Lula cobra mudanças em comunicação do governo e cogita trocas na equipe, mas sem definir prazo

Política
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A comunicação do governo vai mudar neste ano eleitoral em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende fazer uma reforma na equipe. De agora em diante, além de viajar pelo País para entregar programas e obras, Lula intensificará a presença nas entrevistas coletivas temáticas ao lado de ministros, principalmente aqueles que são alvo de críticas, para divulgar novas medidas.

 

Na manhã desta segunda-feira, 8, por exemplo, o presidente entrará no Salão Oeste do Palácio do Planalto acompanhado da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Ali serão anunciados os programas Mais Especialidades e SUS Digital.

 

Sob ataque do Centrão e fogo amigo do PT, Nísia tem enfrentado várias crises na Saúde: do avanço da dengue aos problemas nos hospitais federais, passando por uma nota técnica sobre aborto legal, que teve de ser revogada.

 

Aliados do governo afirmam que, se a pasta comandada por Nísia não apresentar resultados rápidos, ela pode ser substituída antes das eleições de outubro. Até agora, porém, Lula resiste a essa troca e tem demonstrado apoio à ministra, tanto que pretende prestigiá-la nesta segunda-feira.

 

O Estadão apurou que a ideia do presidente, de uns tempos para cá, era promover uma reforma ministerial somente depois das eleições, quando ele terá um quadro mais concreto sobre o desempenho e a força de cada partido nas urnas. Diante do aumento da desaprovação do governo e do próprio Lula, no entanto, tudo pode ser antecipado.

 

Há pressões por parte de alas do PT para que Lula substitua o ministro da Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Mas tanto o presidente como a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, gostam de Pimenta. Como mostrou o Estadão, o chefe do Executivo escalou o publicitário Sidônio Palmeira - marqueteiro da campanha petista de 2022 - para ajudar o ministro.

 

Por ordem de Lula, Sidônio se reuniu com Nísia e com secretários do Ministério da Saúde, na semana passada, com o objetivo de repassar à equipe estratégias para melhorar a comunicação. Na avaliação do presidente, Nísia tem levado "bola nas costas" com frequência e precisa reagir.

 

Titular da Secom na gestão Dilma Rousseff, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é cotado tanto para voltar ao posto como para presidir o PT, mas somente no ano que vem. Edinho está no segundo mandato e não pode disputar a reeleição.

 

Lula está inconformado com a queda de popularidade, apontada por pesquisas, e atribui o mau resultado à falta de divulgação das ações e dos programas por parte de seus auxiliares. Nos bastidores do Planalto, interlocutores do presidente dizem que ele deve aproveitar a provável mudança na Petrobras para promover uma dança das cadeiras no primeiro escalão, ainda que circunscrita a algumas áreas.

 

Até agora, o nome mais citado para substituir Jean Paul Prates no comando da Petrobras é o do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante.

 

Ciência e Tecnologia está na lista das possíveis mudanças

 

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, também está na lista dos nomes que podem deixar a equipe, mas o "timing" da mudança não está definido. A pasta integra a relação de departamentos cobiçados pelo Centrão.

 

Tudo indica, ainda, que o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, retornará ao Senado. Para o seu lugar, Lula cogita chamar a economista Tereza Campello, que já ocupou o cargo no governo Dilma e hoje é diretora socioambiental do BNDES.

 

Na reunião ministerial do último dia 18, na qual fez cobranças a Nísia, o presidente chegou a dizer que, após 15 meses de governo, ninguém mais poderia culpar a "herança maldita" recebida de seu antecessor, Jair Bolsonaro, pelos problemas de gestão.

 

"A partir de agora é com a gente", afirmou ele, de acordo com relatos de ministros que participaram do encontro. A diretriz é para que 2024, ano de eleições municipais, seja marcado por "entregas" à população.

 

Campanha publicitária

 

A nova campanha publicitária produzida para tentar reverter o desgaste na imagem de Lula terá como fio condutor o slogan "Fé no Brasil". Com apelo religioso, a propaganda do governo - a ser veiculada neste mês em rádio, TV, mídia impressa e redes sociais - fará um aceno aos evangélicos, público que mais rejeita o presidente.

 

As peças serão acompanhadas da inscrição "Isso é bom para todo mundo". Exemplo: Inflação mais baixa "é bom para todo mundo", programa Mais Médicos "é bom para todo mundo". O guarda-chuva que abriga todos essas mensagens continua sendo "União e Reconstrução".

 

O modelo de entrevistas coletivas temáticas para demonstrar apoio aos ministros foi inaugurado por Lula em janeiro. Naquele mês, ele apareceu ao lado do então titular da Justiça, Flávio Dino, para apresentar um balanço das ações de segurança pública. Em fevereiro, Dino assumiu a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Lula também participou de uma entrevista com o ministro da Educação, Camilo Santana, para anunciar a regulamentação do programa Pé-de-Meia. O plano prevê o pagamento de R$ 200 a alunos matriculados no ensino médio da rede pública e é uma aposta do governo para recuperar a popularidade perdida, sobretudo no Nordeste, antigo reduto do PT.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.