Cúpula do MDB se reúne com Nunes para reavaliar presença em ato de Bolsonaro

Política
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Integrantes da cúpula do MDB consideram que a ida de Ricardo Nunes (MDB-SP) ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no próximo dia 25 na Avenida Paulista pode prejudicar a reeleição do prefeito de São Paulo. O prefeito disse na semana passada que comparecerá à manifestação.

 

Lideranças do partido estão na capital paulista, onde foram à posse de Aldo Rebelo e de José Renato Nalini como secretários municipais nesta segunda-feira, 19. Estiveram presentes emedebistas como Helder Barbalho (MDB-PA), governador do Pará, Paulo Dantas (MDB-AL), governador de Alagoas, o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do partido na Câmara dos Deputados, o senador Plínio Valério (MDB-AM) e o deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB-MG).

 

O presidente nacional do partido, Baleia Rossi (MDB-SP), e o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) também compareceram. Antes do evento na Prefeitura, ao menos parte do grupo almoçou com Nunes. O incômodo principal é da bancada federal do MDB. que tenta demover o prefeito por meio de Baleia, que também é deputado federal e coordenador da campanha de Nunes. Por outro lado, mesmo quem é contra reconhece que a decisão final é do próprio prefeito, já que São Paulo é a prefeitura mais importante do país.

 

A avaliação é que a presença do prefeito nacionalizaria a eleição paulistana e tiraria o foco de entregas feitas pela atual gestão. Também aumentaria a exposição do MDB, que tem três ministérios no governo Lula (PT), e é base de apoio ao governo no Congresso Nacional.

 

Além disso, emedebistas entendem que a presença do prefeito no ato marcará a candidatura dele como de direita, na contramão do esforço que o próprio tem feito para se mostrar como um candidato de uma frente ampla contra a "extrema-esquerda", como ele classifica o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

 

A posse de Rebelo e de Nalini se transformou em um evento com a presença de lideranças de PSD, PP, Solidariedade, Cidadania e do próprio MDB. Bolsonaristas como Fabio Wajngarten, a secretária estadual de Políticas para a Mulher, Sonaira Fernandes (Republicanos-SP), e o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), estavam presentes, mas sem destaque.

 

O grupo seguirá fazendo reuniões nos próximos dias em Brasília. Questionado sobre o tema, Nunes ressaltou seu histórico como político de centro e disse que está preocupado em cuidar das pessoas e não com "direita e esquerda".

 

"Carimbo é só no papel. As pessoas têm suas histórias de vida", respondeu após a posse. "Evidentemente, tem opinião para lá, opinião para cá. O que eu queria ressaltar é que uma manifestação é um ato da democracia. Quando alguém vai apresentar uma defesa, aquilo que ele acha que é importante, desde que pacífica, sem atacar ninguém, é válido", acrescentou.

 

Nunes evitou comentar a situação jurídica de Bolsonaro, alvo de investigação da Polícia Federal, e disse que os meios político e jornalístico erram ao pré-julgar o ex-presidente. "Não apenas ele, mas todos são inocentes até que esteja [a condenação] transitada em julgado".

 

Helder Barbalho usou a própria reeleição para o governo paraense em 2022 como exemplo em seu discurso, o que soou como um alerta ao prefeito. Ele apoiou a reeleição de Lula. "Eu mostrei ao Estado do Pará que o gestor para ser avaliado e reconduzido é quando ele não governa para os extremos, ele governa para todos", disse o governador. "É isso que você tem feito em São Paulo e é desta forma que você continuará liderando São Paulo", completou Barbalho, se dirigindo ao prefeito

 

A aliança com Bolsonaro foi importante para Nunes porque enterrou a candidatura do bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP), que poderia lhe tirar votos entre os eleitores à direita. Por outro lado, aliados de Bolsonaro cobram que ele se engaje mais na defesa do ex-presidente, o que até agora fez de forma tímida.

 

Dessa forma, a presença de Nunes na manifestação serviria para acalmar os bolsonaristas e evitar que essas críticas se repitam no futuro. Se for mesmo ao ato, o prefeito estará ao lado de outro aliado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que já confirmou presença ao lado de outros governadores e deputados.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu neste sábado a passagem "gratuita" de navios americanos pelos canais do Panamá e de Suez, afirmando que eles "não existiriam sem os EUA".

"Os navios americanos, tanto militares quanto comerciais, devem ter permissão para viajar, gratuitamente, pelos canais do Panamá e de Suez!", escreveu Trump na rede Truth.

Ele também pediu ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que cuidasse imediatamente da situação.

O Hamas afirmou neste sábado que enviou uma delegação de alto nível ao Cairo para tentar retomar o cessar-fogo - rompido no mês passado por bombardeios israelenses -, acrescentando que o grupo poderia concordar com uma trégua de cinco a sete anos em troca do fim da guerra. A paz permitiria a reconstrução de Gaza, a libertação dos palestinos presos e o retorno de todos os reféns.

"A ideia de uma trégua ou de sua duração não é rejeitada por nós, e estamos prontos para discuti- la no âmbito das negociações. Estamos abertos a qualquer proposta séria para acabar com a guerra", disse Taher Al-Nono, assessor da liderança do Hamas, no primeiro sinal claro de que o grupo esta aberto a um acordo de longo prazo.

No entanto, Nono descartou a principal exigência israelense de que o Hamas deponha suas armas.

Na semana passada, o grupo palestino rejeitou uma proposta de Israel que previa um cessar-fogo de 45 dias em troca do retorno de dez reféns vivos.

*Com informações da Associated Press

O governo da China isentou de suas tarifas retaliatórias algumas importações dos EUA que o país teria dificuldade em obter imediatamente de outros países para proteger seus interesses nacionais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Entre os produtos, estão alguns semicondutores, equipamentos para fabricação de chips, produtos médicos e peças de aviação.

O esforço chinês envolveu vários órgãos governamentais, com a coordenação supervisionada pela Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado, o gabinete do país. Segundo uma das fontes, Pequim se absteve de anunciar publicamente suas isenções tarifárias para não revelar suas vulnerabilidades estruturais, deixando espaço para ajustes e negociações futuras.

Dois comerciantes de semicondutores disseram que a alfândega chinesa suspendeu as tarifas sobre oito categorias de chips fabricados nos EUA, incluindo unidades centrais de processamento, a partir de 24 de abril. As autoridades chinesas não removeram as tarifas sobre chips de memória dos EUA. Muitos chips desenvolvidos pela Intel e Texas Instruments estão isentos das tarifas, enquanto alguns produtos americanos da fabricante de chips de memória Micron Technology continuarão sujeitos às tarifas.

Pequim preparou uma lista de importações dos EUA das quais planeja remover as tarifas, disseram algumas das fontes. Os produtos em consideração também incluem alguns produtos químicos industriais, como quartzo e etano, bem como máquinas de litografia, helicópteros e vacinas. As fontes alertaram que a lista pode mudar à medida que as discussões prosseguem.

Já o órgão regulador da aviação da China instruiu algumas companhias aéreas a suspenderem o recebimento de aeronaves e componentes dos EUA. A isenção para peças de aeronaves, como motores, permitirá que o país continue com a manutenção e a fabricação de aeronaves. A China possui uma fabricante nacional de aviões, a Comac, que continua dependente de cadeias de suprimentos estrangeiras. Autoridades chinesas também estão avaliando a isenção de tarifas para companhias aéreas chinesas que alugam jatos dos EUA, disse uma das pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.