Abraham Weintraub lança pré-candidatura em SP, mas vai à Justiça para concorrer sem partido

Política
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O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) lançou nesta sexta-feira, 26, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O anúncio foi feito em uma publicação no X (antigo Twitter). Weintraub está rompido com Jair Bolsonaro (PL) desde 2022, quando o ex-presidente rechaçou apoiá-lo na disputa pelo governo paulista, e se tornou crítico do clã Bolsonaro.

Apesar de filiado ao Partido da Mulher Brasileira, Weintraub afirmou que sua estratégia será judicializar a possibilidade uma candidatura independente. A legislação brasileira não permite que um candidato dispute a eleição sem filiação partidária. A Constituição Federal de 1988, artigo 14, parágrafo 3º, inciso V, diz que a filiação partidária é condição para a elegibilidade.

Weintraub já vinha manifestando interesse na disputa desde novembro do ano passado. "Se o partido me der o número, eu vou", afirmou na ocasião. Agora, no entanto, não quer mais a via partidária. A candidatura avulsa não tem precedentes na história recente das eleições brasileiras. A Constituição Federal é clara quanto ao tema e a proibição já é expressa pelo Código Eleitoral desde 1945. Questionado, o ex-ministro não esclareceu a peça processual que será utilizada para ajuizar o tema.

Ele diz ter alinhado o tema junto aos dirigentes do PMB e que, na Justiça, será representado pela organização Farol da Liberdade. "Até hoje nunca foi feito, mas acho que temos as condições de conseguir", disse Abraham Weintraub sobre a judicialização para a candidatura independente.

Durante a judicialização, ele permanecerá filiado ao PMB. A iniciativa de se lançar como candidato independente não guarda relação com algum descontentamento de Weintraub com a atual sigla. "Não tenho nada de mal para falar do PMB, só boas palavras, mas o caminho que seguiremos será avulso", disse o ex-ministro ao Estadão.

Se a estratégia jurídica não viabilizar a candidatura avulsa, Weintraub diz "não ver espaço nenhum para um partido pequeno" como o PMB abarcar o seu projeto. E, fora da disputa, ele não projeta apoio em nenhum dos pré-candidatos que despontam para a eleição. "(Ricardo) Nunes fechou acordo com todos os partidos da cidade de São Paulo. Não haverá espaço para lançar ninguém que não esteja alinhado ou com ele ou com (Guilherme) Boulos, ninguém independente. Não posso depender dessas grandes estruturas", disse o ex-ministro da Educação.

Em 2016, o advogado Rodrigo Mezzomo tentou se candidatar de forma avulsa à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral.

Em live, Weintraub pediu ajuda financeira para financiar ações judiciais

Através de uma live no YouTube realizada na noite desta sexta-feira, 26, Weintraub lançou a sua pré-candidatura e disse que irá pleitear judicialmente o número eleitoral 37, que atualmente não é utilizado por nenhum partido. Logo no início da transmissão, o ex-ministro disse que "provavelmente não irá ganhar" a disputa para prefeito caso a sua candidatura independente seja permitida pela Justiça Eleitoral.

Weintraub também pediu ajuda financeira para o financiamento de ações judiciais e também para a elaboração de materiais de campanha. Ao falar sobre a ideia de candidatura avulsa, Weintraub disse que as legendas se transformaram em empresas a sua postulação à Prefeitura seria um "grito de liberdade". "Hoje, a atividade política dos partidos ficaram muito pragmáticas", disse.

Quem é Abraham Weintraub?

Abraham Weintraub foi o segundo ministro da Educação da gestão de Jair Bolsonaro. Ele deixou a pasta após 14 meses no cargo, após a divulgação de um vídeo em que chamava magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) de "vagabundos" durante uma reunião ministerial. Por uma trégua entre o ex-presidente e o STF, foi demitido da pasta e, depois, nomeado para um cargo de direção do Banco Mundial.

Em abril de 2022, renunciou ao cargo no Banco Mundial para disputar a eleição para governador de São Paulo. Ele foi preterido por Bolsonaro, que preferiu apoiar a candidatura de outro ministro de sua gestão, Tarcísio de Freitas. Ele concorreu, então, o cargo de deputado federal. Teve 4.057 votos e não conseguiu se eleger.

Desde que rompeu com o bolsonarismo, vem pesando cada vez mais nos ataques ao ex-aliado. Em junho de 2023, Weintraub comparou a postura do ex-presidente a de um "cafetão", depois de aliados políticos de Bolsonaro divulgarem uma vaquinha de arrecadação de fundos para pagar multas de processos. O ex-ministro critica Jair Bolsonaro sobretudo pela aproximação com políticos do Centrão.

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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reconheceu avanços iniciais nas negociações com os Estados Unidos em Omã como "movimento bem executado", mas reforçou desconfiança em relação a Washington. O líder evitou extremos, afirmando: "Não somos excessivamente otimistas nem excessivamente pessimistas sobre as negociações de Omã".

Em meio à pressão americana para restringir o poderio bélico do país, Khamenei adotou um tom de prudência, mas reafirmou confiança na capacidade do Irã de superar desafios e disse estar "otimista" sobre as próprias capacidades soberanas.

"As conversas em Omã são um dos muitos deveres do Ministério das Relações Exteriores. Não devemos fazer todas as questões do país dependerem dessas negociações", afirmou. O presidente dos EUA, Donald Trump, já deixou claro que o Irã "não pode ter armas nucleares" e impôs essa condição para as discussões, que tiveram uma rodada no último sábado e devem continuar no próximo.

Khamenei também frisou que as "linhas vermelhas" do Irã estão definidas, tanto para os americanos quanto para seu próprio governo. Enquanto os EUA pressionam por limites ao enriquecimento de urânio, o Irã insiste em seu direito a um programa nuclear pacífico.

Além do tema atômico, o líder iraniano abordou as sanções americanas, defendendo maior autonomia econômica. "Uma das melhores maneiras de frustrar o efeito das sanções é remover os obstáculos que impedem o investimento doméstico", disse. Ele expressou confiança na resiliência do país: "Se usarmos efetivamente nossas capacidades, podemos tornar o Irã invulnerável. Então, mesmo sob sanções, o país sairá de qualquer dificuldade". Khamenei reforçou a estratégia de diversificar parcerias, citando China, Rússia e Índia como aliados-chave.

O perfil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a operar normalmente na Truth Social, depois de alguns minutos de instabilidade na manhã desta terça-feira, 15.

Outros recursos, incluindo o login, também foram restabelecidos.

Mais cedo, a conta do republicano começou a exibir a mensagem de "esse recurso não pode ser encontrado" em dispositivos móveis e em computadores.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, foi questionado nesta terça-feira, 15, sobre os dois cidadãos chineses capturados pelo Exército ucraniano enquanto lutavam ao lado das forças russas, Lin Jian disse que Pequim já emitiu "múltiplos alertas de segurança" pedindo que seus cidadãos evitem zonas de conflito armado e se mantenham afastados das hostilidades.

"Sobre a crise na Ucrânia, nossa posição sempre foi consistente e clara: promovemos ativamente negociações de paz e o cessar-fogo. Pedimos às partes envolvidas que compreendam corretamente a postura objetiva e imparcial da China, e que evitem manipulações políticas ou sensacionalismo", acrescentou o porta-voz.