Na TV Brasil, corrupção só é tema por menos de 2 minutos

Política
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Dez anos após a deflagração da primeira fase da Operação Lava Jato, a TV Brasil - rede vinculada à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) - transmitiu um programa alinhado com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a investigação. Em cerca de 1h30, minimizou a corrupção confessa instalada na Petrobras e focou na relação entre o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR) e a força-tarefa do Ministério Público Federal.

A corrupção na estatal ocupou 1 minuto e 53 segundos do programa. A maior parte do tempo se falou das mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, no caso que ficou conhecido como Vaza Jato. Temas como a cobertura da Lava Jato pela imprensa, as prisões preventivas feitas pela operação e os prejuízos das empreiteiras investigadas, foram analisadas.

O "Especial 10 anos" da Lava Jato, segundo o apresentador Leandro Demori, pretendia fazer uma "autópsia" da operação, baseada na "República de Curitiba" - alcunha dada por Lula em 2016. Os convidados, em sua maioria, críticos à operação.

O trecho que tratou da corrupção na estatal se restringiu a comentários dos convidados sobre uma declaração do ex-coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e candidato a deputado federal pelo PT do Rio, em 2022, Zé Maria Rangel. Ele afirmou à TV Brasil que "se tem desvio (na estatal), é pontual, não é algo sistêmico".

A avaliação de que havia uma corrupção sistêmica na Petrobras foi compartilhada pelo doleiro e delator Alberto Youssef, em depoimento em 2015. O empresário Emilio Odebrecht também declarou que a corrupção no Brasil era institucionalizada. No início do mês, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em uma rede social afirmou que a operação "custou ao país a destruição do estratégico setor de exportação de serviços, óleo e gás, a condenação de 4 milhões de pessoas ao desemprego".

O programa tratou ainda de acordos de leniência firmados pelas empreiteiras com a Lava Jato. Em fevereiro último, o ministro Dias Toffoli suspendeu o pagamento das parcelas do acordo da Odebrecht, atendendo a um pedido da empresa. A deflagração da primeira fase da Lava Jato completou 10 anos no último domingo.

A operação teve 79 fases até j aneiro de 2021, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) extinguiu o modelo de força-tarefa que fazia as investigações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Vaticano disse ter tido uma "troca de opiniões" a respeito de "países afetados por guerra, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção particular a migrantes, refugiados e prisioneiros" com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance em agenda neste sábado, 19.

Em comunicado, a Santa Sé disse que o norte-americano foi recebido na Secretaria de Estado pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com Estados e Organizações Internacionais. Não foi relatado nenhum encontro entre Vance e o Papa Francisco.

O comunicado pós-encontro afirmou ainda que "expressou-se a esperança por uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, cujo valioso serviço às pessoas mais vulneráveis foi reconhecido".

De acordo com a Associated Press, a declaração foi vista como uma referência à afirmação de Vance de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA estava reassentando "imigrantes ilegais" para receber financiamento federal. A fala causou reação de altos cardeais dos EUA.

Vance é católico, mas já apresentou posições opostas às expressadas pelo Papa Francisco em assuntos como o tratamento dado a imigrantes ilegais.

O político está em Roma, onde assistiu aos serviços da Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro com a família após se encontrar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. De lá, segue para a Índia. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky publicou no X neste sábado, 18, que o país agirá em conformidade com as ações da Rússia, que ordenou uma trégua nos ataques durante o fim de semana de Páscoa. "Se a Rússia estiver agora subitamente disposta a empenhar-se verdadeiramente num formato de silêncio total e incondicional, a Ucrânia agirá em conformidade", escreveu Zelensky, que também defendeu prolongar o cessar-fogo por mais 30 dias.

Ele ressaltou que "a proposta correspondente de um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias ficou sem resposta por parte da Rússia durante 39 dias. Os Estados Unidos fizeram esta proposta, a Ucrânia respondeu positivamente, mas a Rússia ignorou-a".

"Se um cessar-fogo total for realmente estabelecido, a Ucrânia propõe que seja prolongado para além do dia de Páscoa, 20 de abril. É isso que revelará as verdadeiras intenções da Rússia - porque 30 horas são suficientes para fazer manchetes, mas não para medidas genuínas de criação de confiança. Trinta dias poderiam dar uma oportunidade à paz", acrescentou Zelensky na publicação.

O presidente ucraniano escreveu ainda que as operações russas continuam no país ucraniano, de acordo com relatórios do comandante chefe,Oleksandr Syrskyi. "Espero que o comandante chefe Oleksandr Syrskyi apresente atualizações pormenorizadas às 21h30 e às 22h, na sequência das suas conversas com os comandantes de brigada e outras unidades na linha da frente sobre a situação em direções específicas", finalizou.

O empresário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), Elon Musk, afirmou que pretende visitar a Índia ainda este ano depois de conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

"Foi uma honra falar com o primeiro-ministro Modi. Estou ansioso para visitar a Índia ainda este ano", escreveu em sua rede social, o X, ao compartilhar o comentário de Modi sobre a conversa.

Segundo o primeiro-ministro, ambos discutiram vários assuntos incluindo "o imenso potencial para colaboração nas áreas de tecnologia e inovação", disse citando reunião realizada em Washington, nos EUA, no início do ano. "A Índia permanece comprometida em avançar nossas parcerias com os EUA nesses domínios", completou.

As mensagens ocorrem às vésperas de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, visitar o país asiático onde se encontrará com Modi e passará pelas cidades de Nova Délhi, Jaipur e Agra. No momento, o vice-presidente está na Itália. De acordo com o governo norte-americano, ele discutirá "prioridades econômicas e geopolíticas compartilhadas" com os dois países.