Quem é Lúcia França, vice de Tabata Amaral na disputa pela prefeitura de São Paulo?

Política
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Anunciada nesta segunda, 5, como candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Tabata Amaral (PSB), a professora Lúcia França (PSB) é casada com o ministro do Empreendedorismo do Governo Lula, Márcio França (PSB). A ex-primeira-dama do Estado de São Paulo já foi candidata a vice-governadora na chapa do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em 2022, quando o petista concorria ao cargo de governador paulista.

O nome de Lúcia já era cotado para a posição, mas disputava espaço com Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Alckmin e França são os principais fiadores da pré-candidatura da deputada federal. Essa é a quarta chapa "puro-sangue", com integrantes do mesmo partido, anunciada para o pleito deste ano da capital paulista. As outras são as de PSDB, PRTB e Novo.

Filiada ao Partido Socialista Brasileiro desde 1988, Lúcia nasceu na capital paulista, mas passou a maior parte de sua vida em São Vicente. É mãe de dois filhos, um deles o deputado estadual Caio França (PSB), e avó. Seu marido, Márcio França, foi prefeito da cidade do litoral sul de São Paulo por dois mandatos consecutivos, de 1997 a 2004. Professora desde muito jovem é, ainda, fundadora da primeira escola particular de Praia Grande, onde até hoje atua como diretora geral do colégio, de acordo com o site da instituição.

Ela se considera uma pessoa sensibilizada com causas sociais, especialmente com questões de refugiados e imigrantes, e socioambientais. Em entrevista de 2018 ao jornal Folha de S.Paulo, Lúcia também se definiu como feminista, mas 'sem radicalismo'. "Não quero igualdade porque a gente não vai ser igual nunca. Quero oportunidade igual", disse. Em suas redes sociais, costuma defender a implantação de políticas públicas para as mulheres e reforçar a importância da participação feminina em eleições, tanto no papel de candidatas, como no de eleitoras.

A candidata a vice na chapa de Tabata se tornou primeira-dama do Estado de São Paulo quando o então governador Geraldo Alckmin renunciou ao cargo em abril de 2018 para concorrer à Presidência da República pelo seu antigo partido, o PSDB. França, à época vice de Alckmin, então, assumiu o Palácio dos Bandeirantes. Na época, o tucano sequer chegou ao segundo turno e terminou a eleição em quarto lugar, com 4,7% dos votos.

Ela nunca participou de um cargo eletivo. Lúcia ficou por apenas oito meses no cargo de primeira-dama. Governador em exercício, seu marido concorria ao cargo no pleito de 2018 já pelo PSB, mas perdeu para o ex-tucano João Doria por uma diferença de cerca de 740 mil votos. Enquanto estava no posto, a professora foi presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo (FUSSESP), órgão que já é, normalmente, presidido pela esposa do Governador.

O FUSSESP é responsável por instituir programas sociais destinados a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para isso, oferece ajuda humanitária e cursos de capacitação profissional. No comando do órgão, ela foi responsável por implantar os projetos "Costurando o Futuro", que tinha o objetivo de produzir uniformes escolares de maneira gratuita para crianças das creches municipais, e "Natal Espetacular", que reaproveitava materiais que seriam descartados para a produção de decorações natalinas para os pontos turísticos das cidades paulistas participantes do programa.

Como parte de suas ações em causas de refugiados, ainda como primeira-dama de São Paulo, Lúcia foi responsável por liderar uma força-tarefa para a revitalização do Centro de Integração da Cidadania do Imigrante, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, que passou a abrigar também um Centro de Referência e Acolhimento ao Imigrante, com a oferta de cursos profissionalizantes para os refugiados.

De 1997 a 2004, a educadora foi, ainda, presidente do Fundo Social de Solidariedade no município de São Vicente, mesmo período em que França comandou a prefeitura da cidade.

Em 2022, o candidato do PT ao governo de São Paulo Fernando Haddad anunciou em suas redes sociais que ela havia sido escolhida como candidata a vice-governadora em sua chapa. "Depois de muitas tratativas com os seis partidos aliados em busca de uma mulher para compor a nossa chapa ao governo do Estado, pedi ao PSB que indicasse o nome. A indicação me chegou e não poderia me dar maior satisfação: a educadora Lúcia França será a nossa vice", escreveu, à época, o atual ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Anteriormente, ao Estadão, o ministro França ponderou que Lu Alckmin, esposa de Geraldo Alckmin, seria "fantástica" como vice de Tabata. Mas, por residir em Brasília e por nunca ter disputado uma eleição na capital paulista, não seria fácil viabilizar a formação dessa chapa. "A Lúcia se envolveu com essa história de mais mulheres no PSB, teve disputa na eleição com Haddad. Então acabou ficando uma marca interessante também", ressalta o ministro sobre sua esposa.

A candidatura de Tabata já havia sido oficializada na convenção que ocorreu na semana passada, mas havia delegado para a Executiva do partido o poder da decisão sobre quem seria a vice na chapa e a costura de alianças com outros partidos. Essa brecha é uma estratégia comum em convenções partidárias, mas, no caso de Tabata, ganhou relevância diante do racha interno vivido pelo PSDB, partido que ela tentava conquistar o apoio.

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Mais 135 brasileiros repatriados dos Estados Unidos chegaram neste sábado, 15, ao País. Em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o quarto voo com imigrantes deportados desde o começo do ano pousou em Fortaleza e depois desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Minas Gerais costumava ser o destino dos voos com deportados dos Estados Unidos, mas o governo decidiu mudar a rota para reduzir o tempo que os brasileiros passam algemados depois que o tratamento dado aos imigrantes abriu uma crise diplomática entre Brasília e Washington. As algemas foram retiradas já na parada em Fortaleza.

De volta à Casa Branca, Donald Trump fechou o certo contra os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e intensificou as prisões como parte da operação para deportação em massa. Estima-se que 230 mil brasileiros estão em situação irregular nos Estados Unidos. Desses, 38 mil estão sob ordem de deportação, sem possibilidade de recurso.

No primeiro voo de deportação da era Trump, as imagens de brasileiros algemados em território nacional e as denúncias de maus tratos por parte das autoridades americanas levaram o governo a pedir explicações sobre o tratamento considerado degradante.

Depois do episódio, o chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, pediu desculpas em reunião a portas fechadas. E autoridades dos dois países se reuniram para discutir os próximos voos com deportados.

José Maria Ferreira da Costa, um dos deportados, afirmou que a tentativa de imigrar para os Estados Unidos não valeu a pena. Ele ficou detido por quatro meses após cruzar a fronteira. "A gente nos Estados Unidos é tratado muito mal dentro da prisão. Passa muita fome, é muito maltratado. É uma situação muito desagradável para um pai de família, uma mãe de família, com suas crianças. Não desejo para ninguém", relatou no desembarque em Minas Gerais.

Em Fortaleza, os deportados receberam os primeiros atendimentos antes de seguir para Minas Gerais, origem de boa parte dos imigrantes. A operação envolve os ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública e Defesa, além da Polícia Federal.

De acordo com o governo brasileiro, os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar os documentos e apoio logístico para retornar a suas cidades de origem. No aeroporto de Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição dos deportados.

Com o voo deste sábado, o total de repatriados dos Estados Unidos desde o começo do ano chega a 498, segundo informações do governo. O País tem recebido deportados com frequência desde 2018, em acordo com os EUA para reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos por imigração ilegal.

Dentre os deportados, dois foram presos pela Polícia Federal já na parada em Fortaleza por estarem com mandado de prisão em aberto no Brasil: um, de Rondonópolis (MT), foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma; outro, de Contagem (MG), cometeu um roubo e havia fugido da prisão.

Uma forte tempestade atingiu várias regiões dos Estados Unidos neste fim de semana, provocando tornados, incêndios e ventos extremos. Pelo menos 17 pessoas morreram e centenas de casas foram destruídas. O Estado mais afetado foi o Missouri, onde 11 mortes foram confirmadas após tornados durante a madrugada deste sábado, 15. Em Arkansas, três pessoas morreram e 29 ficaram feridas em oito condados. No Texas, três pessoas morreram em colisões causadas por uma tempestade de poeira.

Os ventos chegaram a 130 quilômetros por hora, causando incêndios em Oklahoma, Texas, Kansas, Missouri e Novo México. Mais de 130 focos de fogo foram registrados apenas em Oklahoma, onde 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt afirmou que 266 mil hectares já foram queimados. Em Texas e Oklahoma, milhares de pessoas ficaram sem energia após os ventos derrubarem linhas de transmissão e tombarem caminhões em rodovias.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas para tornados, incêndios e nevascas. Em Estados do norte, como Minnesota e Dakota do Sul, a previsão é de nevascas com ventos de 100 quilômetros por hora e acúmulo de até 30 centímetros de neve. Fonte: Associated Press.

Os bombardeios americanos contra alvos dos rebeldes houthis no Iêmen mataram pelo menos nove civis e feriram outros nove em Sanaa, capital do país, segundo informou neste sábado, 15, Anees al-Asbahi, porta-voz do ministério da saúde controlado pelo grupo.

Imagens que circulam na internet mostram colunas de fumaça preta sobre a área do complexo do aeroporto de Sanaa, que inclui uma extensa instalação militar. Moradores relataram que pelo menos quatro ataques aéreos atingiram o bairro Eastern Geraf, no distrito de Shouab, ao norte da capital. "As explosões foram muito fortes", disse Abdallah al-Alffi, morador da região. "Foi como um terremoto."

Nasruddin Amer, vice-chefe do escritório de mídia dos houthis, afirmou que os bombardeios não vão dissuadir o grupo, que promete retaliar contra os Estados Unidos. "Sanaa continuará sendo o escudo e o apoio de Gaza e não a abandonará, não importam os desafios", acrescentou em mensagem nas redes sociais.

O presidente Donald Trump anunciou a operação enquanto passava o dia no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida. O ataque foi realizado exclusivamente pelos EUA, segundo uma autoridade americana, sem participação de Israel ou do Reino Unido, países que também já bombardearam alvos houthis no passado.

A operação ocorre poucos dias depois de os houthis anunciarem que retomariam ataques contra embarcações israelenses em águas próximas ao Iêmen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Segundo o grupo, as ameaças valem para o Mar Vermelho, o Golfo de Áden, o Estreito de Bab el-Mandeb e o Mar Arábico.

O escritório de mídia dos houthis afirmou que os ataques americanos atingiram "um bairro residencial" no distrito de Shouab. Para os houthis, as agressões elevam seu perfil em um momento em que enfrentam problemas econômicos e intensificam a repressão aos dissidentes e trabalhadores humanitários em meio à guerra civil que há uma década desestrutura o país mais pobre do mundo árabe.

Os bombardeios acontecem duas semanas após Trump enviar uma carta aos líderes iranianos oferecendo um caminho para retomar conversas bilaterais sobre o programa nuclear do Irã. Ao mesmo tempo, o presidente americano adotou uma postura mais dura ao reinstituir a designação de "organização terrorista estrangeira" para os houthis e prometeu responsabilizar Teerã pelas ações do grupo rebelde, como parte de sua estratégia de "pressão máxima" contra o regime iraniano. Fonte: Associated Press.