Aécio nega 'morte cerebral' do PSDB e lança 'Farol da Oposição', com críticas ao governo Lula

Política
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O presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), lançou nesta quarta-feira, 17, o "Farol da Oposição", uma espécie de "newsletter" do partido com críticas ao governo Lula. O tucano, que chegou a concorrer à Presidência da República em 2014 contra a petista Dilma Rousseff, negou que seu partido esteja com "morte cerebral", prometeu fazer o PSDB novamente protagonista da política nacional e fez críticas à condução do PT na Petrobras.

Aécio chegou ao comando do ITV, braço teórico do PSDB, após o ex-governador Marconi Perillo assumir a presidência nacional da legenda neste ano com seu apoio. Depois de ter sido um dos polos da política brasileira no pós-redemocratização, com o PT como principal adversário, a sigla perdeu relevância, ficou sem o governo de São Paulo, Estado que liderou por décadas, e viu suas bancadas na Câmara e no Senado despencarem.

"Esse partido, que alguns já consideram com morte cerebral, vai dar uma resposta muito clara ao Brasil a partir destas eleições, porque o PSDB não pode ser mensurado, quantificado, medido pelo número de vereadores, prefeitos, governadores, deputados. Isso é muito importante, mas o PSDB não é só isso", disse Aécio, na sede nacional do partido, em Brasília. "Vamos ser valorizados pela capacidade que a gente tiver de voltar a falar com o Brasil", emendou.

De acordo com o deputado tucano, o PSDB lançará 1200 candidatos a prefeito nas eleições municipais deste ano. Aécio disse que o partido é "vital" para fugir da polarização entre o PT e o bolsonarismo. "Qual a força política do Brasil hoje que não está ou numa oposição radical, insana, com uma agenda atrasada, ou na outra ponta, querendo uma boquinha, um carguinho, uma verba do governo? Somos nós", questionou.

O primeiro material produzido pelo "Farol da Oposição" diz que "velhos fantasmas voltam a assombrar a Petrobras", em referência à crise na estatal com a divergência no governo sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas e as dúvidas sobre a permanência do atual presidente da companhia, Jean Paul Prates, no cargo. "Após o PT atropelar a lei das estatais para permitir a participação de companheiros na administração da empresa, eles duelam por poder à luz do dia", diz um trecho da primeira edição da "newsletter".

O "Farol da Oposição" também chama o PT de "partido da gastança", ao citar as alterações no arcabouço fiscal e a mudança na meta de resultado primário de 2025, de um superávit de 0,50% para o déficit zero. O documento ainda critica a Medida Provisória (MP) editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para baratear a conta de luz e o surto de dengue no País.

A jornalistas, Aécio negou que o propósito da iniciativa seja prejudicar o governo em votações relevantes no Congresso e destacou que o objetivo é apontar equívocos. O deputado elogiou, por exemplo, a conduta ambiental da atual gestão em relação à de Bolsonaro e disse ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como bem-intencionado. Por outro lado, condenou o apoio do PT a "ditaduras" e os conflitos internos do governo nas pautas econômicas.

Aécio era senador e presidente do PSDB quando, em 2017, foi acusado de pedir propina de R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, em troca de favores no Congresso. Em julho de 2023, o Tribunal Regional da 3.ª Região (TRF-3) manteve sua absolvição por unanimidade. Agora, ele tenta retomar a influência que teve no passado.

Em 2022, o PSDB sofreu mais uma derrota ao perder o governo de São Paulo, Estado que administrava há quase três décadas. Após uma debandada de tucanos históricos, como Geraldo Alckmin - hoje vice-presidente da República - e a saída do ex-governador João Doria, o partido acabou sem candidato próprio ao Palácio do Planalto e suas alas entraram em guerra.

Aécio considera que a derrota no principal colégio eleitoral do partido foi resultado de um projeto "natimorto" de Doria, que tentou concorrer à Presidência e gerou uma divisão interna na sigla. Para 2026, a aposta do PSDB é uma possível candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao Palácio do Planalto.

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O Vaticano disse ter tido uma "troca de opiniões" a respeito de "países afetados por guerra, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção particular a migrantes, refugiados e prisioneiros" com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance em agenda neste sábado, 19.

Em comunicado, a Santa Sé disse que o norte-americano foi recebido na Secretaria de Estado pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com Estados e Organizações Internacionais. Não foi relatado nenhum encontro entre Vance e o Papa Francisco.

O comunicado pós-encontro afirmou ainda que "expressou-se a esperança por uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, cujo valioso serviço às pessoas mais vulneráveis foi reconhecido".

De acordo com a Associated Press, a declaração foi vista como uma referência à afirmação de Vance de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA estava reassentando "imigrantes ilegais" para receber financiamento federal. A fala causou reação de altos cardeais dos EUA.

Vance é católico, mas já apresentou posições opostas às expressadas pelo Papa Francisco em assuntos como o tratamento dado a imigrantes ilegais.

O político está em Roma, onde assistiu aos serviços da Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro com a família após se encontrar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. De lá, segue para a Índia. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky publicou no X neste sábado, 18, que o país agirá em conformidade com as ações da Rússia, que ordenou uma trégua nos ataques durante o fim de semana de Páscoa. "Se a Rússia estiver agora subitamente disposta a empenhar-se verdadeiramente num formato de silêncio total e incondicional, a Ucrânia agirá em conformidade", escreveu Zelensky, que também defendeu prolongar o cessar-fogo por mais 30 dias.

Ele ressaltou que "a proposta correspondente de um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias ficou sem resposta por parte da Rússia durante 39 dias. Os Estados Unidos fizeram esta proposta, a Ucrânia respondeu positivamente, mas a Rússia ignorou-a".

"Se um cessar-fogo total for realmente estabelecido, a Ucrânia propõe que seja prolongado para além do dia de Páscoa, 20 de abril. É isso que revelará as verdadeiras intenções da Rússia - porque 30 horas são suficientes para fazer manchetes, mas não para medidas genuínas de criação de confiança. Trinta dias poderiam dar uma oportunidade à paz", acrescentou Zelensky na publicação.

O presidente ucraniano escreveu ainda que as operações russas continuam no país ucraniano, de acordo com relatórios do comandante chefe,Oleksandr Syrskyi. "Espero que o comandante chefe Oleksandr Syrskyi apresente atualizações pormenorizadas às 21h30 e às 22h, na sequência das suas conversas com os comandantes de brigada e outras unidades na linha da frente sobre a situação em direções específicas", finalizou.

O empresário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), Elon Musk, afirmou que pretende visitar a Índia ainda este ano depois de conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

"Foi uma honra falar com o primeiro-ministro Modi. Estou ansioso para visitar a Índia ainda este ano", escreveu em sua rede social, o X, ao compartilhar o comentário de Modi sobre a conversa.

Segundo o primeiro-ministro, ambos discutiram vários assuntos incluindo "o imenso potencial para colaboração nas áreas de tecnologia e inovação", disse citando reunião realizada em Washington, nos EUA, no início do ano. "A Índia permanece comprometida em avançar nossas parcerias com os EUA nesses domínios", completou.

As mensagens ocorrem às vésperas de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, visitar o país asiático onde se encontrará com Modi e passará pelas cidades de Nova Délhi, Jaipur e Agra. No momento, o vice-presidente está na Itália. De acordo com o governo norte-americano, ele discutirá "prioridades econômicas e geopolíticas compartilhadas" com os dois países.