Relembre o que Marta, cotada a vice de Boulos, fez desde que deixou o PT em 2015

Política
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A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), deve retornar ao PT para ser vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo. Eleita prefeita de São Paulo, em 2000, e senadora, em 2010, pelo partido, ela se desfiliou em 2015, afirmando que a sigla protagonizou "um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", em referência aos fatos revelados pela Operação Lava Jato.

Marta se filiou ao PT em 1981, um ano após a fundação do partido, e permaneceu nas fileiras da legenda por 33 anos. Pela sigla, foi deputada federal (1995 - 1999); prefeita da capital paulista (2001 - 2005); senadora (2011 - 2015); ministra do Turismo no segundo governo Lula (2007 - 2008) e ministra da Cultura no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2012 - 2014).

Ao deixar o PT em abril de 2015, entregou uma carta às direções municipal, estadual e nacional do partido, em que afirmou que a sigla era reincidente em casos de desvios éticos.

"É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional", afirmou, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo Lula, e ao escândalo de corrupção na Petrobras, desbaratado em 2014, no governo de Dilma.

Após sair do PT, Marta apoiou o impeachment de Dilma Rousseff

Cinco meses após deixar o PT, Marta se filiou ao MDB e defendeu o impeachment de Dilma, de quem foi ministra entre 2012 e 2014. Um dia antes de o Senado votar a cassação do mandato da petista em 2016, a ex-prefeita entregou um buquê de flores para a jurista Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido.

O voto da então senadora foi um dos 55 que determinaram a saída de Dilma do Palácio do Planalto. "Na política, quando você vê a base parlamentar que ela tem, quando você vê a incapacidade de diálogo que ela tem e a situação que o Brasil está com 11 milhões de desempregados, não fica nada difícil constatar que não tem como ficar mais dois anos numa pessoa que não tem mais a condição", afirmou Marta em uma entrevista coletiva no Senado durante o processo de impeachment.

Conforme mostrou o Estadão, a postura de Marta na ocasião faz com que a ala considerada mais radical do PT não veja o retorno da ex-prefeita com bons olhos.

Pelo MDB, ela se candidatou em 2016 para a Prefeitura de São Paulo, ficando em quarto lugar com 587.220 votos (10,14% dos votos válidos). O vencedor daquele pleito foi João Doria, então filiado ao PSDB.

Marta recusou candidatura ao Senado em 2018 e saiu do MDB

Em 2018, Marta foi cotada para disputar a reeleição ao Senado pelo MDB, mas a então parlamentar desistiu de concorrer a cargos públicos e se desfiliou da legenda. Na época, ela afirmou que os partidos políticos não conseguiam dar "respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles".

Entre abril de 2015 e no fim de 2018, Marta protocolou 17 projetos de lei. Nenhuma das propostas no período foi aprovada, e quatro ainda tramitam no Congresso. Duas delas estão sob regime de urgência há quase sete anos: uma pretende mudar o ressarcimento dos planos de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e outra tipifica o crime de molestamento sexual no Código Penal.

Aliada de Bruno Covas, Marta ganhou Secretaria na Prefeitura

Quando deixou o MDB, Marta declarou que seguiria na vida pública, mas atuando na sociedade civil. Em 2020, mirando ter espaço de vice na chapa do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), ela se filiou ao Solidariedade. Porém, a nova sigla decidiu apoiar Márcio França (PSB), e a ex-senadora saiu do terceiro partido em cinco anos.

No segundo turno das eleições daquele ano, disputado por Covas e Boulos, Marta foi utilizada como um trunfo contra o seu provável companheiro de chapa em outubro deste ano. Oito dias antes do pleito, a ex-prefeita desfilou em uma carreata pela periferia paulistana pedindo votos ao candidato do PSDB.

A boa relação com o tucano rendeu para Marta a chefia da Secretaria de Relações Internacionais na administração de São Paulo, cargo que ocupa desde janeiro de 2021. Ela se manteve na gestão do atual chefe do Executivo paulistano, Ricardo Nunes (MDB), após a morte de Covas.

Nas eleições de 2022, Marta apoiou Lula contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ex-senadora já chamou o ex-presidente de "psicopata" e a sua aversão é um dos motivos para que ela retorne ao PT e se alie a Boulos. Nunes terá o apoio de Bolsonaro no pleito municipal de outubro e Marta não deseja dividir o palanque com ele.

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O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, chegou a um acordo para que os Verdes retirem o veto à proposta de flexibilizar as rígidas regras contra o endividamento e aumentar os gastos com defesa. O anúncio ocorre no momento em que o compromisso dos Estados Unidos com a segurança dos aliados europeus é cada vez mais incerto, dada a aproximação entre Donald Trump e Vladimir Putin.

O debate sobre o acordo, que uniu conservadores, sociais democratas e verdes, destacou a urgência de expandir os gastos em defesa. A proposta deve ser levada à votação na Câmara Baixa do Parlamento alemão na próxima terça-feira.

Ignorando décadas de ortodoxia orçamentária, a União Democrata-Cristã, de Friedrich Merz, e o Partido Social Democrata, prováveis aliados no próximo governo propõem flexibilizar o chamado "freio da dívida", que só permite novos empréstimos equivalentes a 0,35% do PIB. O plano é aumentar os gastos com defesa e criar um fundo especial de 500 bilhões de euros (R$ 3,1 trilhão) para renovar a infraestrutura alemã nos próximos 12 anos.

Como concessão aos Verdes, o acordo inclui ainda 100 bilhões de euros (R$ 624 bilhões) do fundo de investimentos para gastos relacionados ao clima - o dobro dos 50 bilhões que estavam previstos. Essenciais para aprovação, eles resistiram ao plano e aumentaram suas demandas nos últimos dias.

Durante o debate parlamentar, na quinta-feira, a bancada criticou Merz por rejeitar repetidamente suas recomendações anteriores de reformar a "freio da dívida" para facilitar investimentos na economia e no combate às mudanças climáticas.

As negociações envolveram a expansão do escopo dos gastos em defesa e a inclusão de dispositivos para garantir que o fundo especial seja usado para novos investimentos e não apenas para financiar projetos já aprovados - preocupação expressada pelos Verdes.

Agora, com aval da bancada ambientalista, Friedrich Merz pode contar com a maioria de dois terços necessária para aprovar as mudanças constitucionais que permitirão o programa de gastos sem precedentes.

O acordo de defesa, declarou Merz , foi "uma mensagem clara para nossos parceiros e amigos, mas também para nossos oponentes, os inimigos da nossa liberdade, de que somos capazes de nos defender e estamos totalmente preparados para isso". E acrescentou: "Não faltarão recursos financeiros para defender a liberdade e a paz em nosso continente".

Vencedor das eleições, Merz negocia a formação do novo governo com o Partido Social Democrata, do chanceler, Olaf Scholz. Mesmo antes de assumir como chefe do governo alemão, o conservador está pressionado a aprovar o plano de defesa no Parlamento atual.

Isso porque os partidos de extrema direita e extrema esquerda terão uma minoria de veto quando a próxima legislatura assumir, em 25 de março.

Os opositores ao aumento do "freio da dívida" para gastos com defesa, como o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha, que emergiu como a segunda maior força da Bundestag nas últimas eleições, afirmam que o debate deveria ocorrer após a posse do novo Parlamento.

A ideia de flexibilizar as regras fiscais para expandir os gastos em defesa foi apresentada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em cúpula convocada às pressas em meio aos sinais de aproximação entre EUA e Rússia. A proposta, aprovada pelos 27 líderes do bloco, prevê a liberação de 800 bilhões de euros para rearmar a Europa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que o cenário geopolítico atual "pode facilmente levar à Terceira Guerra Mundial", mas garantiu que "estamos em uma boa posição para evitar" a "provável" eclosão do conflito. Para o republicano, uma nova grande guerra seria "como nenhuma outra", devido ao possível uso de armas nucleares.

Em discurso no Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), Trump destacou as dificuldades para negociar um cessar-fogo na Ucrânia. "Não é fácil" dialogar com a Rússia, afirmou, mas garantiu que "estamos fazendo um bom trabalho com os russos". "Tive ótimas conversas com a Rússia e a Ucrânia hoje. Vamos conversar com Vladimir Putin para fecharmos um acordo de cessar-fogo de uma vez", acrescentou.

O presidente também assegurou que os EUA irão recuperar os recursos enviados à Ucrânia para financiamento militar por meio de futuros acordos, incluindo o de exploração de minerais. Apesar do apoio militar americano, "que fazem os melhores equipamentos militares do mundo", Trump ressaltou que "muitos soldados ucranianos ainda estão em perigo".

O republicano também prometeu manter as tarifas contra México, Canadá e China até que "a entrada de drogas nos EUA seja interrompida". "Não vamos descansar até combater a entrada de fentanil nos EUA", afirmou.

Trump ainda disse que o governo federal e o DoJ, sob sua gestão, "serão os órgãos que mais combaterão crimes no mundo". Em seguida, agradeceu aliados na Justiça americana, como Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, e Kash Patel, diretor do FBI.

Ele também voltou a criticar Joe Biden e os democratas. "Nossos predecessores transformaram o Departamento de Justiça no 'Departamento de Injustiça'. Estou aqui hoje para declarar que esses dias acabaram e nunca mais voltarão", afirmou.

Sobre as eleições, Trump acusou os democratas de tentarem impedir seu retorno à Casa Branca. "Falharam. Ganhei todos os swing states, ganhei no voto popular. O mapa dos Estados Unidos estava todo vermelho. Mas pelos republicanos, não pelo comunismo. Eles democratas queriam vermelho pelo comunismo", disse.

O Senado norte-americano aprovou definitivamente um projeto de lei que pode aumentar as penalidades para traficantes de fentanil, com 84 votos a favor e 16 contra, todos esses últimos de democratas. A proposta teve forte apoio dos democratas na Câmara, onde muitos estão determinados a combater a distribuição de fentanil após uma eleição em que o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou o problema.

Em 2023, quando os republicanos da Câmara aprovaram um projeto de lei semelhante, ele ficou parado no Senado, que era controlado pelos democratas.

Críticos apontam que a proposta repete os erros da "guerra às drogas", que resultou na prisão de milhões de pessoas viciadas, especialmente afro-americanos. Fonte: Dow Jones Newswires.