Flávio Bolsonaro critica Anielle Franco com palavrão em sessão e é repreendido por Alcolumbre

Política
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi repreendido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após usar um palavrão para criticar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A discussão no colegiado nesta quarta-feira, 8, era sobre um projeto de lei que pretende prorrogar as cotas raciais em concursos públicos federais.

Flávio estava criticando o Ministério da Igualdade Racial por uma proposta relacionada a pessoas afetadas pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. A pasta de Anielle quer que famílias ciganas e quilombolas sejam priorizadas na distribuição de alimentos por equipes de salvamento. O Estado está sofrendo uma tragédia climática deixou 95 mortos e outros 131 desaparecidos até a tarde desta terça-feira, 7.

"É isso que a gente quer para a sociedade? Como se a tragédia tivesse escolhido cor da pele. Nesse caso do Rio Grande do Sul nem a condição social a gente pode falar, porque pega todo mundo. Imagina quem é branco e pobre nesse País agora. Que se foda, é isso?", afirmou Flávio. O Estadão procurou o Ministério da Igualdade Racial, mas não obteve retorno.

Após a declaração de Flávio, Alcolumbre paralisou a sessão da CCJ e pediu para que o palavrão dito pelo senador fosse retirado das notas taquigráficas do Senado. O filho do ex-presidente pediu desculpas e disse que tinha se exaltado por conta de "provocações" feitas por outros parlamentares.

Em seguida, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu Anielle e disse que Flávio deveria "estudar história". "Quem é primeiro atingido vai ser a população que mais sofre. Não que os brancos não sofram. Não tenho dúvidas. Mas tem que ter uma prioridade diante de quem mais sofre. É a realidade deste País desigual. É racismo estrutural. Vai estudar história", afirmou.

Além da medida de priorização de quilombolas e ciganos no Rio Grande do Sul, Flávio também criticou Anielle pelo termo "racismo ambiental", que foi citado pela ministra em janeiro após os prejuízos causados pelas chuvas que atingiram o Rio de Janeiro. Parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a definição, enquanto governistas saíram em defesa da chefe da Igualdade Racial.

O projeto que estava sendo discutido por Flávio e Contarato aumenta para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais em concursos públicos, incluindo indígenas e quilombolas. Hoje, as cotas raciais para concursos são de 20% e alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos.

A lei de cotas para concursos, que foi sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014, vence no dia 9 de junho, e a proposta que está sendo analisada pelo Legislativo prorroga o sistema por mais dez anos. A CCJ aprovou a proposta nesta quarta, mas ela ainda precisa passar pelo plenário do Senado e pela Câmara dos Deputados.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou na manhã deste sábado que o presidente da Rússia, Valdimir Putin, terá, "mais cedo ou mais tarde" que se sentar à mesa para iniciar "negociações sérias" de paz.

Segundo o premiê britânico, Putin está tentando adiar um acordo de cessar-fogo de 30 dias, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky "mostrou mais uma vez e sem qualquer dúvida que a Ucrânia é a parte interessada na paz".

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa neste sábado, quando 26 líderes internacionais se reúnem no Reino Unido a fim de apoiar uma eventual trégua entre a Ucrânia e a Rússia.

"O grupo que eu convoquei hoje é mais importante do que nunca. Ele reúne parceiros de toda a Europa, bem como da Austrália e da Nova Zelândia e continua apertando as restrições sobre a economia da Rússia para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e trazê-lo à mesa de negociações. E concordamos em acelerar nosso trabalho prático para apoiar um potencial acordou", afirmou o premiê.

Starmer disse ainda que o grupo entrará "em uma fase operacional" e que militares dos respectivos países se reunirão na próxima quinta-feira, 20, no Reino Unido "para colocar em prática planos fortes e robustos, para apoiar um acordo policial e garantir a segurança futura da Ucrânia".

Segundo o premiê, "o apetite da Rússia pelo conflito e pelo caos mina a segurança do Reino Unido", o que encarece o custo de vida, inclusive os custos de energia. "Então isso importa muito para o Reino Unido. É por isso que agora é a hora de se engajar em discussões sobre um mecanismo para gerenciar e monitorar falsas bandeiras", afirmou.

Na quinta-feira, Putin havia dito que concorda com a proposta de cessar-fogo, mas pontuou que o acordo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as "causas raízes do conflito".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.