Doria rebate Saúde: 'de 10 brasileiros, 9 estão recebendo a vacina do Butantan'

Política
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O governador de São Paulo, João Doria, ficou indignado com a postura do Ministério da Saúde de tentar colocar a culpa pela falta de vacinas contra covid-19 no País no atraso na entrega de doses da Coronavac. "O Ministério da Saúde omitiu informações para tentar responsabilizar o Instituto Butantan pelo atraso na entrega de doses da vacina. Já foram entregues 9,8 milhões doses para imunização. De cada 10 brasileiros, nove estão recebendo a vacina do Butantan", disse.

Este é mais um episódio de tensão entre governo federal e paulista. Na quinta-feira, 18, o Ministério da Saúde disse que iria repensar a distribuição de doses das vacinas por causa de atrasos na entrega pelo Butantan. "É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua incompetência, sua ineficiência e sua incapacidade", afirmou Doria. "Vamos cumprir integralmente o compromisso com o ministério", continuou.

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o comprometimento com a entrega dos imunizantes é enorme. "Foi assinado o contrato no dia 7 de janeiro. Foi dito ao ministério de que haveria atraso de matéria-prima, pois éramos para ter recebido no dia 6 de janeiro. E para se ter uma ideia, o ministério pagou adiantado para os dois contratos, com AstraZeneca e Covax, mas não recebeu nenhuma dose. Existe falta de planejamento", explicou, mostrando os ofícios que foram encaminhados no ano passado ao ministério oferecendo vacinas.

"Até abril vamos totalizar 46 milhões de doses, que é objeto do primeiro contrato com o Ministério da Saúde. De maio a agosto serão mais 54 milhões de doses, que dependem da chegada de insumos da China. Este é o segundo contrato. Então vamos totalizar 100 milhões de doses até agosto", continuou, lembrando que as críticas do governo federal à China não contribuem para agilizar os processos. "O ministério precisa assumir sua responsabilidade. Precisamos olhar a realidade e não a ficção."

O ritmo lento da vacinação no Brasil fez com que Eduardo Pazuello, ministro da saúde, mudasse a orientação para aplicação das doses. Em um primeiro momento, a ideia era guardar a segunda dose para garantir a imunização completa da pessoa que já foi vacinada. Agora, ele entende que não é preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante. A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês.

Para o governo paulista, essa determinação é uma boa iniciativa, mas por causa das relações estremecidas, prefere esperar uma comunicação oficial para mudar o plano de vacinação. "Se vier um ofício iniciaremos imediatamente a liberação dessas doses. Mas precisamos de um documento que nos dê essa segurança", avisou Regiane de Paula, coordenadora de controle de doenças da secretaria de Estado da Saúde.

Para João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência Covid-19, se a orientação for oficializada será um avanço importante na vacinação no Estado. "Eu defendo a tese de que devemos vacinar o mais rapidamente todas as pessoas com mais de 60 anos. Para mim essa decisão é correta", comentou.

Estimativas do governo paulista apontam que se São Paulo conseguir incluir a vacinação para pessoas acima de 75 anos, cerca de 40% das mortes podem diminuir. E se conseguir incluir as pessoas com mais de 60 anos, é possível reduzir as internações pela metade.

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O CEO da Tesla, Elon Musk, chamou de "fake news" a informação de que deve se afastar, já nas próximas semanas, de suas funções à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), como informou o Politico.

Musk compartilhou em seu perfil no X a publicação da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que já havia negado que o presidente Donald Trump tenha reforçado a seus aliados que o bilionário deixaria o cargo público em breve.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, negou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha reforçado a aliados que Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), deve se afastar nas próximas semanas, como publicado mais cedo pelo Politico. "Trump já disse publicamente que Elon deixará o serviço público depois de terminar seu incrível trabalho no Doge", escreveu Leavitt no X.

Mais cedo, uma pesquisa apontou que 58% dos entrevistados desaprovam a gestão de Musk à frente do Doge, enquanto 41% a aprovam - a menor taxa registrada desde o início do novo mandato de Trump.

O próprio Musk já havia afirmado que suas empresas estavam "sofrendo" por sua presença no governo, referindo-se aos ataques contra a Tesla e à queda das ações da companhia. O bilionário também mencionou que esperava concluir os cortes no Doge até o fim de maio.

O governo de unidade da África do Sul corre o risco de entrar em colapso, após o segundo maior partido político do país, a Aliança Democrática (DA), romper com parceiros como o partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) e votar contra o orçamento nacional, nesta quarta-feira, 2. A justificativa foi a impossibilidade de apoiar um aumento de impostos que sobrecarregaria ainda mais a maioria pobre da população do país.

O orçamento contestado aumentaria o Imposto sobre Valor Agregado - que é pago sobre bens e serviços, incluindo alimentos e eletricidade - em meio ponto porcentual a partir do mês que vem, com outro meio ponto porcentual introduzido no ano que vem. É esperado que o aumento gere mais de 15 bilhões de rands (cerca de US$ 800 milhões) em receita por ano para financiar programas de saúde, educação e serviços sociais.

O líder do partido rival de esquerda Economic Freedom Fighters (EFF), Julius Malema, comemorou o atrito. "Estamos felizes por termos conseguido quebrar esse chamado governo de unidade nacional. O que está unindo vocês se vocês não conseguem concordar com algo como um orçamento nacional?", disse.

O ministro das Finanças sul-africano, Enoch Godongwana, levantou dúvidas sobre a capacidade do DA de permanecer no governo. "Não acho que você pode votar contra um orçamento, e amanhã você quer crescer e fazer parte de sua implementação. Não pode ser", defendeu. Fonte: Associated Press.