Lula foca em Rio e BH, cidades em que foi derrotado em 2022, de olho nas eleições municipais

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai visitar Rio de Janeiro e Belo Horizonte em viagens oficiais, de olho nas eleições municipais de outubro. Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o petista nas duas capitais. No início deste mês de fevereiro, o presidente vai privilegiar os três maiores colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

Nesta terça-feira, 6, Lula vai visitar dois municípios da Baixada Fluminense. A primeira agenda será em Magé, às 10 horas, onde ele fará entregas de domicílios do Minha Casa, Minha Vida. Às 14, o presidente estará em Belford Roxo para inaugurar uma escola que leva o nome de Arthur Araújo Lula da Silva, neto do petista que morreu em março de 2019, quando o chefe do Executivo estava preso em Curitiba.

 

Nas eleições de 2022, Bolsonaro venceu Lula na capital carioca com 1.929.209 votos (52,7% dos votos válidos) a 1.734.159 votos (47,3% dos votos válidos). O prefeito Eduardo Paes (PSD) será apoiado pelo petista, enquanto o PL, legenda do ex-presidente, aposta em Alexandre Ramagem, que recentemente se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga monitoramentos ilegais feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão que Ramagem dirigiu entre 2019 e 2022. O parlamentar nega ter cometido as irregularidades.

 

O PT pressiona Paes pela vaga de vice em sua chapa, que também é desejada pelo PDT, partido que integra a base do prefeito carioca. Uma possível indicada pela legenda de Lula seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que vai se filiar ao PT em breve e conta com o apoio da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.

 

Lula iria acompanhar Eduardo Paes na inauguração de um ginásio na Barra da Tijuca nesta terça-feira, 5. O petista, porém, declinou da agenda.

 

Na quarta-feira, 7, o presidente estará em Belo Horizonte, onde fará um encontro no Minascentro reunindo empresários, lideranças de movimentos sociais e aliados políticos. A capital mineira é a única do eixo BH-São Paulo-Rio que terá um candidato próprio do PT. O pré-candidato da legenda é o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que teve destaque na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro.

 

Na capital mineira, a distância entre Lula e Bolsonaro foi maior, com o ex-presidente obtendo 699.105 votos (54,7% dos votos válidos) e Lula recebendo 703.755 votos (45,75 dos votos válidos). Apesar da derrota em BH, Lula se saiu vencedor no Estado com uma estreita margem de 50 mil votos.

 

Já no PL, o ex-presidente Bolsonaro sinalizou que apoia a candidatura do deputado estadual Bruno Engler à prefeitura belo-horizontina. Porém, há um movimento interno na legenda que defende o lançamento do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para a disputa.

 

Nikolas foi o deputado federal mais votado da história de Minas Gerais, com 1.492.047 votos (13,3% dos votos válidos). Em BH, que é a cidade onde ele nasceu e foi vereador entre 2020 e 2022, o parlamentar obteve mais de um quinto de todos os votos válidos dos eleitores.

 

A visita de Lula na capital mineira é vista como estratégica pelos seus aliados pois a cidade permanece alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde a sua posse em janeiro do ano passado, o presidente nunca desembarcou em BH, sendo essa a primeira vez em que ele estará em território belo-horizontino desde a campanha de 2022.

 

Agendas nos maiores colégios eleitorais começou em SP

 

Na última sexta-feira, 1º, o presidente cumpriu agendas em São Paulo, onde participou da cerimônia do 132º aniversário do Porto de Santos e visitou a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. A estadia do petista também teve intenções eleitorais, já que no mesmo dia ele marcou presença no evento de filiação da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy ao PT. Marta será a vice da chapa encabeçada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à prefeitura da capital.

 

No seu primeiro ano de mandato, Lula fez uma maratona de 24 viagens internacionais com o mote "o Brasil voltou". Com a chegada do ano eleitoral, o petista agora busca aumentar a sua popularidade no País e intensificar a sua presença em cidades com mais de 100 mil habitantes. A estratégia teve início no Nordeste, tradicional reduto petista, com visitas em Recife, Salvador e Fortaleza,

 

O PT pretende lançar candidatos próprios a prefeito em mais de 500 municípios e entre 11 a 14 das 26 capitais do País. Além das viagens do presidente e a sua presença para impulsionar a candidatura de aliados, os petistas apostam na fatia de R$ 603 milhões do fundo eleitoral turbinado de R$ 4,9 bilhões, sancionado por Lula no último dia 23.

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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 18 mil na semana encerrada em 26 de abril, para 241 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas da FactSet, que previam 225 mil solicitações no período.

O total de pedidos da semana anterior foi levemente revisado para cima, de 222 mil a 223 mil.

Já o número de pedidos contínuos teve alta de 83 mil na semana até 19 de abril, a 1,916 milhão, atingindo o maior nível desde 13 de novembro de 2021. Esse indicador é divulgado com defasagem de uma semana.

Lilian Moreno Cuéllar, juíza distrital de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, anulou nesta quarta, 30, a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por estupro e tráfico de pessoas, em um caso relacionado ao abuso de uma menor durante seu mandato. "Fica sem efeito qualquer mandado de rebeldia e ordem judicial de apreensão", diz a decisão judicial.

Lilian também determinou a suspensão de qualquer investigação sobre o caso, que corre em Tarija, no sul da Bolívia, e ordenou que o processo seja enviado para Cochabamba - onde Evo tem forte respaldo político e social.

Em outubro, o Ministério Público havia pedido a prisão do ex-presidente boliviano, de 65 anos, que desde então se refugiou em seu bastião político na região cocaleira do Chapare. De acordo com o MP, Evo começou um relacionamento com uma jovem de 15 anos em 2015, quando ele era presidente, e os pais dela consentiram com a união em troca de benefícios. A relação resultou no nascimento de uma filha, um ano depois. A jovem foi posteriormente identificada como Noemí Meneses, que hoje estaria com 25 anos.

Reação

A ordem judicial provocou reação dos críticos de Evo, em razão do histórico de Lilian, que entre 2012 e 2016 trabalhou no Serviço Nacional de Impostos e depois na Companhia Ferroviária Nacional (Enfe).

Lilian foi nomeada juíza pouco antes de Evo deixar o poder, em 2019, o que acabou levantando questionamentos sobre um conflito de interesses e acusações de proteção política ao ex-presidente boliviano.

Evo está inelegível desde 2023, quando a Justiça eleitoral vetou a reeleição indefinida - Evo foi presidente por quatro mandatos. Em fevereiro, no entanto, ele desafiou a sentença e anunciou sua candidatura presidencial nas eleições de 17 de agosto.

Ele se tornou opositor do atual presidente Luis Arce, transformado em desafeto e chamado de "traidor", depois que ambos desataram uma guerra pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Em março, o ex-presidente fundou seu próprio partido, o Evo Povo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornalista sueco Joakim Medin, preso em março após sua chegada à Turquia, foi condenado ontem a 11 meses de prisão por "insultar o presidente" turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um protesto ocorrido em Estocolmo. A condenação foi suspensa logo em seguida, mas ele continuará detido por outra acusação, a de "pertencer a uma organização terrorista".

O repórter do jornal sueco Dagens ETC participou da audiência por videoconferência de sua cela na prisão de Silivri, oeste de Istambul. A Justiça turca o acusa de ter participado, em janeiro de 2023, de uma manifestação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Estocolmo, capital sueca, durante a qual foi pendurado um boneco de Erdogan de cabeça para baixo, algo que o jornalista nega desde o início.

Medin reafirmou nesta quarta, 30, "não ter participado desse evento". "Eu estava na Alemanha a trabalho. Nem sabia dessa manifestação", declarou. Durante a audiência, o tribunal exibiu fotos tiradas em outra reunião, em agosto de 2023, em Estocolmo, quando a Turquia ainda bloqueava a entrada da Suécia na Otan.

"Nunca tive a intenção de insultar o presidente. Eu tinha a tarefa de escrever os artigos, e foram meus editores que escolheram as fotos", disse o repórter, destacando que Erdogan é "uma figura central" exibida nesses protestos.

Medin, de 40 anos, foi preso em 27 de março ao chegar à Turquia, onde iria cobrir as manifestações desencadeadas pela prisão, em 19 de março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal adversário político do presidente.

Violações

O jornalista relatou múltiplas violações de seus direitos básicos durante os estágios iniciais de sua detenção, incluindo o direito de acesso a um tradutor, a um advogado e a serviços consulares. Medin foi acusado de pertencer a uma organização terrorista, crime que poderia lhe render até nove anos de prisão e será julgado posteriormente, em data a ser definida.

Essa acusação baseia-se em publicações nas redes sociais, artigos e livros escritos "unicamente no âmbito de seu trabalho jornalístico", disse Baris Altintas, diretora da ONG turca de direitos humanos MLSA, que o representa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.