Direita critica Boulos após MTST publicar foto de Jesus crucificado com frase sobre bandido

Política
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Pré-candidatos a prefeito de São Paulo e parlamentares de direita criticaram o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) por causa de uma publicação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que utiliza uma imagem de Jesus Cristo crucificado enquanto um dos soldados romanos diz: "bandido bom é bandido morto".

A publicação foi feita na sexta-feira, 29, data do feriado cristão que relembra a crucificação de Jesus. "Boa sexta-feira Santa!", escreveu o MTST na legenda da imagem. O post teve mais de 1,5 milhão de visualizações. Boulos, também pré-candidato, não integra mais o MTST, onde foi uma liderança e militou por 20 anos, mas ainda tem a imagem ligada ao movimento.

O mote do "bandido bom é bandido morto" é usado por uma parte da direita brasileira que defende a eliminação de criminosos como solução para o problema da segurança pública que atinge todo o País.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), principal adversário de Boulos e que frequentemente busca associar o deputado do PSOL com a extrema esquerda, disse que a postagem é "de cortar o coração". "Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado", escreveu ele também no X (ex-Twitter).

O emedebista e outros opositores costumam explorar a ligação do rival com o MTST o chamando de "invasor", em referência ao instrumento utilizado pelo movimento social para pressionar o poder público a atender reivindicações sobre moradia popular.

Boulos, por sua vez, diz que o movimento não invade casas e, ao contrário do que afirmam seus críticos, dá moradias para as pessoas. Ele acredita que sua política habitacional, caso seja eleito, desestimulará invasões. "Hoje, você tem de um lado um problema social e do outro você tem uma resposta inadequada do poder público municipal para o problema habitacional", declarou ao Estadão no início do mês.

A reportagem pediu um posicionamento de Boulos sobre a publicação do MST e também sobre as críticas dirigidas a ele a partir da postagem, mas ainda não obteve resposta.

"Guilherme Boulos busca o apoio dos evangélicos ao mesmo tempo em que seu grupelho de invasores blasfemam Jesus no dia de sua morte!", disse Kim Kataguiri (União). "Logo em um dia tão importante para os cristãos, o MTST do Boulos usou a crucificação para comparar bandidos e Jesus. Como é possível alguém cogitar que esse rapaz seja prefeito de São Paulo?", escreveu Marina Helena, que disputará a prefeitura pelo Novo.

O MTST disse que faltou interpretação sobre a publicação e usou a passagem bíblica de Lucas, capítulo 23, para se justificar. "A falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar", escreveu o movimento, horas depois da primeira postagem. Apesar da ressalva, o grupo continuou sendo duramente criticado.

No relato, o governador romano Pôncio Pilatos inicialmente queria libertar Jesus após interrogá-lo, mas, após pressão popular, decidiu condená-lo à crucificação. Em seu lugar, também a pedido do povo, foi libertado Barrabás. Ele havia sido detido por assassinato e por estimular um motim.

Aliados de Jair Bolsonaro (PL), que apoia Nunes, também criticaram Boulos. "O MTST, movimento do atual candidato a Prefeitura de SP, o invasor Guilherme Boulos, ataca frontalmente a fé de milhões de brasileiros, justamente em um dia sagrado para o cristianismo", declarou Fábio Wajngarten, assessor e advogado do ex-presidente.

O deputado federal por Minas Gerais Nikolas Ferreira (PL) afirmou que a publicação "enterrou" a candidatura de Boulos, enquanto o presidente do PP, Ciro Nogueira, cujo partido apoia a reeleição do prefeito paulistano, disse que o MTST desrespeitou Jesus.

"Usar a imagem de Jesus, em plena Páscoa, para compará-lo com um 'bandido' e, assim, reprovar as abordagens violentas que todos condenamos, não só é falta de respeito. Boulos prova que é um desequilibrado e São Paulo não pode cair nas mãos de um desequilibrado que não respeita sequer Jesus ou a fé alheia", escreveu o senador pelo Piauí.

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O Japão planeja instalar mísseis de longo alcance na ilha de Kyushu, no sul do país, como parte do reforço de suas defesas militares. De acordo com a agência de notícias Kyodo, o mísseis têm alcance de mil quilômetros, capazes de atingir as regiões costeiras da China e a Coreia do Norte.

Com base em fontes do governo, a agência noticiou que a instalação dos mísseis deve acontecer até março de 2026 em duas bases militares. Elas reforçariam uma cadeia de ilhas de Okinawa, consideradas estratégicas. A ilha de Okinawa, no entanto, não deve receber os novos mísseis para não provocar a China.

A instalação dos novos mísseis faz parte da nova estratégia de segurança nacional do Japão, lançada em 2022 após as autoridades japonesas considerarem que a segurança regional estava ameaçada por causa das tensões envolvendo China, Rússia e Coreia do Norte. Tóquio pretende adquirir um conjunto de mísseis para implantá-los em plataformas aéreas, terrestres e marítimas.

"O Japão quis limitar seu gasto em defesa e tentar não adquirir capacidades de contra-ataque. Mas a situação que nos cerca não nos permite isso", afirmou em dezembro de 2022 Ichiro Fujisaki, ex-embaixador japonês nos EUA, em entrevista ao jornal The Washington Post. "Muitos pensaram que (a guerra) fosse um problema do século 20, mas agora nos encontramos novamente com ela."

O aumento dos gastos de defesa do país foi apoiado pelo então governo de Joe Biden nos Estados Unidos, que possuem um tratado de aliança com os japoneses desde 1951, e representou uma mudança na política não belicosa do Japão implementada após o fim da 2.ª Guerra. No início deste mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, reclamou que o tratado não é "recíproco" e cobrou mais do Japão.

Mudança na política

A mudança na política de defesa do Japão começou a partir da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022. Segundo uma autoridade japonesa informou naquele ano ao jornal The Washington Post, a guerra foi um fator "absolutamente" fundamental na criação do ambiente político que permitiu ao governo avançar com uma agenda de segurança.

Pesquisas mostram que, depois da invasão à Ucrânia, o apoio do público ao que o governo japonês classifica como capacidade de "contra-ataque" cresceu claramente, de 37% em julho de 2020, para mais de 60% em junho.

Para os japoneses, a guerra na Ucrânia fez uma invasão chinesa a Taiwan parecer muito mais possível, o que aprofundou a preocupação do público a respeito da prontidão militar japonesa na hipótese de um conflito regional.

A Casa Branca manifestou que há progressos no desenrolar das negociações para um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. "Estamos na linha de 10 jardas da paz com a Rússia e a Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, dia 17. No futebol americano, a linha de 10 jardas é uma marcação no campo que separa cada tentativa de avanço do time de ataque. Karoline Leavitt também confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversará na terça-feira, 18, com o homólogo russo, Vladimir Putin.

A Casa Branca refutou a ideia de devolver a Estátua da Liberdade, como sugeriu um político francês, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. "É graças aos EUA que a França não fala alemão hoje", disse a representante em coletiva nesta segunda-feira, 17.

O político de centro-esquerda francês Raphael Glucksmann defendeu o retorno da icônica estátua para a França durante uma convenção de seu movimento de centro-esquerda Place Publique no domingo, 16.

Na visão do político, os EUA não representam mais os valores que levaram a França a oferecer a estátua, que foi inaugurada no porto da cidade de Nova York em 1886 para o centenário da Declaração de Independência americana como um presente do povo francês.