Nunes demite subprefeito aliado de Rubinho Nunes, vereador que agora apoia Marçal

Política
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O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), demitiu o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe. A exoneração foi publicada no Diário Oficial do município e, segundo Nunes, o motivo foi o fato de Pepe ser aliado do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que deixou a campanha do emedebista para apoiar Pablo Marçal (PRTB).

"Tem relação [a demissão do Pepe com o desembarque do Rubinho Nunes da campanha], apesar de que contra o próprio subprefeito eu não tenho nenhuma objeção, até é um subprefeito que eu gosto bastante, tenho bastante simpatia. Mas é uma questão do time. Se você tem essa contaminação de um traidor, de uma pessoa sem caráter, sem personalidade, que é o Rubinho Nunes, a gente precisa restabelecer as nossas relações com relação à participação dele no governo", disse o prefeito, em entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira, 2.

Pepe estava sendo investigado pela Controladoria Geral do Município (CGM) por realizar apreensões fora de sua área de atuação. A denúncia foi revelada em julho, em uma reportagem do G1 e do SP2, da TV Globo. Ana Carolina Nunes Lafemina, secretária-adjunta da Secretaria Municipal das Subprefeituras, assumirá a subprefeitura da Lapa em seu lugar.

A demissão de Pepe ocorreu após Rubinho Nunes, ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), abandonar a campanha do atual prefeito. O vereador, filiado ao União Brasil, partido que faz parte da coligação do emedebista, anunciou sua decisão em um vídeo ao lado de Pablo Marçal publicado nas redes sociais.

"O Marçal hoje está sofrendo uma perseguição do sistema, defende as mesmas bandeiras que eu e enfrenta os mesmos inimigos que eu. Eu tenho uma identificação político-ideológica muito grande com ele", disse Rubinho ao Estadão. "Eu acho o Ricardo um cara legal, uma pessoa bacana. Só que ele está cercado de muitos tucanos em volta dele. Isso acaba tornando a gestão excessivamente tucana, o que me desagrada bastante. São Paulo precisa de um choque de gestão", afirmou ele.

Em sabatina à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 2, o prefeito de São Paulo minimizou a debandada do vereador. "É algo tão irrelevante", afirmou o candidato do MDB. "A gente já vinha tendo alguma divergência, do ponto de vista da forma de pensar", disse o prefeito, com ênfase na crítica a um projeto de lei de Rubinho que previa multa de R$ 17 mil a quem doasse comida a pessoas em situação de rua. "Ele pensa muito diferente de mim, acho que ele pensa muito igual o Pablo. Ele tem que estar lá mesmo, o lugar dele é lá, das pessoas que são ruins."

Sobre a demissão de Pepe, Rubinho Nunes disse ao Estadão que "só mostra que o Ricardo [Nunes] está mais preocupado com o revanchismo e com o projeto pessoal do que com a gestão de São Paulo".

Procurado, Pepe ainda não havia respondido à reportagem até a publicação deste texto.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou na manhã deste sábado que o presidente da Rússia, Valdimir Putin, terá, "mais cedo ou mais tarde" que se sentar à mesa para iniciar "negociações sérias" de paz.

Segundo o premiê britânico, Putin está tentando adiar um acordo de cessar-fogo de 30 dias, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky "mostrou mais uma vez e sem qualquer dúvida que a Ucrânia é a parte interessada na paz".

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa neste sábado, quando 26 líderes internacionais se reúnem no Reino Unido a fim de apoiar uma eventual trégua entre a Ucrânia e a Rússia.

"O grupo que eu convoquei hoje é mais importante do que nunca. Ele reúne parceiros de toda a Europa, bem como da Austrália e da Nova Zelândia e continua apertando as restrições sobre a economia da Rússia para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e trazê-lo à mesa de negociações. E concordamos em acelerar nosso trabalho prático para apoiar um potencial acordou", afirmou o premiê.

Starmer disse ainda que o grupo entrará "em uma fase operacional" e que militares dos respectivos países se reunirão na próxima quinta-feira, 20, no Reino Unido "para colocar em prática planos fortes e robustos, para apoiar um acordo policial e garantir a segurança futura da Ucrânia".

Segundo o premiê, "o apetite da Rússia pelo conflito e pelo caos mina a segurança do Reino Unido", o que encarece o custo de vida, inclusive os custos de energia. "Então isso importa muito para o Reino Unido. É por isso que agora é a hora de se engajar em discussões sobre um mecanismo para gerenciar e monitorar falsas bandeiras", afirmou.

Na quinta-feira, Putin havia dito que concorda com a proposta de cessar-fogo, mas pontuou que o acordo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as "causas raízes do conflito".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.