Presidente do PSDB sobre 8/1: País não aceita nada menos que democracia plena e irrestrita

Política
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O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou nesta segunda-feira, 8, no dia em que se completa um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro, que o País não aceita nada menos que uma democracia "plena, total e irrestrita". O dirigente partidário disse que divergências são esperadas na política (a sigla faz oposição ao governo Lula), mas que a violência contra as instituições não será tolerada.

"Não aceitamos menos que democracia plena, total e irrestrita. O único regime possível e aceitável para o Brasil é o regime democrático. Divergências são esperadas na democracia. O que não desejamos e não toleramos é violência contra quem pensa diferente, muito menos violência contra as nossas instituições de Estado, tão duramente construídas por nossa jovem democracia", declarou Perillo, em nota intitulada "Tudo pela democracia".

Nesta segunda-feira, autoridades da República se reunirão no Salão Negro do Senado para repudiar a invasão das sedes do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) que ocorreu um ano atrás, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro defendiam intervenção militar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia tomado posse uma semana antes.

Dos três governadores do PSDB, partido de oposição ao governo Lula, dois devem comparecer à cerimônia em Brasília: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Raquel Lyra, de Pernambuco. A assessoria de Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, afirmou que ele está de recesso e retorna apenas no dia 15. Já o vice de Riedel, Barbosinha, estará em compromissos no interior do Estado.

Está prevista a participação dos presidentes Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, Luís Roberto Barroso, do STF, e Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de ministros do governo Lula e dos comandantes do Exército, general Tomás Miguel Paiva, da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno.

Perillo chegou à presidência do PSDB em novembro com o apoio do deputado Aécio Neves (MG), que retomou influência no partido após ser absolvido de acusações de corrupção.

Em entrevista ao Papo com Editor, do Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), um dia após assumir o cargo, o dirigente que a sigla combaterá o que chamou de "prática da gastança" do governo federal e disse que Lula não pode continuar "acariciando" ditaduras como a de Nicolás Maduro, na Venezuela.

O presidente do PSDB frisou, na entrevista, que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi criada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e lembrou que o PT foi contra a regra, assim como combateu o Plano Real, que acabou com a hiperinflação, e as privatizações no setor de telecomunicações. "Vamos combater essa prática da gastança, é impossível conviver com essa quantidade de ministérios, é impossível conviver com um déficit [nas contas públicas] que não acaba, exatamente porque se gasta muito mais do que se arrecada. A gente vai endurecer pontualmente em relação a certos temas", declarou, na ocasião.

Na visão de Perillo, o governo Lula precisa ter "cuidado" em relação à responsabilidade fiscal. Ele disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz um esforço na área econômica que é combatido por setores do próprio PT e elogiou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticado pelo partido de Lula. "Ele, durante algum tempo, foi âncora para que o Brasil não desenfreasse na questão da inflação", afirmou, na entrevista, ao citar o chefe da autoridade monetária.

Perillo disse que o governo Lula fala em democracia no Brasil, mas apoia regimes autoritários em outros países. "Eu não posso concordar, em hipótese alguma, como cidadão, como ser humano, como político e agora como presidente do PSDB, que o Lula continue acariciando ditaduras na América Latina e em outros cantos do mundo. É inadmissível que o governo do Brasil continue apoiando publicamente a ditadura do Maduro", criticou.

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O governo de Donald Trump iniciou amplos cortes de pessoal no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixando alguns funcionários fora dos prédios federais e transferindo outros para novas agências, incluindo o Serviço de Saúde Indígena.

Os e-mails notificando os funcionários sobre os cortes e remanejamentos inundaram as caixas de entrada na noite de segunda-feira e na manhã de hoje. A medida faz parte da estratégia do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., de reduzir e remodelar os órgãos de saúde do país.

Os cortes se estendem por toda parte, desde a Administração de Alimentos e Medicamentos e os Institutos Nacionais de Saúde até os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Na plataforma de mídia social X, Kennedy disse que o que o governo anterior vinha fazendo não estava funcionando: "Precisamos mudar de rumo. Essas mudanças não afetarão o Medicare, o Medicaid ou outros serviços essenciais de saúde".

O senador democrata de Nova Jersey Cory Booker ocupou o plenário do Senado americano com um discurso de quase um dia inteiro, em uma demonstração de resistência para evidenciar o que ele chamou de "crise" enfrentada pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

Booker foi ao plenário do Senado na noite de segunda-feira, 31, e começou a falar às 19h. Mais de 22 horas depois, no começo da noite desta terça-feira, o senador, claramente exausto, continuava falando, criticando os cortes do governo Trump nos serviços governamentais e sua repressão aos imigrantes.

O discurso foi parte de um esforço dos democratas para retomar a iniciativa e se opor mais assertivamente ao presidente Trump. Booker dividiu seus comentários em seções focadas em um aspecto das políticas da administração, incluindo assistência médica, educação, imigração e segurança nacional.

"Estes não são tempos normais em nossa nação", disse ao iniciar seu discurso. "E eles não devem ser tratados como tal no Senado dos Estados Unidos. As ameaças ao povo americano e à democracia americana são graves e urgentes, e todos nós devemos fazer mais para enfrentá-las."

Na tarde de terça-feira, Booker parecia estar determinado a quebrar um recorde estabelecido pelo senador Strom Thurmond, que em 1957 falou por 24 horas e 18 minutos se opondo a uma parte da legislação de direitos civis.

Às 16h20 no horário local, o discurso já havia ultrapassado a memorável arenga do senador Ted Cruz sobre a Lei de Assistência Médica Acessível do presidente Barack Obama em 2013, que durou 21 horas e 19 minutos.

Sem pausas para ir ao banheiro, mas fazendo pausas ocasionais para perguntas de seus colegas democratas, Booker leu um fichário de notas e acenou com uma pequena cópia da Constituição dos EUA. Com o passar das horas, sua voz ficou rouca. Não ficou claro se ele se alimentou ao longo da maratona, e apenas alguns copos de água foram vistos no púlpito.

Andando de um lado para o outro, às vezes se inclinando, Booker protestou por horas contra os cortes nos escritórios da Previdência Social liderados pelo Departamento de Eficiência Governamental do conselheiro de Trump, Elon Musk.

Ele listou os impactos das ordens iniciais de Trump e falou sobre as preocupações de que cortes mais amplos na rede de segurança social poderiam estar chegando, embora os legisladores republicanos digam que o programa não será tocado.

Musk estava ativo no X ativo nesta terça-feira, mas não fez menção a Booker ou seu discurso a noite toda. Nem Trump no Truth Social.

Booker está no seu segundo mandato no Senado. Ele tentou se candidatar à presidência em 2020, mas desistiu e perdeu a nomeação para Joe Biden. (Com agências internacionais)

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse nesta terça-feira, 1º, que orientou os promotores a buscar a pena de morte contra Luigi Mangione pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson.

É a primeira vez que o Departamento de Justiça tenta aplicar a pena de morte desde que Donald Trump retornou à presidência em janeiro, prometendo retomar as execuções federais depois de terem sido interrompidas durante o governo anterior.

"O assassinato de Brian Thompson - um homem inocente e pai de duas crianças pequenas - por Luigi Mangione foi um ato premeditado e a sangue frio que chocou os EUA", disse Bondi em um comunicado. Ela descreveu o assassinato de Thompson como "um ato de violência política".

Mangione, formado em uma universidade Ivy League e pertencente a uma importante família do setor imobiliário de Maryland, enfrenta acusações separadas de homicídio federal e estadual depois que as autoridades afirmam que ele matou o CEO do lado de fora de um hotel de Manhattan em 4 de dezembro. Fonte: