'Eleição não é lacração', diz Boulos, mirando Marçal

Política
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O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou ontem que "eleição é coisa séria, principalmente quando nós estamos falando da maior cidade do Brasil. Não é brincadeira de internet, não é lacração de rede social e não pode ser baixaria". Ele reagiu ao ser perguntado sobre desinformação e ofensas no período eleitoral.

No último debate, promovido pelo Estadão, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), na última quarta-feira, Boulos e Pablo Marçal (PRTB), se envolveram em uma discussão que resultou em um tapa do psolista em uma carteira de trabalho que o influenciador usou para provocá-lo. O incidente ocorreu após o embate entre os dois no terceiro bloco do programa, quando ambos já haviam retornado aos seus lugares. Uma integrante da organização precisou intervir.

Ontem, Boulos participou de agendas de rua na zona leste da cidade. O primeiro ato de campanha do dia foi uma visita ao CDC Veneza Independente, clube desportivo da Vila Califórnia, bairro na Vila Prudente.

ESPORTES. "CDCs são equipamentos importantes para a cidade de São Paulo. Hoje, lamentavelmente, a Prefeitura não tem investido", disse Boulos. Durante o ato, o candidato do PSOL esteve acompanhado do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), do deputado estadual Jorge do Carmo (PT-SP) e do vereador de São Paulo Senival Moura (PT).

Boulos disse que, se eleito, investirá na implementação de "pontos de esporte" na capital paulista, nos mesmos moldes da Política Nacional de Cultura Viva, projeto do governo federal que, desde 2014, permite repasses diretos a entidades culturais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governo brasileiro decidiu enviar uma representante à nova posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, mesmo depois de evitar reconhecer o resultado da eleição realizada pela ditadura chavista em 2024. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará no Brasil e não enviará nenhum ministro a Caracas e será representado pela embaixadora na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira.

A avaliação do governo é a de que é necessário manter canais com os chavistas, mesmo após o distanciamento entre os dois governos nos últimos meses e o desgaste político provocado pela relação com Caracas.

Lula, que eventualmente vai a posses de presidentes com os quais quer estreitar laços, e seu grupo político foram próximos do chavismo por anos, mas a relação se deteriorou muito depois da eleição de 2024 na Venezuela. Tanto a oposição local quanto parte da comunidade internacional afirmam que a votação foi fraudada. O governo brasileiro cobrou as autoridades venezuelanas a mostrar as atas das urnas, o que não foi feito.

A proximidade de Lula com Maduro cobrou um alto custo político no terceiro mandato do petista. Ainda em 2023, o petista tentou reabilitar o ditador venezuelano politicamente ao recebê-lo em uma cúpula de países sul-americanos em Brasília, mesmo com as denúncias de abuso do regime. Na ocasião, Maduro foi abertamente criticado pelos presidentes Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Gabriel Boric, do Chile.

Depois disso, Lula tentou se colocar como um mediador entre Maduro e a oposição venezuelana. Mas o Acordo de Barbados, costurado com participação do Brasil para tentar reduzir o estresse político na Venezuela, foi desrespeitado, o que também contribuiu para o afastamento entre o Planalto e o Palácio de Miraflores.

A proximidade entre Lula e o regime venezuelano foi criticada por adversários políticos do petista ao longo dos últimos anos. A ligação passou a ser politicamente mais custosa nos últimos meses, com pesquisas de opinião indicando a impopularidade de Maduro e um rechaço do apoio do petista à ditadura chavista no Brasil.

Depois da eleição, o regime chavista passou a criticar abertamente Lula e o Itamaraty, chegando a afirmar que o presidente brasileiro estaria a serviço da CIA, o serviço secreto americano. O Itamaraty não respondeu às declarações do procurador-geral William Tarek Saab.

O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira, 2, uma recompensa de US$ 100 mil por informações sobre o paradeiro de Edmundo González, o candidato da oposição que afirma ter derrotado o presidente Nicolás Maduro na eleição do ano passado.

O anúncio foi feito oito dias antes do início do próximo mandato presidencial da Venezuela.

"Uma recompensa de US$ 100 mil é oferecida a qualquer um que forneça informações sobre sua localização", disse a assessoria de imprensa da Agência de Investigações Científicas, Criminais e Forenses do país na legenda de uma publicação no Instagram mostrando um boletim de procurado com a foto de González e instruções para entregá-lo às autoridades.

González deixou a Venezuela em setembro para se exilar na Espanha depois que um juiz emitiu um mandado de prisão como parte de uma investigação ligada à eleição presidencial de 28 de julho, que o Conselho Eleitoral Nacional do país, repleto de apoiadores do partido no poder, disse ter sido vencida por Maduro.

Maduro já recebeu um convite da Assembleia Nacional para uma cerimônia de posse em 10 de janeiro. Enquanto isso, González disse que planeja retornar ao país até essa data, mas não explicou como pretende fazer isso ou quais são seus planos ao chegar.

A agência anticorrupção da Coreia do Sul enviou investigadores na sexta-feira, 27, para executar um mandado de prisão para deter o presidente Yoon Suk Yeol, que está sob processo de impeachment após tentativa frustrada de declarar lei marcial no país. Centenas de seus apoiadores se reúnem em sua residência em Seul, prometendo bloquear a abordagem policial.

Um tribunal de Seul emitiu um mandado de prisão para Yoon depois que ele evitou vários pedidos de comparecimento para interrogatório e impediu buscas em seu escritório em Seul, dificultando uma investigação sobre se sua curta tomada de poder em 3 de dezembro equivale a uma rebelião.

Investigadores do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Grau foram vistos carregando caixas em vários veículos antes de deixar seu prédio na cidade de Gwacheon no início da manhã. O escritório não confirmou imediatamente quantos investigadores foram enviados, mas milhares de policiais estavam reunidos na residência de Yoon. Não houve relatos imediatos de confrontos com manifestantes.

Não está claro se o presidente irá cooperar com as autoridades que tentam detê-lo. Yoon, em uma mensagem desafiadora de Ano Novo para apoiadores conservadores reunidos do lado de fora de sua residência, disse que "lutará até o fim" contra "forças antiestado".

Se Yoon for detido, a agência anticorrupção terá 48 horas para investigá-lo e solicitar um mandado para sua prisão formal ou libertá-lo. O ministro da defesa de Yoon, o chefe de polícia e vários comandantes militares de alto escalão já foram presos por seus papéis na promulgação da lei marcial.

Os advogados de Yoon argumentaram que o mandado de detenção do tribunal é inválido, alegando que a agência anticorrupção não tem autoridade legal para investigar acusações de rebelião. Em declaração, a equipe jurídica do conservador alertou que qualquer tentativa de detenção pode levar a prisão dos policiais pelo "serviço de segurança presidencial ou por quaisquer cidadãos". Eles não deram mais detalhes sobre a alegação.