Agrishow será aberta sem público 1 ano após 'desconvite' a ministro de Lula por fator Bolsonaro

Política
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A Agrishow, principal feira agrícola do País, será aberta sem presença do público pela primeira vez em 30 anos. O maior evento do agronegócio brasileiro será sediado em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, entre os dias 29 de abril e 3 de maio. A solenidade será antecipada, em 28 de abril, e exclusiva a expositores, autoridades e imprensa.

 

A mudança ocorre um ano após o ministro da Agricultura e Pecuária do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Carlos Fávaro, dizer que foi desconvidado para a Agrishow. O motivo seria a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na feira. A Secretaria de Comunicação da Presidência classificou o episódio como "descortesia" e chegou a dizer que o Banco do Brasil, patrocinador do evento, ia retirar o apoio financeiro da feira, o que acabou não indo adiante. A abertura do evento foi cancelada na ocasião.

 

Em nota, a Agrishow nega que a alteração na programação em 2024 tenha relação com o caso do ano passado. Segundo os organizadores, percebeu-se que "haveria um grande ganho para todos com a realização (da abertura) fora do funcionamento normal da feira".

 

Segundo interlocutores ouvidos à época pelo Estadão/Broadcast, Francisco Maturro, então presidente da Agrishow, ligou para Fávaro e sugeriu que a presença no mesmo dia de Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no local causaria constrangimento aos presentes. O posicionamento do governo em relação ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que estava em discussão pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), também foi citado como um potencial de embaraços.

 

"Fui desconvidado, mas desejo sucesso, que façam bons negócios, que levem oportunidades aos produtores. No momento propício, se ainda for ministro, quando convidarem, faço questão de estar lá em outras edições", afirmou o ministro na ocasião. A Agrishow reiterou, por meio dos canais oficiais, que o convite estava mantido.

 

O episódio provocou críticas de Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, à organização da feira. "Descortesia e mudança de caráter de um evento institucional de promoção do agronegócio para um evento de características políticas e ideológicas", disse Pimenta na época.

 

"Ou é uma feira de negócios plural e apartidária ou não pode ter patrocínio público", afirmou o titular da Secom, referindo-se ao apoio do Banco do Brasil ao evento. Mas o banco público não retirou o patrocínio, afirmando que manteria a "atuação comercial" no evento.

 

Fávaro não foi à Agrishow em 2023. Jair Bolsonaro esteve no evento e foi recebido por afagos de "Mito" e gritos de "Lula ladrão". O ex-presidente estava acompanhado de Tarcísio de Freitas e discursou no local.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.