[CORREÇÃO]44% dos eleitores de Lula votam em Boulos e Nunes tem o apoio de 39% entre quem votou em Bolsonaro

Política
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De acordo com nova pesquisa do instituto Datafolha, 44% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem votar no deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Já o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), deve atrair 39% dos paulistanos que votaram nele em 2022.

O levantamento indica que, seja de Lula a Boulos, seja de Bolsonaro a Nunes, o apoio dos protagonistas das eleições de 2022 não será capaz de transferir nem metade dos votos dos seus eleitores aos candidatos apoiados. O Datafolha ouviu 1.092 pessoas entre os dias 27 e 28 de maio. A pesquisa tem uma margem de erro de três pontos percentuais para mais e para menos e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-08145/2024.

Entre os que disseram que votaram em Lula em 2022, 17% responderam que pretendem votar em Nunes. Outros 9% afirmaram que preferem a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e 7% optam pelo apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB).

O segundo candidato mais escolhido pelos paulistanos que votaram em Bolsonaro é o coach Pablo Marçal (PRTB), com 14% das intenções de voto entre eleitores bolsonaristas. Em seguida, aparecem o deputado federal Kim Kataguiri (União) e Datena, empatados com 8%.

O Datafolha também questionou a intenção de voto dos paulistanos que votaram no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e no ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nas eleições de 2022. Ricardo Nunes é o favorito entre os eleitores de Tarcísio (37%), enquanto Boulos foi o mais citado entre os que escolheram Haddad (47%). Ainda assim, a transferência de votos é de menos da metade.

Bolsonaro tem maior rejeição que Lula entre os paulistanos

Além da preferência entre eleitores, Lula se sai melhor do que Bolsonaro na rejeição entre os paulistanos. Segundo o Datafolha, 23% vão votar com certeza no candidato apoiado pelo petista, 28% talvez votariam e 45% não votariam de jeito nenhum.

Ao mesmo tempo, 18% dos paulistanos dizem que votariam com certeza no candidato apoiado pelo ex-presidente. Outros 18% talvez votariam e 61% não fariam isso de jeito nenhum. A rejeição é 16 pontos percentuais maior para Bolsonaro do que para Lula.

Comparado com a pesquisa anterior do Datafolha, feita em março, o número de eleitores que votariam com certeza no candidato de Lula oscilou para baixo em um ponto percentual. A rejeição, por sua vez, subiu três pontos percentuais, valor que está dentro da margem de erro.

O percentual de votos convictos para o candidato bolsonarista oscilou um ponto percentual para cima. Já a rejeição diminuiu em dois pontos percentuais para baixo, valor que também está na margem de erro do levantamento.

Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados na disputa pela Prefeitura

No levantamento geral de intenção de voto, Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados na disputa, com 24% e 23% das intenções de voto, respectivamente. Datena e Tabata foram escolhidos por 8% dos paulistanos. Em seguida, aparecem Pablo Marçal com 7%, Kim Kataguiri com 4% e Marina Helena (Novo) com 4%.

Os candidatos João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP), Fernando Fantauzzi (DC) e Altino Prazeres Jr. (PSTU) pontuam, todos, 1%.D

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A proteção político-diplomática dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, condenada em caso de corrupção envolvendo a Operação Lava Jato, gerou desgaste político imediato ao petista. O asilo político, seguido de um pedido de refúgio que na prática bloqueia a extradição dela, rendeu quatro frentes de cobrança da oposição no Brasil.

Parlamentares sugeriram a abertura de investigações pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, querem convocar o chanceler Mauro Vieira a prestar explicações na Câmara e requisitaram informações por escrito ao Itamaraty.

Ao todo, a Câmara dos Deputados já registrou seis propostas legislativas relacionadas à atuação diplomática e política de Lula, em socorro a Nadine Heredia. A defesa nega qualquer irregularidade.

O deputado Evair de Melo (PP-ES), autor de quatro delas, sugeriu à PGR a investigação de possíveis irregularidades na concessão do asilo diplomático e o uso de recursos públicos no transporte dela pela Força Aérea Brasileira (FAB). Ele também sugeriu a convocação do ministro para prestar esclarecimentos em audiência pública.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Filipe Barros (PL-PR), pediu que o TCU realize uma auditoria sobre as despesas e a regularidade do emprego da FAB, que deslocou um jatinho para buscar a ex-primeira-dama em Lima e transportá-la, bem como seu filho, até Brasília.

Já os deputados do partido Novo Adriana Ventura (SP) e Marcel Van Hattem (RS) requisitaram ao Itamaraty informações sobre a decisão de Lula. Os parlamentares querem saber, por exemplo, o que embasou a decisão do governo brasileiro e se uma futura extradição, a pedido da Justiça do país vizinho, é cogitada. Ambos indagam também se foi feita alguma avaliação prévia de impactos nas relações bilaterais com o Peru.

Para Ventura e Van Hattem, "a urgência da situação foi invocada, mas a decisão ocorreu horas após a condenação judicial e ordem de prisão, sem que, até o momento, tenham sido publicamente apresentados indícios claros de motivação política na perseguição ou de risco à vida ou integridade da requerente".

"A transparência e o respeito ao Estado de Direito exigem que se esclareçamos critérios utilizados pela diplomacia brasileira para essa concessão, que tem impactos relevantes nas relações bilaterais com o Peru e no posicionamento internacional do Brasil no combate à corrupção e à impunidade", justificaram os deputados do Novo.

Por outro lado, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que representa Nadine no Brasil descartou quaisquer irregularidades na proteção dada a ex-primeira-dama ou no uso do avião da FAB, destacando que seria responsabilidade do País retirá-la do Peru após conceder o asilo.

"A oposição está tentando criar um fato político. Não tem nenhum embasamento (o pedido de investigação). O asilo foi concedido dentro das regras", disse, acrescentando que não vê impactos concretos para o caso de Nadine Heredia. "A oposição quer gritar e tem o direito de fazer isso. Assim como o governo tem o direito de fazer o que acha que deve ser feito dentro das regras estabelecidas pelas convenções internacionais", concluiu.

Nadine Heridia e o ex-presidente peruano Ollanta Humala foram condenados a 15 anos de prisão, acusados de receber contribuições ilegais de campanha da Odebretch e do governo venezuelano no valor de US$ 3 milhões.

Ao anunciar a sentença, na terça-feira, 15, a Justiça ordenou a prisão imediata do casal, mas apenas Humala estava presente no tribunal. Nadia, por sua vez, se asilou na embaixada do Brasil em Lima e pediu refúgio após chegar ao País.

"A embaixada do Brasil estava plena e totalmente informada sobre a sentença da senhora Heredia pelo crime de lavagem de dinheiro", disse o ministro das Relações Exteriores Elmer Schialer sobre o asilo, destacando que o Peru era obrigado pela Convenção de Caracas a conceder o salvo-conduto imediato para Nadine deixasse o país após o asilo. "Esta decisão foi tomada em estrito cumprimento das obrigações internacionais do Peru".

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou objeção contra os planos de Tóquio de realizar exercícios militares com mísseis próximos ao território russo. O departamento manifestou sua posição em um comunicado entregue à Embaixada do Japão em Moscou nesta quinta-feira, 17.

Segundo o comunicado, o governo russo condena os testes previstos para junho na ilha de Hokkaido, que incluirão o lançamento de mísseis a partir de sistemas costeiros com alcance de até 200 km. Para Moscou, a atividade é "provocativa" e representa uma "ameaça potencial à segurança nacional", especialmente por ocorrer "nas imediações das fronteiras da Federação da Rússia".

O texto também afirma que ações como essa "contribuem para o aumento da tensão no Nordeste Asiático e na região Ásia-Pacífico como um todo" e são "absolutamente inaceitáveis". Moscou ainda adverte que "se reserva o direito de adotar todas as contramedidas necessárias para neutralizar ameaças à sua segurança" em suas fronteiras no leste. A declaração, no entanto, não especifica quais medidas poderiam ser adotadas.

Em conversa telefônica nesta quinta-feira, 17, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia, com Washington apresentando uma proposta de paz e Moscou mantendo sua disposição ao diálogo, segundo comunicados oficiais de ambos os países.

O Ministério das Relações Exteriores russo informou que Rubio, que está em Paris para discussões com aliados europeus e ucranianos, detalhou a Lavrov seus recentes contatos diplomáticos. O ministro russo "reafirmou a disposição de Moscou em continuar o trabalho conjunto com os colegas americanos para eliminar de forma confiável as causas fundamentais da crise ucraniana", segundo a nota da Rússia.

Do lado americano, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que Rubio apresentou a Lavrov a mesma proposta de paz discutida com europeus e ucranianos. "O presidente Donald Trump e os EUA querem que esta guerra termine, e apresentaram a todas as partes os contornos de uma paz duradoura e sustentável", declarou.

A nota americana destacou a "recepção encorajadora" à proposta em Paris, sugerindo abertura das partes para negociações. Enquanto isso, o comunicado russo enfatizou o acordo em manter "comunicação ativa", especialmente antes das próximas reuniões diplomáticas previstas para a semana que vem.