Quem é o ex-prefeito de Duque de Caxias alvo de mandados por fraude do cartão de vacina de Bolsonaro

Política
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Líder de um clã político formado na Baixada Fluminense, o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) foi alvo, nesta quinta-feira, 4, de mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga supostas fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliado de primeira hora da família Bolsonaro no Estado, Reis e outros três irmãos políticos ampliaram a base e influência eleitoral no Rio de Janeiro às margens de nomes como o ex-chefe do Executivo, do ex-governador Sergio Cabral e do atual mandatário estadual Cláudio Castro (PL).

Washington Reis é secretário estadual de Transportes de Castro, mas a relação com o governo estadual não começou com o atual governador. Foi subsecretário estadual de Obras Metropolitanas do Rio na gestão de Sergio Cabral, colega de MDB, em 2009. A aliança com Cabral rendeu a Reis uma votação expressiva no ano seguinte. O político da Baixada Fluminense já havia sido eleito prefeito de Duque de Caxias (2004 a 2008), vereador e deputado estadual por três mandatos e chegou à Câmara dos Deputados como um dos dez mais votados no Estado, em 2010.

O ex-prefeito de Caxias permaneceu em Brasília de 2011 a 2017, ano que renunciou ao cargo como deputado para disputar o quarto mandato como prefeito da segunda maior cidade do Estado. Foi eleito com facilidade, com 54,18% dos votos contra 45.82% de Dica (PTN). Foi reeleito em 2020, mas não concluiu o mandato. Na eleição de 2022, Reis era cotado para compor como vice-governador na chapa de Cláudio Castro. O MDB formalizou a sua indicação, mas seu nome acabou impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-PR). Em seu lugar, assumiu como vice na chapa de Castro o ex-secretário estadual Thiago Pampolha (União Brasil).

Reis foi condenado, em dezembro de 2016, a 7 anos, 2 meses e 15 dias de reclusão, e 67 dias multa, pela prática de delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais e na Lei sobre Parcelamento do Solo Urbano. Ele foi acusado por causar dano ambiental a uma área na qual determinou a execução de loteamento em Duque de Caxias à época em que era prefeito do município, entre 2005 e 2008.

Aliança com Jair Bolsonaro

A aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro se estreitou após a chegada do político fluminense ao Palácio do Planalto, em 2018. Washington Reis se aproximou do presidente com a ajuda do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de quem o ex-prefeito é próximo. Mas a relação entre os dois é mais antiga. Em dezembro de 2018, com Bolsonaro eleito, Washington deu o nome do pai do ex-presidente a uma escola militar na cidade.

Flávio foi um dos articuladores da aliança entre Reis e Castro para as eleições de 2022. Para o filho do ex-presidente, Reis era um dos nomes que fortaleceria o palanque de Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Os nomes de Bolsonaro e Reis voltaram a ser associados em maio do ano passado, quando a Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, além de outras cinco pessoas no âmbito de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Os investigadores ainda fizeram buscas na casa do deputado federal Gutemberg Reis, em Duque de Caxias, irmão de Washinton Reis, e no apartamento funcional em Brasília. Segundo o inquérito da PF, foi da cidade de Duque de Caxias que partiu a adulteração nos registros de aplicações de doses de vacina contra covid-19 no ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações tiveram origem na Controladoria-Geral da União (CGU) e foram reveladas pelo Estadão/Broadcast.

Registros fraudulentos no sistema do SUS

De acordo com a PF, em dezembro de 2022, João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias, inseriu dados fraudulentos no sistema do SUS sobre a suposta vacinação de Bolsonaro.

As informações inseridas apontavam que o então presidente foi a Duque de Caxias receber doses da vacina Pfizer nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022. No entanto, de acordo com as diligências, o deslocamento do então presidente até a cidade na Baixada Fluminense nas datas indicadas não era viável.

Os dados inseridos por Sousa Brecha foram removidos seis dias depois pela servidora Claudia Helena Acosta, chefe da Central de Vacinas da cidade, sob alegação de "erro". Neste ínterim, porém, já haviam sido impressos comprovantes de vacinação com as informações fraudulentas, que foram entregues às autoridades de imigração dos Estados Unidos.

Em entrevista ao Estadão, em maio de 2023, Washington Reis negou que Jair Bolsonaro tenha pedido para alterar o seu cartão de vacinação ou o da filha. "Bolsonaro é um cara sistemático, e em quatro anos nunca pediu nenhum tipo de favor", afirma. "Mais fácil oceano secar do que o Bolsonaro pedir um favor desses."

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Mais 135 brasileiros repatriados dos Estados Unidos chegaram neste sábado, 15, ao País. Em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o quarto voo com imigrantes deportados desde o começo do ano pousou em Fortaleza e depois desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Minas Gerais costumava ser o destino dos voos com deportados dos Estados Unidos, mas o governo decidiu mudar a rota para reduzir o tempo que os brasileiros passam algemados depois que o tratamento dado aos imigrantes abriu uma crise diplomática entre Brasília e Washington. As algemas foram retiradas já na parada em Fortaleza.

De volta à Casa Branca, Donald Trump fechou o certo contra os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e intensificou as prisões como parte da operação para deportação em massa. Estima-se que 230 mil brasileiros estão em situação irregular nos Estados Unidos. Desses, 38 mil estão sob ordem de deportação, sem possibilidade de recurso.

No primeiro voo de deportação da era Trump, as imagens de brasileiros algemados em território nacional e as denúncias de maus tratos por parte das autoridades americanas levaram o governo a pedir explicações sobre o tratamento considerado degradante.

Depois do episódio, o chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, pediu desculpas em reunião a portas fechadas. E autoridades dos dois países se reuniram para discutir os próximos voos com deportados.

José Maria Ferreira da Costa, um dos deportados, afirmou que a tentativa de imigrar para os Estados Unidos não valeu a pena. Ele ficou detido por quatro meses após cruzar a fronteira. "A gente nos Estados Unidos é tratado muito mal dentro da prisão. Passa muita fome, é muito maltratado. É uma situação muito desagradável para um pai de família, uma mãe de família, com suas crianças. Não desejo para ninguém", relatou no desembarque em Minas Gerais.

Em Fortaleza, os deportados receberam os primeiros atendimentos antes de seguir para Minas Gerais, origem de boa parte dos imigrantes. A operação envolve os ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública e Defesa, além da Polícia Federal.

De acordo com o governo brasileiro, os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar os documentos e apoio logístico para retornar a suas cidades de origem. No aeroporto de Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição dos deportados.

Com o voo deste sábado, o total de repatriados dos Estados Unidos desde o começo do ano chega a 498, segundo informações do governo. O País tem recebido deportados com frequência desde 2018, em acordo com os EUA para reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos por imigração ilegal.

Dentre os deportados, dois foram presos pela Polícia Federal já na parada em Fortaleza por estarem com mandado de prisão em aberto no Brasil: um, de Rondonópolis (MT), foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma; outro, de Contagem (MG), cometeu um roubo e havia fugido da prisão.

Uma forte tempestade atingiu várias regiões dos Estados Unidos neste fim de semana, provocando tornados, incêndios e ventos extremos. Pelo menos 17 pessoas morreram e centenas de casas foram destruídas. O Estado mais afetado foi o Missouri, onde 11 mortes foram confirmadas após tornados durante a madrugada deste sábado, 15. Em Arkansas, três pessoas morreram e 29 ficaram feridas em oito condados. No Texas, três pessoas morreram em colisões causadas por uma tempestade de poeira.

Os ventos chegaram a 130 quilômetros por hora, causando incêndios em Oklahoma, Texas, Kansas, Missouri e Novo México. Mais de 130 focos de fogo foram registrados apenas em Oklahoma, onde 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt afirmou que 266 mil hectares já foram queimados. Em Texas e Oklahoma, milhares de pessoas ficaram sem energia após os ventos derrubarem linhas de transmissão e tombarem caminhões em rodovias.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas para tornados, incêndios e nevascas. Em Estados do norte, como Minnesota e Dakota do Sul, a previsão é de nevascas com ventos de 100 quilômetros por hora e acúmulo de até 30 centímetros de neve. Fonte: Associated Press.

Os bombardeios americanos contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen mataram pelo menos nove civis e feriram outros nove em Sanaa, capital do país, segundo informou neste sábado, 15, Anees al-Asbahi, porta-voz do ministério da saúde controlado pelo grupo.

Imagens que circulam na internet mostram colunas de fumaça preta sobre a área do complexo do aeroporto de Sanaa, que inclui uma extensa instalação militar. Moradores relataram que pelo menos quatro ataques aéreos atingiram o bairro Eastern Geraf, no distrito de Shouab, ao norte da capital. "As explosões foram muito fortes", disse Abdallah al-Alffi, morador da região. "Foi como um terremoto."

Nasruddin Amer, vice-chefe do escritório de mídia dos houthis, afirmou que os bombardeios não vão dissuadir o grupo, que promete retaliar contra os Estados Unidos. "Sanaa continuará sendo o escudo e o apoio de Gaza e não a abandonará, não importam os desafios", acrescentou em mensagem nas redes sociais.

O presidente Donald Trump anunciou a operação enquanto passava o dia no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida. O ataque foi realizado exclusivamente pelos EUA, segundo uma autoridade americana, sem participação de Israel ou do Reino Unido, países que também já bombardearam alvos houthis no passado.

A operação ocorre poucos dias depois de os houthis anunciarem que retomariam ataques contra embarcações israelenses em águas próximas ao Iêmen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Segundo o grupo, as ameaças valem para o Mar Vermelho, o Golfo de Áden, o Estreito de Bab el-Mandeb e o Mar Arábico.

O escritório de mídia dos houthis afirmou que os ataques americanos atingiram "um bairro residencial" no distrito de Shouab. Para os houthis, as agressões elevam seu perfil em um momento em que enfrentam problemas econômicos e intensificam a repressão aos dissidentes e trabalhadores humanitários em meio à guerra civil que há uma década desestrutura o país mais pobre do mundo árabe.

Os bombardeios acontecem duas semanas após Trump enviar uma carta aos líderes iranianos oferecendo um caminho para retomar conversas bilaterais sobre o programa nuclear do Irã. Ao mesmo tempo, o presidente americano adotou uma postura mais dura ao reinstituir a designação de "organização terrorista estrangeira" para os houthis e prometeu responsabilizar Teerã pelas ações do grupo rebelde, como parte de sua estratégia de "pressão máxima" contra o regime iraniano. Fonte: Associated Press.