Nunes rejeita nacionalização de campanha

Política
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No primeiro domingo de campanha eleitoral rumo à Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, afirmou, após ser questionado sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a corrida eleitoral, que o ex-mandatário fortalece a campanha, mas ponderou que deseja focar nas questões relativas à cidade, evitando a nacionalização das eleições.

"É natural que ele participe. Agora, vai depender da agenda dele. Se coincidir algum dia, se tiver alguma agenda em que ele esteja disponível, ele vai participar. Mas na campanha, eu vou focar naquilo que é importante para a cidade, discutir a cidade", completou.

As declarações de Nunes ocorrem após Bolsonaro, em entrevista, afirmar que o atual prefeito não é seu "candidato dos sonhos". Mesmo assim, o ex-presidente disse que manterá o compromisso de aliança firmado entre eles para estas eleições. As declarações foram feitas ontem, durante visita a uma feira livre no bairro periférico Penha de França, na zona leste da cidade.

Nunes também rebateu a alegação de que a reunião realizada com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no Palácio dos Bandeirantes, na última quinta-feira, tenha sido motivada pelo avanço do candidato Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas eleitorais.

PIZZA. "Eu não estou preocupado com o Marçal, nem com o Nikolas. Ele veio a São Paulo para fazer uma agenda de lançamento de um candidato que apoia uma vereadora aqui, e depois iria comer uma pizza com o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Aproveitei e fomos juntos. Depois, saiu na imprensa que foi uma agenda particular e por causa do Marçal. O que fizemos ali foi aproveitar a vinda dele à cidade de São Paulo", disse.

O ex-coach tem como principal objetivo capitalizar os votos bolsonaristas na cidade, mesmo sem o apoio formal de Bolsonaro, que está ao lado do atual prefeito.

Nunes também negou ter motivação eleitoral em suas agendas oficiais em igrejas e afirmou, de forma irônica, que "tem gente que agora até virou cristão" ao se referir a adversários políticos. Desde o início oficial da campanha, na última sexta- feira, o emedebista já participou de três cerimônias religiosas.

No primeiro dia de campanha, Nunes participou de missa na Diocese de Santo Amaro. No sábado, foi à missa da Feira Vocacional 2024, em Interlagos. E neste domingo abriu a agenda com a inauguração da sede da Igreja Deus Proverá, no Brás.

"Tem gente que agora até virou cristão. Eu participei como vereador durante oito anos da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de São Paulo. Então, já é do meu costume; vou à missa todos os domingos. Faz parte do meu dia a dia. Agora, quando tem eleição, isso acaba ganhando mais visibilidade, mas é algo que eu sempre fiz", disse.

RECURSO. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) atendeu ontem ao pedido de direito de resposta apresentado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contra Pablo Marçal (PRTB) por vídeos veiculados nas redes sociais do ex- coach, nos quais ele insinua, sem provas, que o psolista seria usuário de drogas. Os conteúdos foram publicados após o debate promovido pelo Estadão, em parceria com o portal Terra e a Faap, na última quarta-feira, com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo.

A decisão foi proferida anteontem pelo juiz Murillo D'Avila Vianna Cotrim, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo. Boulos teve agenda ontem em São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, afirmou em um vídeo divulgado neste sábado, 4, que a partir de 5 de janeiro, dia em que começa a campanha eleitoral, assumirá temporariamente a presidência do país. A mensagem foi divulgada em meio a um conflito aberto entre ela e o presidente equatoriano, Daniel Noboa.

"Em 5 de janeiro de 2025 assumirei a presidência constitucional da República do Equador por mandato expresso da lei", disse ela em um vídeo publicado no X, antigo Twitter.

Ela acrescentou que deve assumir o posto enquanto Noboa "participa como candidato presidencial da campanha eleitoral".

A Constituição do Equador obriga presidentes que optem por buscar a reeleição a pedir licença do cargo para fazer campanha. No entanto, a lei não deixa claro se o procedimento é igual quando um governante está terminando o governo de outro presidente. É este o caso de Noboa, que está terminando o período de governo do ex-presidente Guillermo Lasso.

Segundo o constitucionalista André Benavides, Noboa é obrigado a pedir licença e, caso não o faça, cometeria uma "falta grave", que pode resultar na perda de direitos políticos e terá de ser resolvida pelo Tribunal Contencioso Eleitoral.

"Enquanto não houver uma ausência temporária do presidente, ou seja, o pedido de licença, Abad não pode assumir a presidência", disse Benavides.

Noboa não se pronunciou sobre o anúncio de Abad.

A relação entre Noboa e Abad azedou desde a campanha eleitoral de 2023, mas o motivo para a briga não foi esclarecida. Noboa chamou Abad de desleal, e ela o classificou como misógino. O governo atual tentou de todas as formas afastar Abad do cargo, mas sem êxito.

A vice-presidente não explicou como pretende concretizar sua posse como presidente, mas indicou que ao assumir a vice-presidência constitucionalmente junto a Noboa, em 2023, "não é preciso que haja nenhum ato de posse no exercício da presidência".

Ela enfatizou que para exercer a função de presidente precisará do apoio de todas as instâncias do Estado e aludiu às forças armadas, que não se pronunciaram.

O anúncio de Abad foi feito horas antes de uma sessão convocada pela Assembleia Nacional do Equador em que definirá a licença para aqueles que tentarão concorrer à reeleição.

"Não é obrigatório que o presidente tire licença. Não existe uma norma expressa que estabeleça que o presidente deve pedir licença", disse anteriormente o ministro do Governo, José de la Gasca.

Noboa nomeou na quinta-feira Sariha Moya como vice-presidente interina.

Ele citou a "ausência temporária" de Abad para justificar a decisão, alegando que a vice-presidente descumpriu uma ordem de viajar à Turquia até 27 de dezembro.

Abad, em um ofício, afirmou que usaria seu direito de férias e cumpriria a ordem no prazo legal de 30 dias. As informações são da Associated Press.

Edmundo González, líder da oposição na Venezuela e que foi reconhecido pelos Estados Unidos como o vencedor das mais recentes eleições presidenciais no país sul-americano, começou neste sábado, 4, uma série de viagens internacionais que o levarão para Washington dias antes de Nicolás Maduro assumir o terceiro mandato como presidente venezuelano.

Diplomata aposentado, González viajou para o exílio na Espanha em setembro depois de um juiz emitir um mandado de prisão contra ele na Venezuela, em seguida às eleições presidenciais de 28 de julho. Maduro foi declarado o vencedor da disputa pelo Conselho Nacional Eleitoral, órgão composto por pessoas leais ao governo atual.

Nas últimas semanas, González tem dito que viajará à Venezuela para tomar posse como presidente, mas não disse como pretende retornar nem como planeja contestar Maduro, cujo partido controla todas as instituições e os militares da Venezuela.

O próximo mandato presidencial começa em 10 de janeiro. "Por qualquer que seja o meio necessário, eu estarei lá", disse González.

Na quinta-feira, Maduro anunciou uma recompensa de US$ 100 mil para quem trouxesse informações sobre o paradeiro de González.

Durante uma entrevista coletiva, González disse que viajará no sábado para os EUA, onde espera conversar com o presidente do país, Joe Biden, após uma breve visita ao Uruguai para uma reunião com o presidente Luis Lacalle Pou. Ele também pretende visitar o Panamá e a República Dominicana. Hoje ele estava na Argentina, onde trabalhou como embaixador.

Os EUA e a maior parte dos países europeus rejeitaram os resultados oficiais das eleições na Venezuela, afirmando que as autoridades não apresentaram resultados detalhados a respeito da disputa. Em paralelo, a oposição apresentou atas de 85% das urnas do país mostrando que o vencedor das eleições foi González. Fonte: Associated Press.

O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, disse que vai renunciar ao cargo nos próximos dias depois de as negociações para formar um novo governo no país fracassarem pela segunda vez.

"Tentamos tudo até agora. Um acordo sobre os principais pontos não é possível, então não faz sentido para um futuro positivo para a Áustria", disse Nehammer, do Partido Popular, para a rede austríaca ORF.

O anúncio foi feito após o Partido Popular e o Partido Social-Democrata continuarem as conversas para a formação de um governo, um dia depois de o partido Neos abandonar as negociações. As informações são da Associated Press.