Lula visita Campinas com PT de olho em retomar prefeitura após 12 anos

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte para Campinas, no interior de São Paulo, nesta quinta-feira, 4, onde anunciará o lançamento de um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos e a entrega de um BRT e de um viaduto, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Como pano de fundo, há a intenção do PT de retomar a prefeitura do terceiro município mais populoso do Estado, após 12 anos fora da administração. Em 2000, o partido foi eleito com Toninho do PT, que morreu assassinado em setembro de 2001. A petista Izalene Tiene, sua vice, ocupou o cargo até 2004 e não tentou a recondução.

A legenda retornou à Prefeitura em 2009, com Demétrio Vilagra como vice de Dr. Hélio (PDT). Vilagra virou prefeito em 2011, após o titular ter sido cassado por fraudes em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). O petista, no entanto, também foi cassado no mesmo escândalo, e a cadeira ficou com o presidente da Câmara Municipal, Pedro Serafim Júnior (PDT). Só em 2019, Vilagra seria inocentado.

Para ganhar a eleição neste ano, o PT aposta em Pedro Tourinho, médico do Sistema Único de Saúde (SUS) e ex-vereador, que tenta a prefeitura pela 2ª vez. No mote da campanha, há um discurso de que Campinas está nas mãos do mesmo grupo político desde 2013.

Atualmente, o município tem Dário Saadi (Republicanos) como prefeito. Médico e ex-presidente de um hospital municipal, Saadi também foi secretário de Esporte nas duas gestões de Jonas Donizette (PSB). O vice de Saadi hoje é Wandão Almeida, também do PSB. O grupo deve permanecer unido na eleição de 2024. Saadi conta, ainda, com a bênção do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e fez uma agenda com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em maio.

Além de enfrentar Saadi, o PT também tem como adversário o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania). Apoiador de Bolsonaro em 2022, Zimbaldi foi vereador quatro vezes, presidiu a Câmara Municipal e foi cotado para suceder Donizette, mas desfez a aliança.

No fim de maio, Saadi liderou uma sondagem do Paraná Pesquisas com 37,5% das intenções de voto, contra 24,1% de Zimbaldi e 13,5% de Tourinho.

O pré-candidato petista espera ganhar visibilidade ao assumir o cargo de deputado federal com o pedido de licença de Rui Falcão (PT). Conforme o Estadão mostrou, Falcão se dedicará à campanha de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, a pedido de Lula.

Para auxiliares do PT, Tourinho agora se coloca "de igual para igual" na corrida, porque, diferentemente dos adversários, estava sem cargo de destaque no município. Antes, era presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), órgão nacional onde adotava uma postura mais reservada. Como deputado, Tourinho poderá usar a tribuna da Câmara para se posicionar politicamente.

Com a visibilidade em Brasília e o apadrinhamento de Lula, o pré-candidato do PT espera ter um desempenho melhor do que em 2020. Naquele ano, Tourinho tinha 5% no início da campanha e alcançou a 3ª posição no 1º turno com mais de 20% dos votos. Agora, o petista já começa a largada com dois dígitos nas pesquisas.

A campanha mapeou que uma grande reclamação dos campineiros está relacionada ao transporte público, justamente a área de um dos anúncios de Lula no município. Em construção desde 2017, o BRT que o governo vai anunciar estava inacabado.

Como o presidente tem reforçado os seus convites a governadores e prefeitos dos locais que visita, há uma expectativa de que Saadi esteja presente na cerimônia.

Além de Campinas, Lula também fará passagem em Salto, dali a 40 quilômetros. A visita será logo pela manhã. No município, o PT tem como pré-candidato o vereador Cordeiro, enquanto o atual prefeito, Laerte Sosin (PL), quer a reeleição.

Somente quatro municípios do interior paulista tem prefeitos petistas: Araraquara (Edinho Silva), Diadema (Filippi), Matão (Cido Ferrari) e Mauá (Marcelo Oliveira). O PT também está na disputa em outras importantes cidades como Guarulhos e Osasco, além de ter Marta Suplicy como candidata a vice na capital.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.