Marçal admite que se deixou acertar por cadeirada e que ambulância era 'cena'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) admitiu que o vídeo publicado em seu Instagram em que aparece dentro de uma ambulância, recebendo oxigênio, a caminho de hospital após cadeirada no debate da TV Cultura era "cena". "Nem precisava daquela ambulância lá. Eles queriam fazer uma cena. Dava pra ir correndo pro hospital", disse o ex-coach em vídeo obtido pelo Estadão. Procurado, Marçal não se manifestou.

O influenciador também declarou no vídeo que deixou Datena (PSDB) arremessar uma cadeira contra ele no encontro de domingo propositalmente. "Eu dava conta de segurar aquela cadeira. Eu dava conta de agredir aquele cara. Fiz questão de levar. Esse é um período de mostrar quem as pessoas são. Eu já mostrei minha pior versão, agora eu vou mostrar a boa".

O Estadão apurou que a fala de Marçal ocorreu em um evento com empresários em que o candidato do PRTB pedia doações para sua campanha. A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria do postulante, mas não teve retorno até a publicação do texto.

"Hoje eu tive uma recaída. Tava vindo, liguei para minha esposa, faltando 20 dias e precisando de dinheiro, falei pra minha esposa: 'vou por R$ 10 milhões nessa campanha hoje'. E ela falou: 'você prometeu pra mim que não vai envolver a nossa família nisso'", disse Marçal em outro vídeo ao qual o Estadão teve acesso. "Estou tomando tiro, tomando cadeirada, porrada, sendo arregaçado, e um bando de gente que tem como ajudar fica assistindo pra ver o que pode acontecer. Eu vou contar o que pode acontecer", alfinetou.

Ele comenta que, se não entrasse nesta eleição, seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) ganharia com certeza "absoluta". E que, se vencesse, levaria "a associação criminosa em volta dele" para o governo. "É um apertinho do Lula nele, e acabou". "Hoje estou sendo zoado, virando meme. 'Marçal, você foi agredido'. Melhor do que eu sair preso batendo num idoso", disse referindo-se ao apresentador de TV.

Marçal reitera que não é possível "afrouxar um milímetro" contra seus oponentes nos debates. Ele cita a estratégia de seus adversários de chamá-lo de "bandido" e de tentar ligá-lo ao Primeiro Comando da Capital (PCC). "No último debate eu soltei uma que eu não solto. Que é ligar o Ricardo à bandidagem", disse ele, fazendo acusações contra o prefeito.

"Eu, sim, fui processado criminalmente. Não tenho um pingo de vergonha disso. Me f*** mesmo. Mas eu nunca toquei em nada de ninguém. Esses caras não vão me pôr de doido nunca", finaliza Marçal.

No começo dessa semana, o pastor Silas Malafaia já havia chamado de "show de pirotecnia" e de "farsa" o vídeo em que o empresário aparece deitado em maca dentro de ambulância sendo levado para o hospital. As declarações do religioso foram feitas em vídeo publicado na tarde desta segunda, 16, em suas redes sociais.

A TV Cultura divulgou, no mesmo dia, imagens inéditas da agressão de Datena a Marçal com uma cadeira e também dos bastidores da confusão em que se transformou o palco do encontro no último domingo, 15 após o episódio. As imagens são de uma câmera aberta da emissora, organizadora do debate e pegam o palco inteiro com a movimentação dos demais candidatos.

No vídeo inédito, é possível ver que José Luiz Datena primeiro pega a cadeira que estava na bancada de Marina Helena (Novo) e acerta Marçal. Depois, ele ainda pega o objeto novamente e joga em direção ao ex-coach. Os outros candidatos se assustam. Boulos é o primeiro a pedir que ele pare, ainda quando ele ia em direção a Marçal e Nunes tenta contê-lo no momento da agressão. Marina Helena deixa sua bancada e Tabata Amaral (PSB) também dá um passo para o lado com medo de ser acertada.

Em outra categoria

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta segunda-feira, 28, que ofereceu apoio técnico à Espanha para lidar com a emergência de hoje no sistema energético do país. A Espanha e outros países europeus passam por um apagão desde o início do dia, e a energia elétrica ainda não foi totalmente restaurada. Em conversa com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Zelensky destacou a experiência ucraniana em resistir a ataques à infraestrutura energética, embora as causas da interrupção ainda não tenham sido identificadas, segundo o governo espanhol.

"Ao longo dos anos de guerra e dos ataques russos contra o nosso sistema energético, a Ucrânia adquiriu uma experiência significativa em enfrentar qualquer desafio energético, incluindo os blecautes", disse Zelensky em comunicado.

O líder ucraniano ressaltou que especialistas do país estão disponíveis para colaborar com os esforços de recuperação na Espanha. "Nossos especialistas podem contribuir para os trabalhos de recuperação. Ofereci essa ajuda à Espanha", disse.

Zelensky também determinou ação imediata de seu governo: "Instruí o ministro de Energia da Ucrânia a agir com a máxima rapidez."

O Conselho de Estado da China aprovou no fim de semana o desenvolvimento de dez novos reatores nucleares no país, a um custo estimado combinado de 200 bilhões de yuans (US$ 27 bilhões). Este é o quarto ano consecutivo em que o Conselho de Estado da China aprova pelo menos dez novas unidades de reatores nucleares.

Atualmente, o país tem 30 reatores nucleares em construção, o que representa quase metade de todos os projetos nucleares em andamento no mundo.

Espera-se que a China ultrapasse os Estados Unidos como maior produtor de energia atômica até o fim desta década.

A meta do país é atingir 200 gigawatts de capacidade nuclear até 2035.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Em resposta ao anúncio de um cessar-fogo de três dias feito pela Rússia para marcar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou nesta segunda-feira, 28, o Kremlin de manipulação e exigiu um fim imediato e duradouro à guerra Rússia-Ucrânia.

"Agora, mais uma vez, vemos uma nova tentativa de manipulação: por alguma razão, todos deveriam esperar até 8 de maio e apenas então cessar o fogo, para garantir silêncio para Putin durante o desfile de comemoração do fim da Segunda Guerra", afirmou Zelensky. "Nós valorizamos a vida das pessoas, não desfiles."

O líder ucraniano destacou que qualquer trégua deve ser incondicional e prolongada, não apenas simbólica. "O fogo deve ser interrompido não por alguns dias, para depois voltar a matar, mas sim de forma imediata, completa e incondicional. E por no mínimo 30 dias, para que seja garantido e confiável. Só assim será possível criar uma base para uma diplomacia real", disse.

Zelensky também denunciou novos ataques russos contra civis, mesmo diante dos apelos internacionais pelo fim da guerra. "Mais uma vez, a Rússia atacou um alvo que não tem relação com a guerra, mas com as pessoas. E isso aconteceu em meio às exigências do mundo para que a Rússia encerre esta guerra", afirmou. "Cada novo dia é uma nova e clara prova de que é necessário aumentar a pressão sobre a Rússia, pressionar de forma significativa, para que, em Moscou, sejam obrigados a pôr fim a esta guerra, uma guerra que apenas a própria Rússia quer."

O presidente ucraniano reiterou a disposição do país em buscar a paz, mas acusou a Rússia de sabotar os esforços diplomáticos. "Sempre deixamos claro que estamos prontos para trabalhar o mais rapidamente possível com todos os parceiros que possam ajudar a estabelecer a paz e garantir a segurança. A Rússia rejeita constantemente essas iniciativas, manipula o mundo e tenta enganar os Estados Unidos", afirmou.