Presidente do TJ-GO pediu que desembargador criticado por Caiado deixasse casos criminais

Política
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O desembargador Adriano Roberto Linhares, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), virou manchete no final do ano passado ao defender o fim da Polícia Militar. As declarações levaram o governador Ronaldo Caiado a entrar com uma representação contra ele no Conselho de Ética do tribunal.

 

O que não tinha vindo a público é que, internamente, o magistrado sofreu pressão para deixar a Câmara Criminal e, por consequência, a relatoria de processos envolvendo um primo do governador, suspeito de envolvimento no assassinato de um empresário em Anápolis.

 

O Estadão teve acesso à gravação de uma conversa em que o presidente do Tribunal de Justiça, Carlos Alberto França, sugere que o desembargador deixe de atuar em processos criminais. O portal Metrópoles divulgou primeiro o teor do áudio.

 

"Soluções podem ser alcançadas para proteger todo mundo", começa o presidente do Tribunal de Justiça. "Eu até adiantei isso a outros colegas, um ou outro pode até ter comentado com você, no sentido de começar a refletir, até para o sossego seu, da sua família, de todos nós, de atuar numa Câmara Cível uns tempos, sabe, Adriano. Não exclua essa possibilidade não, meu amigo, tá? Aí ajudaria também o tribunal e acalmaria as coisas."

 

O presidente do Tribunal de Justiça também aborda a representação de Caiado. O Órgão Especial chegou a afastar o desembargador, a partir do pedido do governador, mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devolveu a ele o cargo.

 

"O governador, ontem, representou aqui, mas está parado, eu não vou dar andamento nisso agora. Vou, primeiro, buscar uma saída nossa aqui, para depois a gente dar um desfecho nessa representação e buscar, quem sabe, Adriano, diálogo, inclusive envolvendo você mesmo, se você tiver disposição. Sentar com o comandante da PM para expor, sentar com o próprio governador para expor, que não teve intenção nenhuma de ofender a PM", segue França.

 

A todo o tempo, o presidente do tribunal demonstra disposição para tentar acalmar os ânimos e evitar um desgaste institucional.

 

Em dezembro, o desembargador Adriano Linhares deixou ações que implicam o primo do governador. Ele alegou "motivo de foro íntimo" e se declarou suspeito para atuar nos processos.

 

Procurado pelo Estadão, o governador negou ter interferido na decisão do desembargador. "O próprio desembargador Adriano Roberto Linhares já afirmou publicamente que não houve qualquer influência do governo ou do governador na sua decisão."

 

Polêmica

 

O desembargador criticou a Polícia Militar em uma sessão de julgamentos da Câmara Criminal em novembro de 2023. Ele comenta sobre abusos em operações policiais e chama a corporação de "despreparada".

 

"Isso não pode mais se repetir e, aliás, aqui vai uma reflexão pessoal, para mim, tem que acabar com a Polícia Militar", afirma "Vejam nos jornais a quantidade de confrontos e ninguém leva um tiro. Morrem 4, 5 e 6 e isso não é por preparo, nós sabemos."

 

O governador gravou um vídeo em reação às declarações. Na ocasião, Caiado chamou o desembargador de "inconsequente" e "desrespeitoso".

 

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR DE GOIÁS

 

Não existe, sob nenhuma hipótese, interferência do governador do Estado no trabalho do Poder Judiciário.

 

O próprio desembargador Adriano Roberto Linhares já afirmou publicamente que não houve qualquer influência do governo ou do governador na sua decisão.

 

Quando o governador criticou uma declaração do referido magistrado, o fez de forma pública e direta, sem subterfúgios, e sem qualquer prejuízo ao processo que ele estava julgando naquela ocasião.

 

O Governo de Goiás tem seu trabalho pautado pela harmonia e independência entre os poderes, e considera imprescindível não interferir no andamento de qualquer processo judicial.

 

COM A PALAVRA, O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

 

A reportagem entrou em contato com o desembargador, via assessoria de imprensa, mas não houve retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.