Santos vai receber 'presentes que nascem do entendimento', afirma Tarcísio, em discurso

Política
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que os investimentos no Porto de Santos e a obra do Túnel Santos-Guarujá são "presentes que nascem do entendimento" entre o governo federal, sob Luiz Inácio Lula da Silva, e da gestão estadual. A fala ocorre após desentendimentos entre ambas as partes pela "paternidade" da obra na região.

"O Porto vai receber no dia de hoje presentes importantes, que nascem do entendimento, da parceria, e isso torna esse momento mais emblemático", afirmou o governador em cerimônia em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos e Anúncio de Investimentos no Túnel Submerso Santos-Guarujá nesta sexta-feira, 2, no litoral paulista. "O que importa é enxergar o verdadeiro interesse público."

Lula assinou há pouco, ao lado de Tarcísio, termo de cooperação técnica para a execução das obras do túnel de Santos-Guarujá. Conforme antecipou o Estadão/Broadcast, a construção será custeada 50% pela gestão federal e 50% pela gestão estadual.

A obra terá um valor de investimento na ordem de R$ 6 bilhões. No termo de cooperação, são delineadas as ações e agenda necessárias à execução do empreendimento.

Ambas as gestões federal e estadual chegaram a um acordo sobre o impasse envolvendo as obras do túnel Santos-Guarujá na terça-feira, 30. Durante a manhã, Tarcísio se reuniu com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, no Palácio do Planalto. Segundo relatos, o encontro foi focado no teor técnico para resolver a questão.

Já no período da tarde, o governador teve outra reunião no Palácio do Planalto com os ministros, mas que também contou com a presença de Lula. De acordo com fontes, essa segunda parte focou mais no teor político para "acertar" a participação de Tarcísio no anúncio das obras do túnel.

Segundo o governador de São Paulo, também foi acertada a parceria com o governo federal para obras da Perimetral. "Com outras obras na Baixada, passaremos de R$ 8 bilhões em investimentos", disse o gestor estadual.

O governo federal tinha a intenção de construir o túnel Santos-Guarujá com menor participação da iniciativa privada e sem a gestão estadual, que queria financiar o empreendimento com recursos federais. O túnel, inclusive, é uma das obras prioritárias do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no ano passado por Lula. Contudo, a intenção do governo federal gerou tensão na relação com a gestão de Tarcísio.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a comentar sobre a possibilidade de tentar um terceiro mandato em 2030, o que é proibido pela Constituição americana. Em entrevista à NBC News, o republicano disse que "há métodos para fazer isso", sem esclarecer quais seriam.

Trump disse não estar "brincando" ao abordar a possibilidade de concorrer a mais um mandato presidencial, mas reforçou que "é muito cedo para pensar sobre isso". O presidente americano afirmou que há "muita gente querendo que ele tente ser presidente pela terceira vez. "Mas eu basicamente digo a eles que temos um longo caminho a percorrer, ainda é muito cedo", acrescentou.

A 22ª Emenda da Constituição dos EUA proíbe que uma pessoa ocupe a cadeira presidencial por três vezes, mesmo que não sejam consecutivas. Trump já presidiu os EUA no seu primeiro mandato entre 2017 e 2021, antes de retornar à Casa Branca neste ano.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, afirmou neste domingo (30) que os Estados Unidos não assumirão o controle do território insular, um dia depois de o presidente americano Donald Trump citar até a possibilidade de uso de força militar para tomar a ilha.

"O presidente Trump diz que os Estados Unidos ficarão com a Groenlândia. Deixe-me ser claro: os Estados Unidos não ficarão a Groenlândia. Não pertencemos a mais ninguém. Nós decidimos nosso próprio futuro", disse Nielsen em uma publicação no Facebook.

A Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca que, como os Estados Unidos, faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo Trump, a anexação do território seria uma questão de segurança nacional para os americanos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chính, encerraram o Fórum Econômico Brasil-Vietnã. Em seu discurso, o líder brasileiro reforçou importantes mensagens da agenda climática e ambiental de seu governo. "A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e uma grande oportunidade. Temos décadas de experiência em biocombustíveis, que são alternativas de baixo custo para os setores automotivo e de aviação, e mesmo para a geração de energia elétrica. Há potencial de cooperação em energia eólica e solar, bem como em hidrogênio verde. O setor privado tem um importante papel a desempenhar na redução de emissões e no financiamento climático", disse, ainda segundo comunicado oficial divulgado neste domingo, 30, em parceria com a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.

Lula também ressaltou a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). "Seu objetivo é gerar um fluxo de apoio financeiro permanente aos países tropicais que, como Brasil e Vietnã, conservam suas florestas em benefício de toda a humanidade", afirmou. "Vietnã e Brasil já sentem os efeitos econômicos da mudança do clima. Somos os maiores produtores e exportadores mundiais de café e podemos obter maior resiliência climática na cafeicultura por meio de cooperação técnica e científica entre os dois países", destacou.

O chefe do Executivo voltou a convocar todos os países a "apresentarem NDCs ambiciosas e alinhadas à meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC" em relação aos níveis pré-industriais, objetivo central do Acordo de Paris. As NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas) são os compromissos internacionais das nações para redução de suas emissões de gases-estufa. Todas devem lançar suas NDCs com metas para 2035 antes da COP30.

Visita de Estado

Nos dois dias de visita de Estado ao país asiático, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, acompanhou o presidente em encontros com os líderes dos quatro pilares do sistema político vietnamita: o presidente, Luong Cuong, o primeiro-ministro, Pham Minh Chính, o presidente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man, e o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã, Tô Lâm.

Na sexta-feira (28), Lula e Luong Cuong assinaram o Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica, que reúne prioridades do relacionamento bilateral em assuntos como defesa, economia, comércio e investimentos; agricultura e segurança alimentar e nutricional; ciência, tecnologia e inovação; meio ambiente e sustentabilidade; transição energética e cooperação sociocultural e assuntos consulares. A parceria estratégica pretende aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação.

Em 2024, Brasil e Vietnã celebraram 35 anos de relações diplomáticas. A relação foi elevada a Parceria Estratégica em 17 de novembro de 2024, em encontro de Lula e do primeiro-ministro vietnamita à margem da Cúpula do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), no Rio de Janeiro, quando o presidente brasileiro foi convidado a visitar o país asiático. Nos últimos dois anos, Lula reuniu-se três vezes com o primeiro-ministro Pham Minh Chinh: em maio de 2023, em Hiroshima, na Cúpula do G7; em setembro de 2023, em Brasília, durante visita oficial; e em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, na Cúpula do G20.