Estados do Sul e do Sudeste cogitam compras conjuntas de softwares, viaturas e câmeras para PM

Política
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Governadores dos Estados das regiões Sul e Sudeste apresentaram nesta quinta-feira, 29, a ideia de realizarem compras de equipamentos de segurança pública, como viaturas, câmeras para uniformes policiais e softwares. A medida teria dois objetivos: aumentar a integração entre as forças de segurança dos Estados para combater o crime organizado e baratear o custo dos equipamentos.

 

A proposta foi mencionada por Eduardo Leite (PSDB-RS) durante encontro, em Porto Alegre, do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) - formado por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

 

A preocupação com a integração das forças de segurança estaduais cresceu diante da constatação de que facções criminosas com origem em São Paulo e no Rio de Janeiro se espalharam por todo o País e se infiltraram em várias prefeituras.

 

Leite disse que o Rio Grande do Sul está no processo de adotar câmeras corporais para os policiais, mesmo caso do Espírito Santo e do Paraná. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina já adotam a tecnologia. São Paulo tem cerca de 10 mil câmeras em utilização, mas o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tem um histórico de idas e vindas sobre o tema.

 

No início do ano, ele questionou a efetividade do equipamento e disse que a ampliação do programa não era prioridade. Depois, voltou atrás e afirmou que poderia comprar mais câmeras para os policiais. O governador paulista não participou da abertura do Cosud devido à realização do leilão do Trem Intercidades.

 

Assim como o paulista, Cláudio Castro (PL-RJ) participará do Cosud a partir desta sexta-feira, 1º, enquanto Jorginho Mello (PL-SC) sentiu uma indisposição e não compareceu.

 

"Também queremos falar sobre aquilo que nos ajuda a enfrentar o crime organizado, como inteligência, tecnologia, maior integração entre as polícias e endurecimento da legislação", disse o governador gaúcho. "A gente conversava sobre aquisições em segurança pública de softwares e sistemas que dialoguem, e não tenham incompatibilidade, para que a gente possa fazer uma integração mais profunda com nossos Estados vizinhos", continuou Leite.

 

Coordenador do Cosud, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disse que a inspiração são consórcios municipais que atuam em diversos Estados e que fazem compras compartilhadas principalmente na área da saúde, o que ele citou como uma possibilidade de acontecer também no consórcio estadual.

 

"Por exemplo, nós temos que comprar câmeras de segurança para policiais. Por que não pode fazer um consórcio comprar todo mundo junto para baratear o preço? Precisamos comprar viaturas, medicamentos. Tem uma série de possibilidades que ajudam a economizar os recursos públicos", afirmou o paranaense.

 

Governadores rechaçam caráter eleitoral do grupo

 

O Cosud é formado por seis governadores que vão da centro-direita à direita e são cotados como possíveis herdeiros políticos de Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível. Eduardo Leite tenta se posicionar como uma terceira via, enquanto Zema, Ratinho, Castro e Mello são aliados do ex-presidente.

 

O único destoante é Renato Casagrande (PSB-ES), cujo partido é de centro-esquerda e integra a base de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou que o objetivo do Cosud é melhorar as políticas públicas em cada Estado e que os governadores respeitam as diferenças ideológicas entre eles. O governador também pontuou que o consórcio não substitui os partidos políticos de cada mandatário. "Se o consórcio se envolver em debate eleitoral, o consórcio acaba", disse Casagrande.

 

Segundo Eduardo Leite, "em tese", todos os governadores do Cosud são presidenciáveis porque governam Estados importantes. O gaúcho afirmou, porém, que a eleição presidencial não faz parte do dia a dia dos governadores e que o debate é colocado por analistas políticos "que na sua função ficam analisando política".

 

A expectativa dos governadores é que até sábado (2) haja um consenso e o estatuto do Cosud seja aprovado para o grupo ganhar mais robustez. Serão debatidos em Porto Alegre quantos cargos farão parte da estrutura permanente do consórcio, assim como as respectivas remunerações e o critério de rateio para definir quanto cada Estado contribuirá financeiramente.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.