Executiva municipal PSDB define que não vai apoiar reeleição de Ricardo Nunes em SP

Política
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A comissão executiva municipal do PSDB definiu nesta sexta-feira, 22, que o partido não vai embarcar no projeto de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Em vez disso, a legenda vai atuar em prol de uma candidatura própria na disputa pelo comando da capital. Caso os tucanos não consigam um nome eleitoralmente viável para a cabeça de chapa, existe a possibilidade de composição com outro candidato. O apoio a pré-candidata do PSB, deputada Tabata Amaral (SP), é tido como mais provável neste cenário.

Segundo o presidente municipal do PSDB, José Aníbal, a decisão de lançar candidatura própria - ou apoiar outro nome que não seja o de Nunes, caso a candidatura tucana não vingue - contou com nove votos favoráveis e dois contrários na reunião da executiva municipal. O encontrou ocorreu nesta sexta e durou cerca de duas horas. O órgão colegiado é composto por 15 membros, sendo que apenas três não participaram da reunião. Por presidir a comissão, Aníbal vota somente em caso de empate.

O dirigente partidário relatou à reportagem que a reunião da executiva municipal estava se encaminhando para acabar sem decisão, sendo necessário novo encontro na segunda-feira, 25. Porém, os membros da comissão foram surpreendidos por uma nota apócrifa, que afirmava que a maioria do colegiado apoiava o prefeito Ricardo Nunes. Segundo Aníbal, quatro pessoas citadas no texto desmentiram o apoio e o clima da reunião mudou. Depois do episódio, a maioria votou a favor do lançamento de candidatura própria. A assessoria de pré-campanha de Nunes não quis se manifestar sobre o caso.

Como mostrou o Estadão, a proximidade entre o prefeito da capital e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pesou na decisão do PSDB. Nunes busca o apoio do ex-mandatário para neutralizar possíveis candidaturas bolsonaristas na cidade. Pesquisas eleitorais mostram que nomes ligados a Bolsonaro tendem a tirar votos do emedebista. Em contrapartida ao apoio do ex-presidente, foi acordado que a posição de vice na chapa de Nunes será ocupada pelo PL. Além disso, o nome precisará ser aprovado por Bolsonaro, relatam pessoas próximas ao chefe do Executivo paulistano.

Aníbal esclarece que o fato de Nunes sequer querer discutir a hipótese dos tucanos indicarem o vice em sua chapa foi determinante na decisão da sigla de não apoiá-lo. Na avaliação de Aníbal, o prefeito tratou o PSDB como partido auxiliar. Além disso, o dirigente diz que a influência de Bolsonaro, a quem chama de "golpista", na escolha do vice de Nunes é outro fator que contribuiu para a definição da estratégia eleitoral do partido na capital.

A definição da executiva municipal, porém, não agrada todo partido. Exemplo disso é a insatisfação da bancada de vereadores do PSDB na Câmara Municipal. O Estadão apurou que ao menos quatro dos oito vereadores tucanos em exércitos vão deixar a legenda e apoiarão Nunes. Já neste terça-feira, 19, militantes do PSDB se reuniram para divulgar um manifesto a favor do prefeito. Intitulado "Movimento tucanos com Ricardo Nunes", o ato teve a presença de parlamentares e de Tomás Covas, filho de Bruno Covas (PSDB), morto em 2021.

Antes do PSDB oficializar que não apoiará Nunes nas eleições, o prefeito se manifestou sobre o assunto diante dos rumores. Na quinta-feira, 21, ele disse que usar o apoio de Bolsonaro a sua candidatura à reeleição como justificativa para não apoiá-lo "não cola" pois Duarte Nogueira (PSDB), presidente da federação PSDB-Cidadania no Estado, declarou apoio ao ex-presidente no segundo turno da eleição presidencial em 2022. Perguntado se não seria uma incoerência, Aníbal minimiza o fato, diz que ocorreu há 1 ano e 4 meses e que o partido estava à deriva naquele momento.

Nunes tem o apoio de PL, PP, Solidariedade, Republicanos, PSD, Avante e Agir, além de esperar a adesão do União Brasil e do Podemos. Apesar disso, uma aliança com o PSDB seria importante para reforçar a ideia de que Nunes dá continuidade à gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem foi vice.

O entorno de Nunes pretende adiar a escolha do vice e só bater o martelo próximo do início das convenções partidárias, em julho. Nesta sexta-feira, 22, o presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil, reiterou seu interesse em disputar as eleições municipais como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Nunes.

Além de Leite, existem outros cinco nomes na disputa neste momento: o secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, que está licenciado do PDT; o ex-comandante da Rota, coronel Mello Araújo, que é próximo de Bolsonaro; a delegada Raquel Gallinati; o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), que recusou um convite de Nunes para ser secretário; e Sonaira Fernandes (Republicanos), que é secretária de Políticas para a Mulher no governo Tarcísio de Freitas.

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Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.

A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires