Ex-número 1 da OAS, Léo Pinheiro pede a Toffoli suspensão multa de R$ 45 milhões da Lava Jato

Política
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Um dos alvos principais da Operação Lava Jato, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro pediu ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que suspenda a multa de R$ 45 milhões do acordo de colaboração premiada que fechou com o Ministério Público Federal (MPF). Além disso, o delator também quer sustar outra obrigação relevante no pacto com a Procuradoria: sua prisão domiciliar.

Léo Pinheiro requer que o sobrestamento dos deveres previstos em sua delação premiada dure, pelo menos, até que sua defesa analise as mensagens da Operação Spoofing - investigação que mirou hackers do ex-juiz Sérgio Moro e da força-tarefa da Lava Jato - "para avaliar a possibilidade de revisão, repactuação ou revalidação' do acordo celebrado com o MPF.

A petição foi encaminhada à Corte máxima nesta quinta-feira, dia 1º, na esteira da decisão do ministro Dias Toffoli que, no dia 6 de setembro do ano passado, anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht e dos sistemas Drousys e My Web Day B, usados pelo Setor de Operações Estruturadas - "o departamento de propinas" - da empreiteira.

Mais recentemente, na quarta-feira, 31, Toffoli atendeu um novo pedido da antiga Odebrecht (atual Novonor) e suspendeu o pagamento das parcelas do acordo de leniência da construtora. A empresa sustenta que foi pressionada a fechar o acordo para garantir sua sobrevivência financeira e institucional. Toffoli reconheceu que há "dúvida razoável sobre o requisito da voluntariedade".

No centro do pedido encaminhado ao STF, a delação de Léo Pinheiro prevê pena de 30 anos de prisão e multa de R$ 45 milhões. O acordo foi assinado pela defesa do ex-presidente da OAS em dezembro de 2018 e seis meses depois foi encaminhado para homologação pelo STF.

Léo Pinheiro foi alvo principal da 7ª fase da Operação Lava Jato, aberta em 14 de novembro de 2014. De acordo com a defesa, enquanto o ex-presidente da OAS negociava os termos da delação premiada com o MPF, sofreu quatro condenações, somando mais de 37 anos de prisão. Uma destas sentenças, no caso do triplex, foi derrubada pelo STF.

Agora, o que o delator alega ao STF é que, considerando as mensagens hackeadas dos líderes da Lava Jato, há um "movimento para reanalisar as premissas adotadas pelas autoridades nos procedimentos e processos em trâmite" perante a base da Lava Jato, em Curitiba.

Os advogados sustentam que o "contexto de barbáries" que envolve Léo Pinheiro é o mesmo de Lula - "situação subjetiva e objetivamente idêntica na necessidade de se ter acesso à integra do material colhido no âmbito da Operação Spoofing", a fim de se verificar e "impugnar eventuais ilegalidades processuais que se projetam como reflexo da atuação coordenada entre acusação e magistrado".

O argumento é o de que a realidade de "Léo Pinheiro na reprovável conjuntura processual instalada pelas autoridades envolvidas na Operação Lava Jato e seus desdobramentos" abre caminho para a extensão da decisão que anulou as provas da leniência da Odebrecht, para garantir ao ex-chefe da OAS acesso à íntegra do material apreendido pela Operação Spoofing.

Além disso, a defesa sustenta que a situação de Léo Pinheiro é "idêntica" à da J&F, que, em dezembro, conseguiu no STF a suspensão da multa de mais de R$ 10 bilhões de seu acordo de leniência. O delator se diz "também vítima de contexto arbitrário, já que foi compelida a fazer um acordo flagrantemente desfavorável e abusivo, igualmente à J&F". Assim, também pede a suspensão das obrigações pactuadas em sua delação durante a análise das provas da Spoofing.

"Nessa linha de legalidade, se faz de forma isonômica e necessária a suspensão de todas as obrigações advindas do acordo de colaboração premiada pactuado entre Léo Pinheiro e o Ministério Público Federal, sejam pessoais ou pecuniárias, enquanto a defesa analisa os mais de 269 gigabytes do material coletado pela Operação Spoofing", diz a petição.

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira, 2, que Israel está estabelecendo um novo corredor de segurança através da Faixa de Gaza para pressionar o Hamas, sugerindo cortar a cidade de Rafah do resto do território palestino.

O anúncio foi feito depois que o ministro da defesa de Netanyahu declarou que tomaria grandes áreas de Gaza e as adicionaria às suas chamadas zonas de segurança. Enquanto isso, uma onda de ataques israelenses matou mais de 40 palestinos, incluindo várias mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Israel prometeu intensificar a guerra de quase 18 meses contra o Hamas até que o grupo devolva dezenas de reféns restantes, desarme-se e deixe o território. Fonte:

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, está viajando para a Groenlândia nesta quarta-feira, 2, para uma visita de três dias com o objetivo de construir a confiança dos líderes groenlandeses, em um momento em que o governo Trump busca o controle do vasto território ártico.

Mette Frederiksen anunciou planos para sua visita após o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ter visitado uma base aérea americana na Groenlândia na semana passada e acusado a Dinamarca de investir pouco no território.

A Groenlândia é uma ilha rica em minerais e estrategicamente crítica, tornando-se mais acessível devido às mudanças climáticas.

Trump afirmou que a massa terrestre é essencial para a segurança dos EUA. Ela faz parte da América do Norte, mas é um território semiautônomo pertencente ao Reino da Dinamarca.

A primeira-ministra deve se reunir com o novo líder groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, após uma eleição no mês passado que resultou em um novo governo. Nielsen afirmou no último fim de semana que os EUA não ficarão com a Groenlândia, em reação às afirmações de Donald Trump de que os norte-americanos assumirão o controle do território insular.

Mette Frederiksen também deve se encontrar com o futuro Naalakkersuisut, o gabinete ministerial, durante a visita que deve durar até sexta-feira.

"Tenho o mais profundo respeito por como o povo groenlandês e os políticos groenlandeses lidam com a grande pressão que há sobre a Groenlândia", disse ela em um comunicado do governo anunciando a visita.

Na agenda, estão conversas com Nielsen sobre a cooperação entre Groenlândia e Dinamarca.

Há anos, o povo da Groenlândia, com uma população de cerca de 57 mil pessoas, trabalha para alcançar a independência da Dinamarca. As ameaças do governo Trump de assumir o controle da ilha de qualquer maneira, possivelmente até com força militar, irritaram muitos na Groenlândia e na Dinamarca.

O novo governo quer adotar uma abordagem mais lenta sobre a questão da eventual independência. O grupo político na Groenlândia mais simpático ao presidente dos EUA, o partido Naleraq, que defende um caminho rápido para a independência, foi excluído das negociações da coalizão para formar o próximo governo.

Peter Viggo Jakobsen, professor associado da Academia de Defesa Dinamarquesa, disse na semana passada que as aspirações do governo Trump para a Groenlândia poderiam ter um efeito contrário e aproximar os partidos mais moderados ainda mais da Dinamarca.

Ele disse que "Trump assustou a maioria dos groenlandeses com essa ideia de um relacionamento próximo com os Estados Unidos porque eles não confiam nele". /AP

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 2, novas sanções contra uma rede de facilitadores financeiros e operadores de suprimentos dos houthis, grupo rebelde do Iêmen, acusados de adquirir armas e commodities da Rússia, incluindo grãos roubados da Ucrânia, segundo comunicado divulgado pelo governo. A ação visa Said al-Jamal, alto funcionário houthi apoiado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e seus colaboradores.

"Os houthis dependem de Said al-Jamal e sua rede para obter bens essenciais que abastecem sua máquina de guerra terrorista", afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. "Esta medida reforça nosso compromisso em reduzir a capacidade do grupo de ameaçar a região com atividades desestabilizadoras".

Segundo o comunicado, os Houthis têm usado mísseis, drones e minas navais para atacar embarcações comerciais no Mar Vermelho, colocando em risco a navegação global. Os ataques, incentivados pelo Irã, já causaram mortes de civis e milhões em prejuízos.

A rede sancionada inclui os empresários afegãos Hushang e Sohrab Ghairat, localizados na Rússia, que ajudaram, segundo o governo americano, a orquestrar o envio de grãos ucranianos roubados da Crimeia para o Iêmen no navio Am Theseus, de bandeira russa. A empresa Hong Kong AM Asia M6 Ltd, proprietária da embarcação, e seus capitães russos, Vyacheslav Vidanov e Yuri Belyakov, também foram alvos das sanções.

Além disso, o Tesouro identificou oito carteiras de criptomoedas usadas pelos houthis para transferir fundos. O turco-iraniano Hassan Jafari, acusado de lavar milhões em dólares para a rede, também foi incluído na lista de sanções.