Parlamentares criticam decisão de Lira de transferir imprensa para subsolo

Política
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Após dar o aval para que os jornalistas que cobrem a Câmara sejam transferidos para uma sala sem janelas no subsolo da Casa, o presidente Arthur Lira (PP-AL) recebeu críticas de líderes e outros deputados acerca da decisão.

No Twitter, o deputado e ex-adversário de Lira, Baleia Rossi (MDB-SP), pediu, "respeitosamente", para que ele não mude o local de trabalho da imprensa. Rossi ainda mencionou, como justificativa, que, ao lado de Lira, atuou em projetos que mereciam ampla cobertura da mídia.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) também usou a rede social para comentar a decisão do presidente da Câmara. Tabata criticou a transferência e disse que é "contra quaisquer barreiras ao trabalho dos jornalistas", visto que a função social do Jornalismo é fiscalizar o governo, "seja qual for".

Na mesma direção, a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirmou que "decisões sem justificativas", como, de acordo com ela, a de Lira sobre os repórteres, não estimulam a democracia nem a transparência que o Congresso deve ter.

A realocação do Comitê de Imprensa também foi alvo de críticas da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) no Twitter. "Jogar a imprensa no porão? Afastar dos deputados? Por quê?", questionou, classificando como um "absurdo" destinar a imprensa ao subsolo da Casa.

Usando a hashtag "Câmara sem Mordaça" para repudiar o deslocamento, o deputado José Guimarães (PT-CE) expressou apoio ao trabalho dos meios de comunicação. "A atuação desses jornalistas enriquece a produção legislativa de nossa Casa, além de garantir transparência", escreveu em sua conta na rede.

A bancada do PSOL na Câmara também se manifestou, nas redes sociais, ao declarar apoio aos jornalistas e aos veículos de comunicação. "Mais uma vez, Lira se alinha às práticas do Palácio do Planalto, que sistematicamente cerceia a liberdade de imprensa", consta no tuíte.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) também apoiou a permanência da imprensa. No Twitter, Kataguiri lembrou que tem divergências com jornalistas, mas justificou que "isso não é motivo para retirá-los fisicamente de um espaço que lhes foi designado desde o projeto do Congresso Nacional". A publicação estava acompanhada de um vídeo, no qual o deputado questiona Lira se a decisão é definitiva e em que recebe, do presidente da Casa, a resposta de que, sim.

Em sessão plenária nesta quarta-feira, o deputado Hildo Rocha (MDB-BA) lamentou a medida, definindo-a como "antidemocrática". Segundo ele, Lira não avaliou as objeções dos demais parlamentares.

"Mudar o Comitê de Imprensa, que funciona há 60 anos no mesmo local, tirar e colocar lá embaixo, no subsolo, isso vai prejudicar esses profissionais", disse Rocha, ao mencionar os deslocamentos com equipamentos pesados. Em resposta, o presidente da Casa se limitou a dizer ao deputado para que reavalie a posição. "Deputado Hildo, Vossa Excelência, sempre democrático, só solicito que realmente procure ver como foi praticado o ato, de quando é o ato", replicou, durante a sessão.

Com a transferência do Comitê de Imprensa da Câmara já determinada por Lira, cuja intenção é que seu gabinete seja ali instalado, deputados devem votar um projeto que prevê alterações na arquitetura da Casa. A mudança, além de dificultar o trabalho dos jornalistas, vai limitar a circulação de Lira pelo Salão Verde, área em que os deputados costumam ser abordados para perguntas.

De acordo com o vice-presidente da Câmara Marcelo Ramos (PL-AM), a resolução será votada após decisão sobre a autonomia do Banco Central (BC), que é realizada ainda esta semana. Segundo técnicos da Casa, a não aprovação do projeto não impede a transferência dos jornalistas.

Ofício

O PSOL encaminhou nesta quarta-feira, 10, um ofício a Lira solicitando a ele reconsiderar desocupação do Comitê de Imprensa. "Dezenas de jornalistas circulam pela Casa e têm o Comitê de Imprensa como seu local de trabalho. Dificultar o trabalho da imprensa resulta imediatamente na diminuição da transparência desta Casa e levanta suspeitas sobre os interesses que movem esta decisão", diz o partido no pedido.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Irã será responsável por "cada tiro disparado" pelos Houthis, em publicação na Truth Social, feita nesta segunda-feira, 17. Na postagem, o republicano alegou que os iranianos são responsáveis por fornecerem "dinheiro, equipamento militar altamente sofisticado e inteligência" ao grupo rebelde.

"Cada tiro disparado pelos Houthis será visto, de agora em diante, como sendo um tiro disparado das armas e da liderança do Irã, e o país será responsabilizado, sofrerá as consequências que serão terríveis", mencionou na postagem.

"As centenas de ataques feitos pelos Houthis, os mafiosos e bandidos sinistros baseados no Iêmen, todos emanam e são criados pelo Irã", disse Trump ao enfatizar que "qualquer ataque ou retaliação adicional dos Houthis será recebido com grande força".

A Rússia não parece estar verdadeiramente comprometida em negociar a paz na Ucrânia, de acordo com a chefe de Relações Exteriores da União Europeia, Kaja Kallas. Em coletiva de imprensa após reunião do Conselho de Relações Exteriores da UE, Kallas ressaltou que "agora, parece que a Rússia não quer realmente a paz. O entendimento ao redor da mesa é que não se pode confiar na Rússia, pois aproveitam qualquer oportunidade para apresentar demandas que são seus objetivos finais".

A chefe de Relações Exteriores da UE também mencionou o amplo apoio político à iniciativa de defesa de 40 bilhões de euros para a Ucrânia, destacando a necessidade de agilidade no processo. "No último Conselho Europeu, foi afirmado que precisamos avançar rapidamente com essa iniciativa", explicou. Ela reforçou a importância de demonstrar determinação no apoio à Ucrânia para que o país possa continuar a se defender.

Além do conflito na Ucrânia, Kallas abordou a situação no Oriente Médio, condenando a politização da ajuda humanitária em Gaza e destacando a importância, "para os europeus" de excluir o Hamas de qualquer papel futuro na reconstrução da região. "Todos condenaram a politização da ajuda humanitária, que deve chegar às pessoas necessitadas", afirmou.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a declaração conjunta da reunião dos Ministros das Relações Exteriores do G7 buscam difamar o país e interferir em assuntos internos, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 17. A representante chinesa "lamentou fortemente" a situação e disse que o G7 deve parar de "semear a discórdia e provocar disputas".

"A China sempre promoveu negociações de paz sobre a questão da Ucrânia, nunca forneceu armas letais a nenhuma parte do conflito e exerceu controle rigoroso de exportação sobre artigos de uso duplo", explicou.

Segundo Mao, a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico, segue uma política de defesa nacional de natureza defensiva e sempre mantém sua força nuclear no nível mínimo exigido pela segurança nacional. "O G7 deve parar de politizar e armar os laços comerciais e econômicos e parar de minar a ordem econômica internacional e desestabilizar as cadeias industriais e de suprimentos globais", ressaltou.

A porta-voz apelou para que o grupo "veja a tendência da história e descarte o viés ideológico". "Eles precisam se concentrar em questões importantes, incluindo abordar os desafios globais e promover o desenvolvimento global, e fazer mais coisas que sejam propícias à solidariedade e cooperação internacionais", defendeu.