-lo para a função comissionada de "chefe de divisão de dívida ativa e cobrança" do Ibama, o que significaria que cuidaria das multas não recebidas pelo órgão ambiental.

Nesta terça, 3, porém, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o próprio subprocurador-geral federal substituto, Sidarta Costa de Azeredo Souza, tratou de "tornar sem efeito" a decisão que tinha publicado quatro dias antes.

Por meio de nota, a AGU declarou que o despacho "que trazia um indicativo de nomeação para o cargo no Ibama, em São Paulo, foi tornado sem efeito ontem".

O cargo na Procuradoria Federal Especializada e que, agora, foi anulado, é o mesmo que Bim ocupava antes de assumir a presidência do Ibama, durante o governo Jair Bolsonaro. Com a nova decisão, o destino de Bim deve ser outro órgão federal.

A reportagem entrou em contato com Eduardo Bim e o questionou sobre o assunto. Ele não se manifestou sobre o assunto e também não quis comentar o resultado de sua gestão à frente do Ibama. "Só desejo boa sorte, orçamento e concurso de ingresso para novos servidores para nova gestão. O Ibama merece", declarou.

Há dois dias, o procurador da Fazenda Nacional Jorge Messias assumiu o cargo de ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU). Em seu discurso, afirmou que espera contribuir para a "retomada da harmonia entre os poderes da República".

"Os ataques que presenciamos nos últimos anos não serão mais tolerados. É inadmissível a banalização dos discursos de ódio e intolerância, perturbando a paz e disseminando o ódio, as instituições. Repudiamos a apologia à violência e o autoritarismo", disse.

Em outra categoria

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está aberto a uma reunião em junho com o presidente chinês, Xi Jinping. Os líderes ainda não se encontraram presencialmente desde Trump assumiu a presidência, em 20 de janeiro.

Em entrevista à Fox News divulgada nesta quarta-feira, 19, o republicano afirmou que a receita arrecada com os "golden visas" será usada para reduzir a dívida americana e que haverá uma série de verificações para os recebedores do visto especial.

Em fevereiro, o presidente americano revelou uma nova proposta de "visto dourado", destinado a estrangeiros ricos dispostos a pagar milhões pelo direito de viver nos EUA.

Ele voltou a dizer que as tarifas impostas em 2 de abril serão recíprocas de países que tiram vantagem dos EUA e que seus antecessores presidenciais deixaram "o país na mão".

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou que vai solicitar a ajuda do Exército brasileiro, dos Estados Unidos e de países europeus para combater o crime organizado no país, considerado o mais violento da América Latina em 2024. A declaração foi dada em entrevista ao jornal britânico BBC nesta terça-feira, 18.

São Paulo, 19/03/2025 - Os exércitos fariam parte de uma força militar estrangeira, que Noboa propõe para ajudar no combate ao narcotráfico do país. Ele já havia falado sobre o plano antes, mas esta foi a primeira vez que o presidente nomeou países, incluindo o Brasil. "Setenta por cento da cocaína do mundo sai pelo Equador. Precisamos da ajuda de forças internacionais", disse à BBC.

Fontes do Exército brasileiro ouvidas pelo Estadão disseram que é improvável que tropas sejam enviadas. A atuação de forças estrangeiras costuma ser utilizado como recurso extremo em países com crises e tende a ser abordado no âmbito da ONU, que aprovam, por exemplo, as missões de paz. O Brasil liderou uma dessas missões no passado, no Haiti, mas esse não é o caso do Equador.

Noboa, que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata Luisa González no dia 13, afirmou que também quer que o presidente dos EUA, Donald Trump, passe a considerar as organizações criminosas do país como terroristas, a exemplo do que fez contra os cartéis de drogas do México.

Desde que assumiu o cargo em novembro de 2023, o governo Noboa enfrenta uma crise de segurança que o levou a declarar conflito armado interno em janeiro do ano passado e a alterar a legislação para endurecer as leis. O decreto autorizou o Exército equatoriano a atuar nas ruas do país.

Apesar disso, a violência no Equador continua em alta. Em janeiro, a polícia do Equador registrou o janeiro mais violento da história. Foram 600 homicídios, contra 479 no ano passado. Nos primeiros 50 dias deste ano, 1,3 mil homicídios foram registrados - uma média de um assassinato a cada hora.

Os homicídios estão relacionados, em sua maioria, ao narcotráfico. O Equador se tornou um dos principais exportadores de cocaína para os Estados Unidos nos últimos anos. O fluxo fortaleceu diferentes facções criminosas, que disputam territórios entre si e atuam em diversos negócios ilícitos além do narcotráfico, como mineração ilegal e tráfico de armas.

Segundo um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Transnacional Organizado de 2024, uma das facções presentes no Equador é o Primeiro Comando da Capital (PCC). Facções da Albânia, México e Itália também atuam no país, além de grupos locais como Los Choneros e Los Lobos.

Segundo a BBC, Noboa ordenou que o Ministério das Relações Exteriores busque acordos de cooperação com "nações aliadas" para apoiar a polícia e o exército do Equador e quer mudar a Constituição para permitir a instalação de bases militares estrangeiras no país.

Críticos do presidente afirmam que o plano, no entanto, tem um caráter eleitoral. Com a permanência da violência, esse é o tema de maior preocupação entre os equatorianos, de acordo com as pesquisas eleitorais. No primeiro turno, Noboa, que era o favorito, ficou à frente da adversária Luisa González, do Movimento pela Revolução Cidadã, por 0,5%.

Analistas de segurança afirmam que a estratégia adotada pelo presidente com relação a segurança é insuficiente, porque não englobam o fortalecimento de instituições. "São necessárias estratégias mais abrangentes para enfraquecer as estruturas e redes do crime organizado", disse Robert Muggah, diretor do Instituto Igarapé.

Israel disse nesta quarta-feira que suas tropas retomaram parte de um corredor que divide a Faixa de Gaza, e seu ministro da Defesa advertiu que os ataques se intensificarão até que o Hamas liberte dezenas de reféns e abandone o controle do território.

Os militares afirmaram que retomaram parte do Corredor Netzarim, onde haviam se retirado anteriormente como parte de um cessar-fogo iniciado em janeiro. Essa trégua foi rompida na terça-feira, 19, por ataques aéreos israelenses que mataram mais de 400 palestinos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Em Israel, a retomada de ataques aéreos e das manobras terrestres levantou preocupações sobre o destino de cerca de duas dúzias de reféns mantidos pelo Hamas que, acredita-se, ainda estejam vivos. Milhares de israelenses participaram de manifestações contra o governo em Jerusalém e muitos pediram um acordo para trazer os prisioneiros de volta para casa.

Um porta-voz do Hamas, Abdel-Latif al-Qanou, disse que as ações das forças terrestres em Gaza eram um sinal claro de que Israel havia desistido da trégua e estava reimpondo um "bloqueio".

Também hoje, as Nações Unidas declararam que um de seus funcionários foi morto em Gaza e outros cinco ficaram feridos em um aparente ataque a uma casa de hóspedes. Não ficou imediatamente claro quem estava por trás do ataque, de acordo com a ONU.