Marçal diz que 'direita não tem dono' e que não quer 'arrumar problema com STF'

Política
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O candidato à Prefeitura de São Paulo do PRTB, Pablo Marçal, declarou que "a direita não tem dono. A liberdade não tem dono. Liberdade não é um gado", em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 2. Sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL) a Ricardo Nunes (MDB), disse que o ex-presidente "falou com a própria boca: 'O Nunes não é o candidato dos sonhos' e me elogiou logo em seguida".

 

Marçal afirmou não ter medo de enfrentar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. "Qualquer exagero que tiver da parte dele, que ele responda por tudo. Agora, o Brasil inteiro está sentindo o que eu estou sentindo (sobre a suspensão do X no Brasil)."

 

O ex-coach avaliou que o STF está muito "político". Em mensagem para os ministros da Corte, ele afirma que o País precisa ser reunificado e que não precisa da politização a que o Tribunal está sujeito hoje. Contudo, evitou críticas mais duras ao Supremo. "Já estou arrumando problema com governador do Estado, prefeito de São Paulo, presidente da República. Vou arrumar problema com STF?"

 

Questionado sobre abuso de poder econômico em seus meios de comunicação, o candidato respondeu que não houve pagamento para realização de cortes nas suas redes sociais. Além disso, ele voltou a dizer que foi censurado pela Justiça.

 

As mídias do candidato foram derrubadas atendendo a um pedido da campanha da candidata e deputada federal Tabata Amaral (PSB) no fim do mês passado. A decisão foi motivada por indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir "cortes" e divulgá-los nas redes.

 

"Suspender o único meio de comunicação que uma pessoa tem, é um meio de censura", disse o empresário. "É prévia porque não censuraram o conteúdo. Censuraram o meio de comunicação". Ele lembra que os novos canais, criados após o bloqueio dos anteriores, já possuem mais seguidores que os perfis de seus adversários.

 

"Essa eleição de São Paulo vai abrir os olhos para um novo tipo de política. Não tenho padrinho político, não tenho tempo de TV, não tenho minhas redes sociais, e vou vencer mesmo sem nenhum desses atributos", declarou, em tom mais moderado do que nas entrevistas anteriores.

 

O ex-coach foi perguntado sobre fingir ser algo que não é para conquistar votos. Sem responder diretamente à pergunta, Marçal disse que "não é coach" e que para votar em Lula mais de uma vez, a pessoa "só pode ser idiota". "No processo eleitoral, me perdoe, você tem que ser um idiota [...] infelizmente a nossa mentalidade gosta disso, e por ser um povo que gosta disso, eu preciso produzir isso", disse o empresário em entrevista ao Flow na semana passada.

 

"O fato de eu não gostar da minha resposta não significa que eu não estou respondendo", disse em embate com uma das jornalistas na bancada, do jornal O Globo, que perguntou se o candidato a ensinaria a "fazer jornalismo". Marçal também discutiu com um jornalista no debate da TV Gazeta.

 

O candidato foi perguntado sobre a quantia que foi gasta com cortes nas redes sociais. Ele afirma que não tem o registro do valor gasto, mas que já liberou mais de R$ 35 milhões das empresas em seu nome em uma semana para a atividade. E reforçou que nunca realizou nenhum pagamento para seu campeonato de cortes durante a pré-campanha ou durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo.

 

Também foi alvo de questionamentos o plano de governo de Marçal durante o Roda Viva. Seu planejamento não apresenta o orçamento que será destinado para determinadas propostas, como as que discorrem sobre o descarte de resíduos na cidade. "A gente vai transformar o lixo em riqueza. Então o dinheiro vem do próprio lixo", declarou. "Revisando contratos da Prefeitura, teremos mais economia, vamos trazer emendas de deputados", disse, tentando explicar as origens da receita para a execução de suas metas, caso eleito.

 

"Burocracia, companheirada, corrupção, ineficiência da Prefeitura de São Paulo tem comido o dinheiro público. No primeiro ano não teremos esse tanto de coisa que a gente imagina. Mas vamos enxugar a máquina e dar prioridade para aquilo que faz mais sentido", completou o candidato do PRTB.

 

Marçal já afirmou que reuniões em um eventual governo seu serão transmitidas para a população como forma de manter a transparência do poder público. O ex-coach foi perguntado o motivo de não transmitir as reuniões em que pediu para Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, para ele deixar o partido. "Não sou dono do partido e nem gerente. Não posso fazer uma coisa que chama ingerência". Avalanche é investigado por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

 

O empresário já foi preso temporariamente em 2005, quando tinha 18 anos, na investigação que apurou ações de criminosos condenados por desviar dinheiro de contas bancárias. Sobre isso, Marçal disse que "se fosse bandido, atrás de dinheiro fácil, eu ia atrás de emprego de callcenter para quê? Os outros candidatos falam: 'você roubava velhinhas.' Nem sei quem são essas pessoas."

 

Marçal trouxe à tona o caso Celso Daniel. Questionado pela âncora se o candidato sabia quem havia cometido o crime, o ex-coach respondeu: "a gente sabe, mas se a gente falar a gente morre também. Então ficamos caladinhos."

 

"Nunca o Boulos será prefeito da cidade de São Paulo. Quando vi sacarem o (Ricardo) Salles, eu fui e entrei. Se não tiver um candidato para tirar o povo dessa miséria emocional que a esquerda colocou…", disse em um dos momentos da entrevista.

 

O candidato reforçou a ideia de que, assim como nos Estados Unidos, qualquer pessoa que queira concorrer às eleições, poderia fazer sem estar filiado a um partido político. "Não vou defender partido político. Partido não precisava esperar ter cargo em governo meu."

 

Indagado sobre a honestidade de usar um homônimo de Guilherme Boulos (PSOL) para acusar o candidato à Prefeitura de ser usuário de cocaína, Marçal respondeu: "Onde você viu eu usando esse processo? Como o Boulos está apavorado e não está com o toxicológico…", disse, interrompendo a resposta logo em seguida para falar seu número de urna e a frase "faz o M", marca de sua campanha. "Vou mostrar no último debate porque o brasileiro esquece em duas semanas", afirmou.

 

Ele também confirmou que preza pelos cortes em entrevistas e debates. Marçal disse que não vai esquecer os cortes, recurso que ele chamou de "única coisa" que sabe fazer.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.