Em vídeo, Carlos Bolsonaro mostra 'bagunça' após ação da PF e reclama de porteiro do condomínio

Política
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Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga supostos crimes de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) postou um vídeo em seu perfil no X (antigo Twitter) de como ficou a sua casa após os policiais cumprirem mandado de busca e apreensão nesta segunda-feira, 29.

Nas imagens, é possível ver um cômodo onde móveis estão com portas e gavetas abertas e também vários itens em cima do aparador e do sofá, como cabos, caixas de equipamentos eletrônicos e outros objetos.

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) grava as imagens silenciosamente, mas em um momento do vídeo sussurra "que mer**", ao mostrar a situação do cômodo. "Cheguei há pouco em casa com muitas coisas reviradas e largadas abertas. Aos poucos reorganizando tudo", escreveu na rede social nesta terça-feira, 30.

Nos comentários da publicação, aliados prestaram solidariedade ao investigado. O deputado estadual do Rio Márcio Gualberto (PL) disse que o aliado "não está sozinho" e que "não há mal que dure para sempre". Outro aliado, o deputado Anderson Moraes (PL) escreveu: "forças, guerreiro".

O filho "02" ainda usou a rede social para reclamar do porteiro de seu condomínio, sobre supostamente ter "permitido" o acesso dos policiais ao seu imóvel. "Pessoal que trabalha comigo chegando em minha casa e quem de todos que poderiam fazer contato para permitir acesso interfonando o fez? O mesmo porteiro que mentiu na Polícia Federal dando bom dia!", escreveu.

Carlos Bolsonaro se refere ao porteiro que citou seu pai na investigação da morte da vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018. O porteiro teria dito que a entrada de Elcio Queiroz, um dos acusados pela execução de Marielle, foi autorizada pelo "Seu Jair". Mais tarde ele mudou a versão, dizendo que se sentiu pressionado.

O vereador voltou a reclamar sobre o porteiro ainda ser um funcionário do condomínio no último dia 23, após a divulgação pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, da informação que Ronnie Lessa, apontado como executor de Marielle Franco e o motorista Anderson, firmou delação premiada com a PF. O acordo de colaboração ainda não foi homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Creio que todo esse enredo é só mais uma coincidência!", disse o vereador, ao citar o funcionário do condomínio.

Em outra publicação, o vereador afirmou que qualquer narrativa sobre sua ida à Superintendência da PF no Rio de Janeiro para prestar depoimento na manhã desta terça-feira, que não seja a captura de tela que ele mostra, é "fake news". A imagem é uma publicação que ele fez em 27 de agosto de 2023, direcionada ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em alusão a uma possível diferenciação entre investigações que envolvem ameaças a seu pai e que estão relacionadas a outros políticos.

Na ocasião, ele compartilhou uma publicação que mostra um boneco do ex-presidente decapitado e outras referências à morte, com a legenda "zero busca e apreensão, zero inquérito, zero perfis bloqueados, zero reportagem em repúdio, pessoas presas: zero". No título da postagem, escreveu "tudo pela manutenção da democracia". O inquérito está sob segredo de justiça.

Entenda a operação que teve Carlos Bolsonaro como alvo no caso Abin

Foram vasculhados diversos endereços ligados a Carlos Bolsonaro, incluindo uma casa, seu gabinete na Câmara Municipal e seu escritório político, no Rio de Janeiro, além da casa de veraneio da família, na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis, no litoral sul do Estado.

Ao longo das diligências, a PF apreendeu computadores, diversos celulares e uma arma. Em Salvador, na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues - militar do Exército que prestou serviços para a agência sob o comando de Alexandre Ramagem (PL-RJ) -, foi apreendido um notebook da Abin. A mulher do militar é servidora da agência. Em nota, a agência disse que "Giancarlo Gomes Rodrigues não trabalha atualmente na Abin".

Segundo a PF, o vereador teria feito parte do "núcleo político" do grupo que teria se instalado na Abin no governo Bolsonaro e também seria o destinatário das informações obtidas através do monitoramento ilegal. Ele ainda não se manifestou sobre as suspeitas. A polícia chama os investigados de "organização criminosa" e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência. Jair Bolsonaro negou a existência do que os investigadores vêm chamando de "Abin paralela".

A Operação Vigilância Aproximada vasculhou 21 endereços no último dia 25, quando foi deflagrada, e nesta segunda-feira cumpriu outros nove mandados de busca e apreensão, sendo cinco no Rio de Janeiro (RJ), um em Angra dos Reis (RJ), um em Brasília (DF), um em Formosa (GO) e um em Salvador (BA).

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Quando um jovem de 20 anos abriu fogo na Universidade Estadual da Flórida, estudantes aterrorizados fizeram barricadas nas portas e fugiram pelo campus, abandonando anotações de química e até mesmo sapatos, em um ataque a tiros que, segundo os investigadores, matou dois homens e feriu pelo menos seis outros.

Na madrugada desta sexta-feira, 18, memoriais com velas e flores pontilhavam o campus e uma vigília em toda a escola havia sido programada, pois os alunos e professores tentavam começar a se recuperar do ataque do dia anterior, que causou ondas de medo em todo o campus.

"Ouvi alguns tiros e depois desmaiei", disse Carolina Sena, uma estudante de contabilidade de 21 anos que estava dentro do centro acadêmico quando o ataque começou. "Todos estavam chorando e em pânico. Estávamos tentando nos barricar em um cantinho no porão, tentando nos proteger o máximo que podíamos."

Acredita-se que o atirador, identificado pela polícia como Phoenix Ikner, seja um estudante da Universidade Estadual da Flórida e filho de uma policial que abriu fogo com a antiga arma de serviço de sua mãe, disseram os investigadores.

As autoridades não haviam revelado até esta sexta de manhã o motivo do ataque, que começou por volta da hora do almoço na quinta-feira, 17, do lado de fora do centro acadêmico.

Os policiais chegaram rapidamente, atiraram e feriram o suspeito depois que ele se recusou a obedecer aos comandos, disse o chefe de polícia de Tallahassee, Lawrence Revell.

Os dois homens mortos não eram estudantes, disse o chefe de polícia da Universidade Estadual da Flórida, Jason Trumbower, acrescentando que não divulgaria informações adicionais sobre as vítimas.

O atirador obteve acesso a uma arma que pertence à sua mãe, que trabalha no gabinete do xerife há mais de 18 anos e tem sido uma funcionária exemplar, disse o xerife do condado de Leon, Walt McNeil.

A polícia disse acreditar que Ikner atirou nas vítimas usando uma antiga arma de serviço de sua mãe, que ela havia guardado para uso pessoal depois que a força policial passou a usar novas armas.

Cinco pessoas que ficaram feridas foram atingidas por tiros, enquanto uma sexta foi ferida ao tentar fugir, disse Revell em um comunicado na noite de quinta-feira.

Todas elas estavam em boas condições, disse um porta-voz do Tallahassee Memorial Healthcare.

O atirador era um membro de longa data do conselho consultivo para jovens do gabinete do xerife, disse o xerife.

"Ele estava inserido no gabinete do xerife do Condado de Leon, envolvido em vários programas de treinamento que temos", disse McNeil. "Portanto, não é surpresa para nós que ele tivesse acesso a armas."

Na noite de quinta-feira, Ikner estava no hospital com "ferimentos graves, mas sem risco de morte", de acordo com Revell.

Testemunha diz que a espingarda do suspeito emperrou

Ambulâncias, caminhões de bombeiros e veículos de patrulha de várias agências de aplicação da lei correram para o campus a oeste da capital da Flórida depois que a universidade emitiu um alerta de atirador ativo.

Aidan Stickney, de 21 anos, que estuda administração de empresas, estava atrasado para a aula quando disse ter visto um homem sair de um carro com uma espingarda e apontar para outro homem com uma camisa polo branca.

A arma emperrou, disse Stickney, e o atirador correu de volta para o carro e saiu com uma arma de fogo, atirando contra uma mulher. Stickney correu, avisando os outros enquanto ligava para o 911.

"Tive sorte hoje. Realmente tive. Tive mesmo, mesmo", disse ele.

Trumbower disse que os investigadores não têm provas de que alguém tenha sido alvejado com a espingarda.

Os tiros fizeram os estudantes se dispersarem

Holden Mendez, um estudante de 20 anos que estuda ciências políticas e assuntos internacionais, disse que tinha acabado de sair do grêmio estudantil quando ouviu uma série de tiros. Ele correu para um prédio próximo ao campus, onde disse que seu treinamento anterior de resposta a emergências entrou em ação.

"Havia muito medo. Havia muito pânico. Havia muita desinformação que estava sendo espalhada. Eu estava fazendo o meu melhor para combater isso", disse ele. "Eu disse às pessoas: 'Respirem fundo. Este edifício é seguro. Tudo vai ficar bem.'"

Andres Perez, 20 anos, estava em uma sala de aula perto do centro acadêmico quando soou o alarme para o bloqueio. Ele disse que seus colegas de classe começaram a mover as carteiras em frente à porta e os policiais vieram acompanhá-los até a saída.

"Eu sempre fico no grêmio estudantil", disse Perez. "Assim, no momento em que descobri que a ameaça estava lá, meu coração disparou e fiquei com medo."

Ataque choca o campus e o país

O presidente norte-americano Donald Trump disse no Salão Oval que havia sido totalmente informado sobre o ataque. "É uma coisa horrível. É horrível que coisas como essa aconteçam", comentou ele.

Mas Trump também sugeriu que não estaria defendendo nenhuma nova legislação sobre armas, dizendo: "A arma não atira, as pessoas atiram."

O presidente da universidade, Richard McCullough, disse que estava desolado com a violência. "Nossos corações estão com nossos alunos e com as vítimas dessa terrível tragédia", afirmou.

A Universidade Estadual da Flórida é uma das 12 universidades públicas da Flórida, com seu campus principal em Tallahassee. Cerca de 44 mil alunos estão matriculados na universidade, de acordo com a ficha informativa da escola para 2024.

Em 2014, a biblioteca principal foi o local de um ataque a tiros que feriu três pessoas. Os policiais atiraram e mataram o suspeito, Myron May, de 31 anos.

A universidade cancelou as aulas pelo resto da semana e os eventos esportivos até o domingo, 20. / Associated Press

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

A Itália apoia a liderança do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em busca de cessar-fogo e paz duradoura na Ucrânia e concordou em fortalecer cooperação em defesa com os EUA, segundo comunicado conjunto divulgado pela Casa Branca na manhã desta sexta-feira, 18. Ambos os países também reforçaram ter "comprometimento inabalável" com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"A guerra na Ucrânia deve acabar", afirmaram os países, em nota. "Nossa cooperação em defesa deve depender de uma cadeia de ofertas transatlântica profunda e extensa. Estamos enfrentando um ambiente de segurança complexo e estamos prontos para aumentar nossa cooperação em equipamentos de defesa e tecnologia."

A cooperação EUA-Itália incluirá a coprodução e desenvolvimento da capacidade industrial de defesa de ambos os países, para fortalecê-la e protegê-la "de adversários estrangeiros", aponta o comunicado, sem citar diretamente o que consideram ameaças estrangeiras.

Recentemente, diversos países da Europa têm defendido o aumento de gastos e investimentos em defesa, sob preocupações de que a Rússia continue como ameaça à segurança regional no longo prazo.

Os Estados Unidos e a Itália também reafirmaram comprometimento em reduzir a imigração ilegal, erradicação de grupos de crime organizado e luta contra a "produção, distribuição e venda" de drogas ilícitas sintéticas.

As conclusões foram tomadas durante reunião entre Trump e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, na tarde da quinta-feira, 17, quando os dois líderes discutiram cooperação bilateral econômica, de segurança e de tecnologia.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o país suspenderá seus esforços para negociar o fim da guerra na Ucrânia caso não haja progresso nos próximos dias, em um esforço para pressionar Kiev e Moscou a chegarem a um acordo. "Precisamos determinar muito rapidamente agora, e estou falando de uma questão de dias, se isso será viável ou não nas próximas semanas", comentou a repórteres, após conversas na quinta-feira, 17, com autoridades europeias e ucranianas.

Rubio disse que, se uma proposta de paz não for viável dentro deste período, os EUA terão outras prioridades em que se concentrar. Ele acrescentou que os EUA apresentaram uma estrutura para um acordo às duas partes e aos europeus sobre como a guerra pode ser encerrada, incluindo um cessar-fogo, mas não divulgou publicamente o que isso implica.

Separadamente, na noite da quinta-feira, Ucrânia e EUA deram um passo em direção a um acordo econômico mais amplo para exploração de minerais críticos, que se provou uma grande fonte de discórdia nas relações até o momento, ao assinarem um memorando que prevê também a criação de um fundo de investimento para reconstrução do país.

O alerta de Rubio ocorre no momento em que a França anunciou uma reunião a ser realizada em Londres na próxima semana com autoridades americanas, ucranianas e europeias para tentar avançar nas negociações. Rubio disse estar aberto a participar da sessão se ficar claro que é possível avançar.

Outras autoridades ocidentais se mostraram mais otimistas do que Rubio quanto ao destino das negociações, afirmando que as reuniões em Paris foram produtivas e que os EUA indicaram que ele desenvolveu um rascunho de conceito sobre como um cessar-fogo abrangente poderia ser monitorado.

Autoridades ucranianas também reafirmaram em Paris sua disposição de observar um cessar-fogo abrangente, se a Rússia concordar. Fonte: Dow Jones Newswires.