Valdemar ataca Pacheco: 'frouxo'; senador reage: 'passa pano' para o STF

Política
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No plano político, a operação da Polícia Federal que atingiu o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) representou um forte desgaste para os planos do PL e da família Bolsonaro na eleição para a prefeitura do Rio. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é a principal aposta do grupo ligado ao ex-presidente para a disputa na capital fluminense. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), trocaram palavras duras sobre a ação policial.

 

Valdemar criticou a operação da PF afirmando que ela tinha como objetivo atingir Bolsonaro e que só seria possível por Pacheco ser "frouxo" e "omisso" ao permitir diligências no Parlamento e por não "agir" para dar seguimento a um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

 

'Iludir'

 

O presidente do Senado reagiu de forma enfática. Disse ser "difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o recurso eleitoral" e sugeriu que as críticas de Valdemar a Moraes são feitas apenas para "iludir seus adeptos".

 

"Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF. E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema", afirmou Pacheco no X (antigo Twitter).

 

Nas redes sociais, Bolsonaro publicou vídeo de março do ano passado no qual o seu ex-diretor da Abin defende o uso do sistema de inteligência.

 

'Falsas narrativas'

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, respondeu às suspeitas levantadas pela PF, alegando ser "mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro". "É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação. Isso é um completo absurdo", disse. "Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas."

 

Embora reconheçam o desgaste, líderes do PL e até opositores acreditam que o fato não tem forças para lhe tirar da corrida eleitoral no Rio.

 

Antes de Ramagem, outro pré-candidato do PL à prefeitura do Rio também já havia sido atingido por uma operação da PF. Em setembro do ano passado, a polícia realizou uma investigação contra desvios de R$ 4,6 milhões na intervenção federal no Rio, sob o comando do general Walter Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice de Bolsonaro em 2022. Um mês depois, ele foi definitivamente tirado da disputa ao ser tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por usar eventos do 7 de Setembro para difundir sua campanha eleitoral.

 

'Atores exógenos'

 

Procurada, a Abin não havia se manifestado até a noite de ontem. A diretoria da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) divulgou nota cobrando a valorização dos funcionários de carreira do órgão e a preservação da independência da agência.

 

"Se confirmados os ilícitos apurados, a problemática gestão da Abin por Alexandre Ramagem e seus assessores reforça a importância de a agência ser gerida por seu próprio corpo funcional, e não por atores exógenos politicamente condicionados, como no governo anterior", diz o comunicado. "A Inteligência de Estado tem que ser preservada do debate político-partidário."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.