Janja convida senadoras e deputadas para jantar no Alvorada após cobrança

Política
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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, convidou deputadas e senadoras da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um jantar no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, 25. O encontro está na agenda oficial do presidente, divulgada pelo Palácio do Planalto.

 

O "happy hour" será para discutir o fortalecimento da participação feminina nos espaços de poder. O PT planeja tornar Janja um cabo eleitoral feminino nas eleições municipais deste ano.

 

O encontro, marcado para as 18 horas, ocorre após a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) alertar Lula sobre a falta de mulheres no happy hour promovido por ele no Alvorada no início do mês passado. No evento, o petista esteve com 18 senadores e cinco ministros. Eliziane era a única mulher presente.

 

O documento, enviado pela assessoria de Janja a parlamentares, diz que o jantar será um "encontro de mulheres atuantes na política nacional" realizado para "encerrar o Mês das Mulheres". Além das congressistas, ministras do governo Lula também foram convocadas para participar do jantar.

 

"Como defensora do empoderamento feminino nos espaços de decisão e poder, a senhora Janja gostaria de contar com a sua participação neste encontro, cujo objetivo é a troca de experiências, conexões e fortalecimento mútuo", diz o convite.

 

Segundo interlocutores da primeira-dama, a reunião também pode trazer discussões sobre as eleições para a presidência do Senado, que acontecerá no ano que vem. Eliziane é uma das cotadas a se candidatar para o posto que será deixado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e tenta convencer Janja e Lula de que é preciso eleger, pela primeira vez, uma mulher para o comando da Casa.

 

O convite da primeira-dama se restringiu a parlamentares aliadas ao governo Lula. As senadoras e ex-ministras do governo de Jair Bolsonaro (PL) Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS) e a deputada Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, informaram que não foram convidadas para o encontro.

 

O governo teme que o encontro no Alvorada "flope" - termo usado na internet como sinônimo de "fracasso". Esta semana será mais curta por causa da Sexta-Feira Santa e da Páscoa. Além disso, não há sessão no Congresso às segundas-feiras, o que deixa Brasília esvaziada.

 

Uma baixa já está confirmada. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), uma das parlamentares "independentes" convidadas por Janja, não poderá ir ao Alvorada devido a uma missão oficial no Japão.

 

PT quer Janja como cabo eleitoral nas eleições deste ano

 

O PT pretender que Janja seja cabo eleitoral nas eleições de outubro. A expectativa é que a primeira-dama grave vídeos para candidatas e reforce palanques do partido.

 

No dia 19, durante a Plenária Nacional das Mulheres do PT, a primeira-dama disse que vai começar a viajar em breve pelo País. "Podem contar comigo na campanha deste ano. Vamos fortalecer a candidatura das mulheres por uma sociedade mais justa e igualitária. Precisamos fomentar candidaturas femininas para que elas não desistam da política", afirmou Janja.

 

A primeira-dama vai participar do lançamento das candidaturas das deputadas petistas Maria do Rosário e Camila Jara às prefeituras de Porto Alegre (RS) e de Campo Grande (MS), respectivamente. Janja também fará roteiros com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que retornou recentemente para a sigla para ser vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que é pré-candidato para a Prefeitura de São Paulo.

 

Durante a plenária do PT, Janja disse para as pré-candidatas petistas que sentiu vergonha em falar sobre a participação das mulheres nos Parlamentos brasileiros. Há duas semanas, ela acompanhou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em evento da ONU que tratou sobre o empoderamento feminino em Nova York.

 

"Às vezes é até vergonhoso a gente falar da participação das mulheres nos Parlamentos brasileiros. É muito pouco. A gente ainda tem muito a caminhar", disse a primeira-dama, ao observar que a representação feminina nas Câmaras municipais brasileiras não passa de 16%.

 

A entrada de Janja na estratégia do PT ocorre no mesmo momento em que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, também viaja pelo País em eventos do braço feminino da legenda. Michelle é cotada para disputar o Senado em 2026.

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A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, negou nesta segunda-feira, 21, que o governo americano tenha iniciado o processo de busca por um novo secretário de Defesa, conforme noticiou a NPR. "Essa história da NPR é uma notícia falsa completa, baseada em uma fonte anônima que claramente não tem a mínima ideia do que está falando. Como o presidente disse esta manhã, ele apoia firmemente o secretário da Defesa", escreveu Leavitt, em publicação na rede social X.

Segundo fontes ouvidas pela NPR, a Casa Branca teria a intenção de substituir o atual secretário de Defesa, Pete Hegseth, diante das controvérsias pelo compartilhamento de detalhes sigilosos de operações militares por meio de bate-papos no aplicativo Signal.

De acordo com a Reuters, o presidente americano Donald Trump disse a jornalistas hoje que "Pete está fazendo um ótimo trabalho" e que "todos estão felizes com ele". Quando questionado se continuaria confiando em Hegseth, Trump disse: "Ah, totalmente".

Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

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"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.