Governo Lula ironiza operação da PF contra Carlos Bolsonaro com meme 'toc, toc, toc'

Política
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) em endereços ligados ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Ele é suspeito de receber informações privilegiadas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

 

"Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os", diz a publicação no perfil oficial do governo, administrado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), no X.

 

Na imagem veiculada ao texto sobre importância dos agentes da saúde na prevenção da dengue, a mão de um homem bate numa porta da madeira e, acima da fotografia, há uma inscrição: "'Toc, toc, toc..."

 

O Estadão questionou o Palácio do Planalto se a publicação no perfil teve aval da Presidência da República e consultou a Secom a respeito do intuito da postagem, mas não obteve retorno.

 

A publicação faz referência a um discurso da ex-deputada federal Joice Hasselmann, numa ocasião em que usou a tribuna da Câmara dos Deputados em 2022. No discurso, Joice simulava como seria o dia em que uma operação da PF tivesse como alvo o então presidente Jair Bolsonaro.

 

Apesar de ter sido eleita em 2018 na esteira do bolsonarismo, Hasselmann, à época, já estava rompida com a gestão federal. "Seis horas da manhã, 'toc toc toc', três batidinhas na porta. Aí quem está do lado de dentro pergunta: 'quem é?'. A resposta: 'É a Polícia Federal'", diz Joice no discurso, que virou um meme nas redes sociais e, à ocasião de operações de busca e apreensão, é recuperado como forma de ironizar a situação de um adversário político.

 

Na manhã desta segunda-feira, a própria Joice Hasselmann gravou um vídeo ironizando Carlos Bolsonaro e fazendo referência ao seu discurso. Em agosto de 2023, ela já havia simulado o próprio discurso para ironizar uma operação que teve como alvo Carla Zambelli (PL-SP).

 

Não é a primeira vez que um perfil oficial do governo Lula publica uma ironia velada. Em maio de 2023, sob a suspeita de fraude no cartão de vacinas de Jair Bolsonaro, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão nos endereços do ex-presidente.

 

No mesmo dia, o governo publicou um lembrete de que a vacina bivalente para covid-19 estava liberada nos postos de saúde. "Tomar vacina, gostoso demais."

 

Um mês depois, em junho de 2023, após o fim do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que sentenciou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro por 5 a 2, o perfil do governo no Instagram postou a seguinte mensagem: "Sextou só com notícia boa!!!", seguida de uma imagem com a expressão "Grande dia!" e um emoji de "joinha".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.